Carine Corrêa
Foi em uma “tocaia” que José Geraldo Morais acabou esfaqueado por dois homens em fevereiro de 2013 na zona rural de Santa Gertrudes. Dois anos depois do crime, um deles foi julgado pelo Tribunal do Júri nessa terça-feira (30) em Rio Claro.
Os jurados decidiram pela condenação de José Afonso Estevão, que já estava preso na penitenciária de Sorocaba. Ele responderá pelo crime em reclusão por 18 anos, regime fechado.
Segundo consta da sentença proferida pelo juiz de Direito Walter Ariette dos Santos, José Morais foi golpeado no pescoço. “No dia dos fatos, os acusados entraram em contato com o filho da vítima, com o intuito de saber o trajeto a ser seguido por esta”, detalha o documento. A dupla ficaria de tocaia, até que José passasse pelo caminho indicado. Assim que avistaram, os dois homens – entre eles José Estevão – atacaram a vítima de surpresa e desferiram golpes de faca em seu pescoço. Na época, um investigador de polícia informou ter ouvido comentário de populares que José Afonso estaria rondando o local do crime.
Ao fazer uma busca em sua residência, as autoridades localizaram o condenado junto ao comparsa e outras duas pessoas. Questionados sobre o crime, eles teriam acusado um ao outro.
A sentença ainda detalha que, no dia do crime, a mãe de José Afonso afirmou que o filho estava nervoso, pedindo a ela uma calça para se trocar, já que a sua estava toda suja de barro. “Ao ouvir uma sirene de ambulância, o filho lhe teria dito ‘será que o homem morreu mãe?”, aparentando estar muito assustado”, diz o documento.
Ao serem interrogados, os dois homens mantiveram a postura de atribuir ao outro a autoria do homicídio. Por esse motivo, ambos foram encaminhados ao Júri Popular. A reportagem esteve no Fórum ao final do julgamento e conversou com o advogado de defesa de José Estevão, que informou que irá recorrer da decisão do júri.