Ação da Polícia Civil de São José dos Campos investiga quadrilha que aplicou o golpe do bilhete premiado em um idosa; vítima perdeu R$ 3,2 milhões

Duas mulheres foram detidas em Rio Claro em desdobramento da Operação Golpe da Sorte, desencadeada pela Polícia Civil (DIG de São José dos Campos). As investigadas se apresentaram com outros nomes e exibiram documentos falsos, o que foi desvendado pelas equipes da DIG/DISE de Rio Claro, que contribuíram com a operação.

As detidas são irmãs e moradoras do Parque Universitário. No âmbito da investigação, comandada pela Polícia Civil de São José dos Campos, elas aparecem diretamente ligadas a uma organização criminosa e receberam valores de golpes aplicados em vítimas. Elas possuem múltiplos registros de CPF ativos.

A investigação teve início a partir da denúncia de uma idosa, moradora de São José dos Campos, vítima do golpe do bilhete premiado, que foi enganada por estelionatários e entregou, no total, R$ 3.250.000,00 em diversas transferências bancárias para contas de interpostas pessoas. Os criminosos utilizaram a promessa de prêmios milionários para convencer a vítima a realizar os depósitos, caracterizando crime de estelionato.

A partir da análise dos fluxos de valores, foi possível identificar uma rede criminosa estruturada, com atuação em diferentes estados, especializada na lavagem de dinheiro por meio de casas de câmbio, operações fracionadas e conversão em criptoativos. O ponto de virada da investigação foi o rastreamento dos criptoativos, que permitiu identificar as carteiras digitais utilizadas pelos verdadeiros responsáveis pelo golpe. Por meio de cruzamento de dados bancários, registros de operadoras de criptoativos e relatórios do COAF, foi possível mapear todo o fluxo de conversão e ocultação dos valores, chegando aos operadores e beneficiários finais.

A operação foi deflagrada com o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão em endereços de investigados nas cidades de São José dos Campos, Rio Claro, Nova Odessa, Atibaia, Salvador (BA) e Londrina (PR). Foram bloqueadas 23 contas bancárias dos investigados, com valor individual de bloqueio de R$ 3.250.000,00 cada, totalizando R$ 74.750.000,00 bloqueados, conforme decisão judicial.