Quando criança, em meados de 1959, o engenheiro mecânico Vagner Luiz Letizio, hoje com 73 anos, passava parte do seu tempo na oficina de reparo de automóveis de seu pai, que era um profissional de mão cheia e de ótimas referências na Cidade Azul.

Depois de formado, trabalhou como engenheiro na Gurgel e, posteriormente, em indústrias de autopeças, atendendo várias montadoras nacionais. Sempre  atuou ligado a automóveis, até se aposentar, em 2001. Em seguida, Letizio começou a comercializar veículos e a fazer restauração de carros antigos, além de prestar consultoria técnica automotiva, atividade que realiza até hoje.

O rio-clarense contou ao JC que já teve dezenas de carros antigos, mas, atualmente, possui três automóveis que têm significado especial para ele. Letizio diz não gostar de deixá-los como um troféu na garagem, mas sim, de sentir o prazer de usá- los no dia a dia. E sem restrições.

O seu preferido é um esportivo da década de 80. Estamos falando do Miura, modelo fora de série lançado há exatos 40 anos, em 14 de maio de 1977, e que se tornou símbolo de status e exclusividade em um Brasil que tinha pouco acesso a veículos importados. O modelo entrou na vida do rio-clarense em 2003, após aparecer uma ótima oportunidade de compra.

“Era um modelo que eu desejava desde que foi lançado, mas era um carro relativamente caro na época.  Como ele estava com alguns problemas mecânicos, estéticos e também faltavam alguns detalhes, avaliei o potencial e resolvi restaurá-lo completamente”, contou.

Primeiro, Letizio acertou a documentação em seu nome e, em seguida, passou a desmontá-lo. Então, iniciava uma restauração completa na luxuosa relíquia. Dois anos se passaram e em 2005 o Miura estava com a mecânica e pintura novas, faltando apenas a tapeçaria interna mas, devido ao alto custo, o  projeto teve de ser paralizado.

“Como na época eu tinha outros carros antigos, como:  Mercury Cougar 68’, Ford Landau 81’, Karmann-Ghia TC 74’, Adamo GTM 83’, MP Lafer 77’, GMC Sonoma 95’, acabei guardando o Miura para terminá-lo mais tarde”.

Foi em 2013 que, após ter vendido alguns de seus xodós, resolveu terminar a restauração do esportivo mais desejado da década de 80. Ao JC, o engenheiro contou que a escolha de permanecer com ele foi pelo design, conforto, confiabilidade da mecânica VW (a água), pela facilidade de peças no mercado e também pela carroceria em fiberglass (fibra de vidro), que não enferruja.

Em agosto de 2013, o Miura finalmente ficou pronto, Letizio passou a usá-lo como o terceiro carro da família e também nas participações de eventos em autos antigos. Falando nisso, ele se tornou sócio do Antigo Auto Clube de Rio Claro, em 1995. Desde então, tem participado da diretoria do clube e já foi presidente em quatro gestões e, atualmente, ocupa o cargo de diretor técnico do AACRC.

“Como ele é um carro carismático e completíssimo com portas elétricas, vidros elétricos, direção hidráulica, ar condicionado, cooler interno e etc, ele ficou como o preferido da casa para uso”, explicou.

Todo o empenho de Letizio é recompensado nas ruas da Cidade Azul  pelo prazer de mostrar o esportivo a quem não vivenciou os dias de glória desse luxuoso modelo.

A sua assinatura é fundamental para continuarmos a oferecer informação de qualidade e credibilidade. Apoie o jornalismo do Jornal Cidade. Clique aqui.

Mais em Meu Carro, Meu Xodó:

Fusca “Charada” é um modelo 75/76 e tem cor da Ranger

Miura: luxo das décadas de 70 e 80 desfila pelas ruas da cidade

Golf encantou moradores de Rio Claro no último Natal