O colaborador é cronista, poeta, autor teatral e professor de redação.

Nos últimos dias, um dos temas mais veiculados nas mídias em geral é o apagão. A crise hídrica, como não ocorria há vinte anos, representa uma ameaça para uma sociedade tão conectada e que entra em parafuso quando falta energia e Internet deixa de funcionar. Como viver sem whatsapp? Nós nos tornamos reféns da tecnologia e a possibilidade de um apagão nos deixa à beira de um ataque de nervos.

Um apagão de fato preocupa, já que, se faltar energia em hospitais, em indústrias que funcionam 24 horas por dia, será uma situação com consequências danosas tanto para a saúde de pacientes quanto para a economia, já tão combalida e com a inflação mostrando a sua cara, como há muito tempo não se via.

A falta de maior investimento em energias alternativas poderá nos levar a um apagão, com consequências nocivas para todos nós.

Há um outro apagão que é o apagão de ideias. Vivemos uma realidade na qual a polarização tomou conta da maioria das mentes. Nas redes sociais, encontramos muitos clichês, frases feitas, mensagens de autoajuda atribuídas a escritores consagrados, que nunca escreveriam tamanhas besteiras.

Falta originalidade. É claro que existem seres criativos, sedentos de inventar tanto na arte quanto em outros ramos do conhecimento. A tecnologia está aí, ao nosso dispor, para ser usada de forma inteligente, criativa. Em meio a tanta informação, cabeças pensantes deixam de pensar para partir para o confronto, para a guerra que não leva a lugar nenhum.

O apagão de ideias é terrível porque sinaliza que estamos indo em direção ao atraso, à falta de novidades. É muita falta de disposição para inovar.

Empreender é um recurso fundamental em um momento em que faltam empregos, mas que esse empreendimento parta do princípio que é preciso inovar, não repetir o que está aí e não é nada estimulante. Queremos tempos novos ou tempos velhos com nova roupagem? É chegado o momento de acender luzes de pensamentos transformadores, não se entregar ao apagão do raciocínio, da imaginação e da criatividade, essencial sempre. E agora mais do que nunca.

Bom final de semana.

O colaborador é cronista, poeta, autor teatral e professor de redação.

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