O Ministério Público confirmou ao Farol JC que instaurou um inquérito civil para apurar eventual improbidade administrativa por prática de violação a princípios, prejuízo ao erário e enriquecimento ilícito por parte do vereador Julinho Lopes (PP). A investigação tem como partida a divulgação de um vídeo, na semana passada, em que supostamente o parlamentar recebe valores em dinheiro de um ex-funcionário o que, em tese, pode configurar crime conhecido popularmente como “rachadinha”.

O processo, instaurado pela promotora de Justiça Dra. Mariana Fittipaldi, está notificando a Câmara Municipal sobre o teor em que solicita informações sobre a contratação de Carlos Cesar Zampieri Hara, apontado como o ex-servidor que aparece no referido vídeo. Segundo documento ao qual a coluna teve acesso, tanto Julinho, Hara e o presidente José Pereira (PSD) estão sendo oficiados.

A Polícia Civil, através da Delegacia Seccional, também foi notificada e instaurou um inquérito policial. Na sessão dessa segunda-feira (13), um protesto foi realizado por dezenas de pessoas no plenário do Poder Legislativo. Em pronunciamento, Julinho informou que ainda não pode comentar com precisão a acusação, pois não obteve conhecimento oficial do processo.

“Vou analisar juridicamente, pois ainda não tive acesso ao processo. Assim que tiver, sou a pessoa mais interessada em resolver. Darei uma explicação”, disse. O vereador ainda afirmou que decidirá sobre a sua permanência como 2º secretário da Mesa Diretora da Câmara: “para o melhor andamento da Casa, temos que ter harmonia e também ter tempo para fazer minha defesa”.

À reportagem, o advogado Alexandro Pin, que representa Hara, afirmou que o vídeo não foi publicado pelo ex-servidor e que solicitou ao MP que seja decretada medida protetiva à sua integridade física. Ainda, afirma que o conteúdo do vídeo é, segundo o advogado, real e que teria havido devolução do salário ao vereador.

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