Foto: @matheuscolagrai_corretor

Por volta das 18h30 do dia 30 de junho de 2021, os rio-clarenses foram surpreendidos por um barulho que ecoou em várias regiões da cidade. Logo os primeiros vídeos começaram a circular pelas redes sociais revelando o que havia acontecido. Um caminhão tinha explodido no pátio de um posto de combustíveis (Auto Posto Confiante 4) localizado às margens da Rodovia Washington Luís (SP-310) deixando um rastro de destruição e apreensão.

O som das sirenes do Corpo de Bombeiros, ambulâncias, Polícia Militar e Guarda Civil Municipal tomaram conta das ruas começando uma corrida contra o tempo para socorrer os feridos e controlar as chamas evitando assim uma tragédia ainda maior em razão do local da ocorrência. Infelizmente uma morte foi registrada: a do motorista Jovino Rocha de Andrade de 51 anos de idade.

Ao longo deste um ano, o trabalho da Polícia Civil para apurar os fatos e culpados foi ininterrupto e ficou a cargo do delegado Dr. Carlos Alberto Schio Filho, que recebeu a reportagem do JC para falar sobre o andamento das investigações que ainda não terminaram.

Dr. Carlos Alberto Schio Filho (delegado responsável pelo caso) mostra que a investigação descobriu que a empresa de Charqueada, onde os produtos químicos foram carregados, tinha uma placa de interditada por “condições ambientais inadequadas”.

JC: Como o senhor avalia essa investigação? Podemos chamar de complexa pela proporção e consequências?

Delegado: Um trabalho extremamente complexo e delicado que envolve termos técnicos, várias áreas de conhecimento, física, química, regulamentos e decretos.

JC: Algum ponto, objeto recolhido, imagem, peça, prova que foi fundamental no andamento das investigações?

Delegado: Todas as provas foram levadas em consideração. Foram 40 pessoas ouvidas, perícias técnicas, relatórios policiais, entrevistas, consulta com autoridades e formação do arcabouço probatório.

JC: Até o momento que pontos foram esclarecidos e o que falta saber? O que pode ser divulgado?

Delegado: Vários pontos já foram esclarecidos. Já foram ouvidos o 1º núcleo que são os funcionários e responsáveis pela transportadora e pela empresa química. Falta apenas o núcleo de responsabilidades dos sócios das empresas de transporte e química.

JC: Quais eram os produtos que estavam dentro do caminhão que explodiu?

Delegado: Peróxido de Hidrogênio que dependendo da concentração pode ser um produto de limpeza, acetona ou até mesmo um combustível para foguete e ácido fórmico.

JC: O caminhão fazia algum tipo de transporte irregular que não tinha autorização? O motorista sabia disso?

Delegado: O caminhão era novo, de um empresa idônea. A Polícia Civil fez uma vistoria na sede que fica em Sertãozinho. O problema era que o veículo não ostentava as placas de risco e não tinha a simbologia que indica os perigos dos produtos. No mês de março deste ano também descobrimos que a autorização do motorista para o transporte de produtos perigosos (MOPP) estava vencida desde 2015.

JC: É possível afirmar que o caminhão já chegou com um princípio de incêndio no posto?

Delegado: Existem três posições neste caso. O motorista nega que chegou com foco de incêndio. O relatório de investigação que são as imagens colhidas não levam a essa conclusão. Já algumas testemunhas afirmam que o caminhão já estava com um fogo de incêndio no eixo traseiro.

JC: Qual a estimativa para termos uma conclusão dos fatos que levaram a essa tragédia?

Delegado: Dependemos das oitivas em outras circunscrições do Estado, mas posso dizer que as conclusões estão praticamente formadas e logo serão divulgadas por completo.

RELEMBRE NOS LINKS ABAIXO VÍDEOS DO DIA DA EXPLOSÃO

https://web.facebook.com/watch/live/?ref=watch_permalink&v=4239152359497957

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