O colaborador é cronista, poeta, autor teatral e professor de redação.

Jaime Leitão

O melhor do Inverno para mim é o vinho. Meia taça por dia. Tinto. De uns tempos para cá, passei a tomar vinho também no Verão. Cerveja faz mais de um ano que não bebo. Gostaria de tomar um chope, mas não agora com esse frio. Depois do Inverno e no pós-pandemia, um chope daqueles bem cremosos cairá bem. De chope sem espuma nunca gostei. Após o segundo gole, parece água choca.

Voltando ao vinho, hoje temos uma infinidade de marcas e de uvas, com preços que dá para encarar.

Pode ser um carmenère chileno ou mesmo um nacional, cabernet sauvignon, merlot, syrah ou um tannat uruguaio. Sem esquecer dos malbecs argentinos, a maioria de boa qualidade.

A produção do vinho nas últimas décadas se sofisticou muito, com a utilização de  técnicas avançadas que garantem um padrão melhor, mesmo quando a safra é prejudicada por  eventos climáticos desfavoráveis.

Hoje encontramos vinhos apreciáveis na faixa que vai dos 40 aos 60 reais. Há vinhos maravilhosos por mil, 2.000 reais ou até mais. Mas esses não são para o meu bolso e para o bolso da maioria.

E até os especialistas, enólogos, se enganam. Já foram realizadas degustações às cegas, sem revelar qual vinho está sendo experimentado, em que vinhos de 50 reais obtiveram nota maior do que um de 2.000 reais.

A qualidade do vinho nacional melhorou muito, apesar de o imposto cobrado deixá-lo mais caro do que um vinho chileno ou argentino de qualidade superior.

Não sou um conhecedor de vinho, não fico tentando descobrir os inúmeros aromas que cada um pode conter, mas acho interessante observar aqueles que apreciam esse ritual e que fazem cursos para ingressar nesse universo maravilhoso e um tanto mágico. Já estive em diversas degustações e harmonizações, que nos levam a apreciar não só o vinho, comparando as características entre eles, mas também nos proporcionam a troca de ideias,  já que esses encontros, hoje impedidos pela pandemia, costumam ser bastante agradáveis.

Além dos vinhos de países que citei, podemos encontrar bons vinhos, a preços acessíveis, de origem italiana, libanesa, neozelandesa, australiana, californiana. Como não citar os vinhos portugueses? Já os franceses de nível semelhante custam quase sempre mais caro. Comprar um vinho italiano de boa qualidade por 50 ou 60 reais não é difícil, já um francês de qualidade não costuma custar menos de 100 ou 120 reais.

Não posso deixar de lado os vinhos da África do Sul e da Romênia, que estão aparecendo por aqui e merecem ser saboreados. Não tenho adega em casa. Compro vinhos à medida que vou bebendo. Desisti de comprar uma pequena adega climatizada. O importante é escolher o vinho que mais nos atrai, pelas características, pela uva, uma ou várias que compõem determinada garrafa e viver esse momento em sua plenitude. Nesses dias aziagos, um vinho nos traz de novo a sensação de que tudo deverá melhorar em breve, mesmo que ainda não haja sinais concretos de que isso está próximo de acontecer.

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