Carine Corrêa

Os cachorros também circulam pela propriedade particular, que contém pilares de concreto
Os cachorros também circulam pela propriedade particular, que contém pilares de concreto

Pouco mais de vinte cachorros são abrigados em uma casa situada no final da Rua 3-PE, no bairro Pq. dos Eucaliptos. O assunto é complicado, já que recentemente o idoso residente nesse imóvel, situado em meio a um matagal, recebeu uma ameaça com os dizeres: “Você tem uma semana para dar um jeito nesses cachorros, ou vou matar tudo”, dizem no papel.

Ivo Alteia, que tem uma propriedade na região, expõe o problema pelo qual o idoso passa. Ele relata que, apesar de não ter condições para cuidar dos cães, ele o faz. O senhor de idade conta com a ajuda de outras pessoas nessa empreitada de trazer cachorros de rua para fornecer cuidados necessários, embora com algumas dificuldades. O pai de Ivo Alteia é uma das pessoas que diariamente alimentam e ajudam os cachorros que circundam todo o bairro e se abrigam especialmente em uma propriedade particular, onde há alguns pilares de concreto.

Há poucos dias três cachorros foram encontrados mortos na região. O pai de Ivo Alteia, que preferiu preservar sua identidade, suspeita que as mortes dos caninos tenham relação com a ameaça feita na carta.

O problema toma uma dimensão ainda maior, tendo em vista que as condições financeiras do idoso, que se abriga no imóvel em meio ao matagal, impossibilitam que continue cuidando dos animais. Sem castração, a tendência é que a matilha continue crescendo e se expandindo pelas ruas do Parque dos Eucaliptos.

Medidas

Em consulta ao advogado Mauro Cerri, presidente da Comissão de Direitos Animais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Rio Claro, ele explicou que, no caso da ameaça, o idoso pode tomar duas providências: uma jurídica e uma de natureza pedagógica.

“É preciso levar o caso para o conhecimento das autoridades policiais, através do registro do boletim de ocorrência”, orientou. Ele ainda explica que, no mínimo, o caso se configura como crime de maus-tratos e eventualmente como ameaça contra a pessoa. “Quem avaliará é o delegado de polícia”, acrescentou Cerri.

A segunda medida está relacionada a fatores pedagógicos, que podem inibir a ação do ameaçador, como por exemplo implantar faixas na região ou distribuir panfletos que expliquem a situação de ameaça.

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