Jaime Leitão

Instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado nesse momento de alta descontrolada dos casos de Covid-19, ao contrário do que afirmou o presidente do Senado Rodrigo Pacheco, é mais do que necessário e essa decisão não poderia ser adiada.

Acertou o ministro Barroso, do Supremo, ao determinar, seguindo o que está previsto na Constituição, que essa CPI se instale.

Não haveria CPI se o presidente Bolsonaro tivesse agido de forma a liderar o combate à pandemia, utilizando máscara e distanciamento social e não ficasse pregando curas milagrosas, que podem, segundo a maioria dos cientistas, causar efeitos colaterais graves e até matar.

O presidente do Senado acatou a decisão do ministro do Supremo, discordando do atual momento, dizendo que é hora de somar forças, de união nacional, não de criar mais conflitos.

Mas é importante frisar que quem mais provocou conflito e confronto até agora foi o próprio presidente, na sua recusa de seguir a ciência, inclusive afrontando cientistas e jornalistas, tratando a vacina e os números avassaladores de mortes com o maior desprezo.

Em vez de agregar, desagregou e continua nessa linha até agora, criticando governadores e, depois da decisão de Barroso de instalar a CPI, partiu para ataques contra ele, como se o presidente não pudesse ser investigado pelas suas atitudes irresponsáveis.

O Brasil vive hoje a maior crise sanitária e humana de toda a História. E o presidente age como se nada de grave estivesse acontecendo. A sua meta é a reeleição em 2022. Não importa que morram mais cem ou duzentos mil pessoas. A sua preocupação é outra.

Teremos dias ainda mais tumultuados nas próximas semanas. O governo se move para convencer alguns senadores a repensar o seu voto em favor da CPI.
É importante trazer à tona fatos que poderão esclarecer uma realidade que o presidente insiste em ignorar. A gripezinha não passa de uma construção retórica, sem o mínimo cabimento e lógica. Gripezinha não mata 300.000 pessoas ou mais.

CRIME BÁRBARO

Causou grande comoção nos últimos dias a notícia de que o menino Henry, de 4 anos, foi assassinado, após análise balística feita por peritos, pelo padrasto, dr. Jairinho, com suposta cumplicidade da mãe.

Todos ficamos mais do que indignados, com uma sensação de que certos seres humanos são capazes das maiores atrocidades e ainda assim posam de santos.  Dr. Jairinho, no seu quinto  mandato de vereador no Rio, aparece em um vídeo ao lado de uma evangélica, no qual afirma que dr. Jairinho, que também é médico, é uma pessoa boa, a favor da família e um bom filho de Deus.

Novas denúncias vêm surgindo de ex-namoradas que atestam a forma agressiva de ele agir, principalmente contra crianças.

Muito triste esse fato. Escabroso.

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