Joaquim Dias Alves ocupava o cargo de delegado seccional em Rio Claro quando instaurou o inquérito

Laura Tesseti

O delegado de polícia Joaquim Dias Alves, que atualmente é vice-diretor do DENARC – Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico de São Paulo, foi o responsável pelo inquérito que resultou no processo e na condenação de Hélio Aparecido Alves de Oliveira, o padre Hélio, preso no dia 20 de janeiro na cidade de São Carlos, após ser condenado a 14 anos de prisão em 2007 pelo crime de pedofilia.

Em conversa com o JC, Dr. Joaquim falou sobre o trabalho realizado na época e como tudo teve início: “Foi uma surpresa ruim. Recebi a informação de que as mães estariam tentando registrar as ocorrências e tomar as devidas providências na época e as chamei para uma conversa”, conta.

O delegado conta que o trabalho que fez no inquérito em Rio Claro repercutiu internacionalmente e que trabalhou arduamente para que a justiça fosse feita e os culpados, presos.

As investigações então começaram. “Os crimes ocorreram entre 2001 e 2004 e foi a partir das primeiras informações e relatos que trabalhei no caso. Foi uma investigação muito difícil, tivemos muitos problemas, principalmente pela figura pública que era o padre não só na cidade, mas em toda região. Tomei todos os cuidados necessários e deixei comigo mesmo a responsabilidade de redigir todo o inquérito, de capa a capa”, relembra o delegado.

O crime deixou Joaquim Dias Alves chocado e, após ser promovido e transferido para o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa, em São Paulo, deu início a um projeto que atualmente atende famílias e tem colocado muitos criminosos na cadeia. “Tive vontade de cuidar mais dessa área e lutei para fundar a Delegacia de Polícia de Repressão à Pedofilia, no DHPP. O projeto foi aprovado pelo então governador Geraldo Alckmin e a criação aconteceu em 2011”, finaliza o delegado, que analisa a prisão de Hélio como a justiça sendo feita.

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