EVERTON LOPES BATISTA – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Durante o anúncio de que foi infectado pelo novo coronavírus, feito no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro não manteve distanciamento dos repórteres, que posicionaram os microfones a poucos centímetros do presidente. Mesmo com o uso de máscara, especialistas recomendam um afastamento de pelo menos 1,5 metro.

No fim da entrevista na qual fez o anúncio do diagnóstico, o presidente se afastou dos jornalistas e tirou a proteção facial.

“Espera um pouco que vou afastar aqui para vocês verem minha cara. Estou bem, tranquilo, graças a deus”, disse o presidente após tirar a máscara do rosto para seguir a entrevista. “Vamos tomar cuidado em especial com os mais idosos. Os mais jovens que forem acometidos do vírus, fiquem tranquilos porque para vocês a possibilidade de algo mais grave é próximo de zero”, afirmou.

Pessoas infectadas expelem o novo coronavírus enquanto falam, espirram ou tossem. Gotículas maiores e saliva e aerossóis, partículas líquidas menores que podem ficar suspensas no ar e ser inaladas por pessoas nas proximidades, podem carregar o vírus ativo, segundo estudos publicados recentemente.

Testes têm demonstrado que máscaras caseiras feitas de diversos tipos de tecido podem funcionar como uma barreira para conter a disseminação das partículas, mas nenhuma delas é capaz de fornecer proteção completa, principalmente com relação às partículas menores que podem passar pelo tecido com maior facilidade.

Bolsonaro seguiu defendendo que as medidas de distanciamento social impostas por governos locais em diversas partes do país para conter o avanço da pandemia pelo Brasil teriam efeitos piores do que os da Covid-19.

Dados do estado de São Paulo divulgadoes em maio mostraram que cerca de 26% dos mortos pela Covid-19 no estado tem menos de 60 anos de idade.
O exame que detectou a presença do vírus no presidente foi feito na noite da segunda-feira (6).

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