Valdira Guimarães Augusto

pixinguinha
Flautista, saxofonista, compositor e arranjador, Pixinguinha nasceu em 23 de abril de 1897

O Dia Nacional do Choro é comemorado nesta quarta-feira, data que celebra o nascimento de um dos grandes gênios da música popular brasileira, Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha. Flautista, saxofonista, compositor e arranjador, ele nasceu em 23 de abril de 1897, e é autor de canções como “Carinhoso”, “Lamento”, “Um a Zero” e “Rosa”. Apesar do choro ser considerado a identidade musical do povo brasileiro, para alguns músicos ainda é preciso maior valorização ao gênero.

Professor de música, Lucas Penteado já tocou em dois conjuntos de choro em Rio Claro, o Rabo de Galo e o Chororô. Ele destaca que o gênero vem crescendo, não só no Brasil, mas também no mundo todo. Mas avalia que o choro merece maior valorização diante de sua importância cultural.

“Existem grupos de choro até em países em que a cultura é bem diferente da nossa, como Israel e Turquia. Claro que o acesso a esse gênero é mais fácil nas capitais e nos grandes centros econômicos. Mas, infelizmente, a maioria dos brasileiros tem a cultura de valorizar mais o que vem de fora do que o tesouro que temos aqui. Seria incrível se houvesse um evento no Jardim Público homenageando vários expoentes, como Jacob do Bandolim e Waldyr Azevedo, entre tantos outros. Nós precisamos resgatar esses compositores, para que as novas gerações conheçam através deles a essência musical do nosso país. Infelizmente, como disse a Elis Regina, ‘O Brasil não conhece o Brasil’”, comenta o professor.

O músico Diogo Barcot Tintor, ou Diogo Careca, é integrante do grupo Nó nas Cadeiras (gafieira), A Turma do Arlequim (marchas carnavalescas) e do grupo Vela no Breu (samba paulista). Ele considera que há novos e jovens instrumentistas surgindo, porém, concorda que, de fato, o problema é falta de valorização.

“Com relação à quantidade e à qualidade dos músicos que aparecem no mundo do choro, está cada vez melhor. Há muitos jovens instrumentistas aparecendo, compondo, gravando, ou seja, produzindo choro. Com grande qualidade, reconhecida pelos grandes mestres e referências do gênero. Mas com relação a espaços para se tocar e de valorização do choro, ainda está muito longe de ser ideal e necessário. Até por ser uma música criada no Brasil, o choro tinha que ser muito mais valorizado do que é hoje em dia”, menciona o músico.

E, para marcar a data em Rio Claro, será realizada roda de choro nesta quarta-feira, às 20h30, no Sujinho’s Bar, à Avenida 24-A, nº 75. Os músicos Diogo Careca, Renato Sarmento, Seu Mauro, Walter, Paulo Tocantins, Talers de Deus e outros convidados estarão reunidos para tocar grandes canções do gênero.

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