Vivian Guilherme

O aumento da expectativa de vida é uma certeza e também pode significar um desafio. Mais pessoas idosas exigem das administrações mais políticas públicas, um novo formato econômico e, sobretudo, uma nova forma de falar sobre um assunto bastante polêmico no Brasil: saúde.

Afinal, são os idosos que mais dependem da saúde pública e que mais exigem cuidados desse setor. E, então, o que fazer quando o crescimento do número de idosos é evidente, com a estimativa de que mais da metade da população brasileira será idosa daqui a trinta anos?

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O professor Paulo Cezar R. Santos, doutorando em Ciências da Motricidade pela Unesp, diz que o melhor caminho é apostar na prevenção das doenças, a partir da qualidade de vida. E, para conquistar a tão almejada qualidade de vida, uma das formas é a prática de exercício físico, segundo Paulo.

“O exercício físico promove uma série de benefícios para o sistema muscular, evitando a sarcopenia (perda de massa muscular ligada ao envelhecimento), sistema nervoso (estimulando sinapses e plasticidade neuronal), sistema ósseo (evitando quadro de osteoporose), sistema circulatório (aumentando a disponibilidade de oxigênio nos tecidos e no encéfalo), sistema endócrino (estimulando a liberação de hormônios essenciais para o funcionamento metabólico), funções cognitivas (memória, atenção e raciocínio) e no controle de variáveis psicológicas (ansiedade e depressão), além de contribuir para o tratamento de doenças associadas ao processo de senescência, como obesidade e diabetes, por exemplo”, explica o professor.

EXERCÍCIOS RECOMENDADOS

De acordo com Paulo, o importante é se mover e ter prazer naquilo que faz. “A especificidade do exercício promove ganhos também específicos, por exemplo exercícios resistidos, como aqueles realizados em academia, parecem ser os mais indicados para ganho de massa muscular. Então, a escolha depende da necessidade do idoso e, principalmente, do prazer dele em realizar o exercício”, aponta o professor que diz acreditar que o exercício mais recomendado é aquele que faz a pessoa se sentir bem e que atinja as suas necessidades.

Outro detalhe é considerar a prática regular e programada de exercícios, isso porque, para que tenha resultado, alguns princípios básicos do exercício devem ser respeitos, dentre eles a adaptação, progressão, especificidade das atividades e avaliação, ressaltando a importância do acompanhamento do profissional em Educação Física. “Os efeitos são potencializados quando o praticante tem prazer em realizá-los”, alerta Paulo.

ALONGAMENTOS?

O professor Paulo diz que alongamentos promovem benefícios, mas revela não acreditar que são a melhor opção. “Acho que o estímulo, ou o tipo de exercício, tem que ser diversificado. Mas o alongamento tem importante função na preparação de práticas de exercício. Isso porque, quando se realiza alongamento, ocorrem estímulos ao sistema sensorial, preparando o corpo para a prática em si. O alongamento pode ser voltado para o tipo do exercício, por exemplo pessoas que fazem caminhada comumente dão ênfase aos membros inferiores. Neste caso, alongamentos de 10 a 15 segundos são recomendados. Já, se o enfoque é flexibilidade, o alongamento deve ser com mais de 15 segundos e representa ganhos de amplitude articular. Então, recomendo que o alongamento seja geral, envolvendo o máximo de articulações possíveis”, conclui.

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