Era abril de 2013 quando um crime brutal em Araras chocou o Brasil. Beatriz Silva, de 14 anos, foi assassinada e seu corpo encontrado horas depois em um canavial. A perícia apontou 11 perfurações feitas com um instrumento que lembra um espeto de churrasco ou um ferro de construção. O corpo estava de bruços sobre a cana com sinais de violência física e sexual, além de perfurações nas costas e lesões de autodefesa. Sete anos depois, o homicídio continua sem solução. Seria um ‘crime perfeito’?

Rogerio Paulo, de 46 anos, o pai de Bia, contou ao Jornal Cidade que foi à delegacia há duas semanas para saber se o caso de Ana Talita da Silva, de 19 anos, morta em Rio Claro no começo de março, teria alguma semelhança com o que vitimou sua filha. O corpo de Ana Talita também tinha várias perfurações. Os investigadores, no entanto, descartaram qualquer ligação.

Beatriz sumiu na manhã de uma quarta-feira. Ela saiu de casa por volta das 7h para ir à cabeleireira, onde tinha hora marcada. Seu corpo foi encontrado na zona leste da cidade, na Avenida Luiz Carlos Tunes, conhecida como Via Novela, em um canavial – local de difícil acesso – sete horas depois do seu desaparecimento.

Questionada sobre como foi recomeçar após o episódio, a mãe de Beatriz, Andréa Cristina Heydman da Silva, de 39 anos, disse que nem teve ainda um recomeço. “Tudo mudou. A turma fala: ‘passou sete anos, a dor vai diminuindo’. Eu acho que Deus acalenta o coração da gente, mas que a dor não vai passar. É ruim não saber quem fez e o porquê. Isso machuca todos os dias”, contou, emocionada.

O que diz a investigação?

Procurado pelo JC, o chefe dos investigadores da Polícia Civil de Araras, Fernando César Simonetto, disse que o crime ainda não solucionado não é, em hipótese alguma, devido à falta de vontade e, muito menos, ineficiência da Justiça. Os indicativos é que não levam a lugar nenhum. Afirmou, ainda, que a investigação continua aberta. “Colhemos sangue de dezenas de pessoas para DNA, fizemos cruzamentos de centenas de ligações, conferimos muitas informações e denúncias. Porém, infelizmente, ainda não há indícios que levem à pessoa ou pessoas que cometeram o crime. Ninguém viu o carro que a pegou e como a pegou. Muito se falou na época de uma pessoa conhecida, de um suposto relacionamento ou sentimento por ela. Mas a pessoa trabalhou normalmente naquele dia, conforme imagens de câmeras de segurança. Vamos continuar o nosso trabalho”, declarou. Simonetto disse, ainda, com exclusividade ao Jornal Cidade, que na época um parque de diversões estava instalado no município, com vários itinerantes, mas que foram embora quatro dias depois. Também foi testado o DNA de um estuprador de Americana, mas o resultado foi negativo.

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