Foi sepultado nesta semana no Cemitério Municipal de Mariápolis (SP) o corpo de Celso Nicassio Alves de 49 anos. Ele estava preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Piracicaba desde o dia 5 de fevereiro pela morte de duas irmãs na cidade de Brotas no dia 27 de janeiro.

De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), Celso foi localizado já sem vida na cela durante o procedimento de contagem dos presos. Ele estava pendurado e tinha em volta do pescoço um lençol. Ele era o único ocupante da cela.  

O caso

A morte violenta de duas irmãs no bairro Patrimônio na cidade de Brotas na manhã de 27 de janeiro deixou um rastro de perplexidade pelo município pela maneira como ocorreu. As vítimas Antonia Simonia Favoretto, de 49 anos, e Helena Favoretto, de 56 anos, estavam em um sítio quando foram surpreendidas pelo assassino, que é o ex-marido de uma das irmãs (Antonia). O indivíduo golpeou as duas mulheres com uma faca. No Instituto Médico-Legal de Rio Claro, local para onde os corpos foram trazidos, a reportagem do Jornal Cidade conversou com Elídia Regina Favoretto Rissardi, irmã das vítimas, e Michele Líbera Pires, advogada da família. “Estamos transtornados com essa tragédia. Esse monstro destruiu a nossa família de uma maneira cruel e fria. Tenho medo do que possa acontecer daqui para frente com ele vivo e a Justiça que temos em nosso país, porque ele já chegou a ameaçar até eu de morte”, disse Elídia, que é irmã de Antonia e Helena.

Já a advogada que cuidou do divórcio de Antonia com o autor do crime conta que o processo de separação foi difícil: “Eles foram casados por mais de 25 anos e no ano passado eu fiz papéis da separação e ele desde o primeiro momento queria ficar com um sítio que pertencia aos pais de Antonia. Esse direito não era dele e a própria Antonia não achava certo ter que dividir algo que os pais construíram e batalharam para ter. Depois disso começaram as ameaças e conseguimos uma medida protetiva, o que infelizmente de nada adiantou”, afirmou Michele.

No dia 18 de janeiro, o ex-marido foi até a propriedade e tentou estrangular Antonia, que conseguiu fugir. Uma semana depois ele tentou novamente sem sucesso. Em ambos os casos a Polícia Militar foi acionada mas nada pôde fazer: “Eu afirmo que a legislação foi omissa porque infelizmente só se faz algo quando acontece o flagrante, o que não houve nas duas oportunidades”, disse a advogada.

Com medo de ficar sozinha, Antonia recebeu a companhia da irmã Helena no sítio. Na manhã do dia do crime as duas levantaram cedo e foram ordenhar as vacas. Foi neste momento que foram surpreendidas: “Ele estava escondido no mato e, ao vê-las no curral, pulou a cerca. Quando a Helena viu que ele ia atacar a irmã, saiu em defesa e tentou segurá-lo e foi a primeira a ser esfaqueada. Na sequência ele partiu para cima da ex-mulher e fez o mesmo, desferiu várias facadas”, conta a advogada. Uma sobrinha de 12 anos presenciou os crimes e saiu correndo para pedir ajuda.

A PM foi até o local e encontrou o criminoso escondido em uma moita a menos de 12 metros de onde os corpos estavam. Ao perceber que estava cercado e iria ser preso, desferiu uma facada em si mesmo e foi socorrido até um hospital, onde permaneceu sob escolta até ser levado para o presídio em Piracicaba.

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