O senador Fernando Collor reclama de adoção de medida diferente do que aconteceu no seu caso (foto: Geraldo Magela/ Ag. Senado)

Antonio Archangelo

O senador Fernando Collor reclama de adoção de medida diferente do que aconteceu no seu caso (foto: Geraldo Magela/ Ag. Senado)
O senador Fernando Collor reclama de adoção de medida diferente do que aconteceu no seu caso (foto: Geraldo Magela/ Ag. Senado)

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), anunciou ontem (1º) que o partido voltou atrás e decidiu ingressar com um mandado de segurança coletivo no Supremo Tribunal Federal contra a divisão da votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff na quarta (31).

O instrumento jurídico será assinado também pelo DEM, PPS e pelo presidente do PMDB e deve ser apresentado no dia de hoje (2). Na quarta, os senadores dividiram a votação do julgamento de Dilma em duas partes. Na primeira, condenaram a presidente por crime de responsabilidade à perda do mandato.

Na segunda, rejeitaram a sanção de perda da função pública por oito anos, permitindo que Dilma volte a atuar no setor público, inclusive como gestora, se for o caso. O impeachment “fatiado” também repercutiu em Rio Claro. Para o presidente do PSDB da cidade, João Walter Pereira Marcondes, “o fatiamento da votação do impeachment, que cassou o mandato da presidente Dilma mas manteve sua habilitação para ocupar cargos públicos, é uma vergonha e está em desacordo com o que prevê a Constituição. É como prender o ladrão em flagrante e, em seguida, devolver a arma dele. Foi um golpe perpetrado contra a lei, a justiça e a democracia”, disse o cacique tucano ao Jornal Cidade.

O deputado estadual Aldo Demarchi (DEM), nos microfones da Excelsior Jovem Pan News, também criticou a medida. “Estou na vida pública há vários anos e prezo pela coerência. E o que aconteceu ontem foi uma verdadeira incoerência”, disse o deputado ao comentar o impeachment fatiado.

O presidente da 4ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de Rio Claro, Mozart Gramiscelli Ferreira, que também esteve na rádio, citou que, “contrariando o artigo 52 da Constituição Federal, numa armação política do senador Renan Calheiros, usando o regimento da Casa, aprovado por Lewandowski, ela conseguiu ficar com os direitos políticos, agora terão argumentos para falar que teve golpe”.

ANULAÇÃO

O advogado da ex-presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment, José Eduardo Cardozo, deu entrada na manhã de ontem (1º) em um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) no qual pede uma liminar para anular a sessão do Senado que aprovou o impedimento de Dilma. A defesa também pede que seja realizado um novo julgamento pelos senadores da República.

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