Arlindo Morelli uniu a paixão pelos carros e caminhões à falta que sentia do filho, para encontrar um passatempo

Laura Tesseti

A história de Arlindo Morelli, 72 anos, santa-gertrudense, é linda e mostra o amor de um pai para seus filhos. Marido de Tereza Briganti Morelli, pai de dois homens e uma mulher e avô de oito netos, o motorista aposentado começou a confeccionar caminhões e carros de madeira para tentar sanar a falta de um dos filhos, que há anos precisou mudar-se para o Mato Grosso, por compromissos de trabalho.

“Éramos muito próximos, morávamos na mesma casa, então senti muito quando ele precisou ir para o Mato Grosso, pois fazíamos tudo juntos”, conta Arlindo. Dona Tereza relata que o marido começou a entrar em depressão, devido à falta que sentia do filho, e que o restante da família tentava ocupar o tempo do motorista aposentado com outros afazeres, mas mesmo assim Arlindo não parecia estar feliz.

“Ele dava um jeito e arrumava algumas coisas para vender, virava-se e conseguiu dinheiro para poder visitar nosso filho no Mato Grosso, mas não era possível que isso fosse feito constantemente, pois os gastos para a viagem eram altos”, fala a esposa.

Arlindo Morelli uniu a paixão pelos carros e caminhões à falta que sentia do filho, para encontrar um passatempo
Arlindo Morelli uniu a paixão pelos carros e caminhões à falta que sentia do filho, para encontrar um passatempo

MADEIRA

Foi quando os brinquedos de madeira entraram na vida de Arlindo. O santa-gertrudense começou a confeccionar pequenas coisas, como carruagens, em dos cantos de sua casa, que hoje abriga uma oficina para seus atuais trabalhos. “Comecei assim, comprava o cavalinho de plástico, depois fazia as carrocinhas, pintava, lixava e ia pegando o jeito. Foi quando resolvi fazer carros, caminhões, pois sempre gostei muito, acredito que tenha virado motorista devido a minha paixão por caminhões”, conta.

Os brinquedos feitos pelo motorista aposentado são guardados em um cômodo na casa e não são comercializados. “Costumo dar para os meus netos, mas não vendo, pois depois acabo sentindo falta”, fala.

E a saudade foi amenizando. Com as horas ocupadas pelos trabalhos manuais em madeira, Arlindo passou a sentir-se menos mal e a mudar o foco do pensamento. “Faço meus caminhões há 15 anos, meu filho voltou do Mato Grosso com sua família e moram próximos de nós, mas eu sigo com meus trabalhos, pois é o meu passatempo preferido, sempre que me procuram, sabem onde estou”, finaliza.

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