PF faz operação contra hackers que derrubaram ConecteSUS no ano passado

Folhapress

A Polícia Federal cumpre na manhã desta terça-feira (16) mandados de busca e apreensão em uma investigação contra suspeitos de ataques hackers a sistemas de órgãos federais realizados no final de 2021.

Os suspeitos teriam atuado na derrubada de sistemas, entre eles o ConecteSUS, responsável pelo certificado nacional de vacinação e que saiu do ar em dezembro de 2021.

À época, os usuários que acessavam o aplicativo encontravam um recado afirmando que os dados do sistema haviam sido copiados e excluídos e estavam nas mãos do grupo invasor. “Nos contate caso queiram o retorno dos dados”, dizia a mensagem.

O objetivo da operação, batizada de Dark Cloud, é avançar na apuração que mira, diz a PF, “uma organização criminosa transnacional dedicada à prática de crimes dessa natureza, visando entidades públicas e privados no Brasil, Estados Unidos, Portugal e Colômbia”.

No Brasil, além do Ministério da Saúde, o grupo promoveu ataques contra sistemas da CGU (Controladoria-Geral da União), Ministério da Economia, Enap (Escola Nacional de Administração Pública), ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre), PRF (Polícia Rodoviária Federal), entre outros.

Além de órgãos públicos brasileiros, o grupo também teria atuado nos ataques a empresa Localiza Rent a Car, à Sociedade Independente de Comunicação, canal televisivo privado em Portugal, e à empresa norte-americana Electronic Arts.

Os hackers, apontou a apuração, utilizaram credenciais legítimas de suas vítimas e desbloqueavam as camadas de segurança por meio de técnicas de engenharia social.

Na operação, a PF cumpre oito mandados de busca e apreensão na Paraíba, em Minas Gerais, no Paraná e em Santa Catarina e são apurados os crimes de organização criminosa, invasão de dispositivo informático, corrupção de menores e lavagem de capitais.

Santa Gertrudes celebra aniversário de 74 anos nesta terça-feira (16)

O mês de agosto é de festa para a cidade de Santa Gertrudes, que celebra hoje, terça-feira (16), 74 anos de emancipação política.

Nos últimos dias, a população já foi presenteada com shows do grupo “Só Pra Contrariar”, da dupla “Maria Cecília e Rodolfo” e “Fernando e Sorocaba”. Além disso também foi realizado o tradicional “Baile da Cidade” e o 1º Encontro de Carros Antigos no Parque.

Hoje, a programação começou logo às 8 horas com o hasteamento da bandeira na Prefeitura Municipal localizada na Rua 1-A, número 332, no Centro. À noite, a partir das 19 horas, a dupla “Marcos Paulo e Marcelo” canta sucessos sertanejos no Pátio da Aspacer. A entrada é gratuita.

“O objetivo é oferecer boas atrações para que a população de Santa Gertrudes e região possa usufruir de momentos de alegria e celebrar os 74 anos do município. Preparamos uma infraestrutura especial e adequada para isso”, afirmou o prefeito Lazaro Noé da Silva (Gino).

E continua…

  • 19/08 Sexta-feira (19h) – Projeto Santa de Bamba e Grupo Batucada Boa (Pátio da Aspacer)
  • 20 e 21/08 Sábado e Domingo (14h às 23h) – Tarde do Rock- Encerramento com Rubber Soul Beatles (Pátio da Aspacer)
  • 21/08 Domingo (9h às 12h) – Estreia do Espetáculo “Pé Vermelho ao Céu” (Estação Ferroviária de Santa Gertrudes)

José Pereira é reeleito presidente da Câmara em nova Mesa Diretora para 2023/24

A Câmara Municipal de Rio Claro passa a contar a partir de janeiro com uma nova formação na Mesa Diretora. Em votação realizada nessa segunda-feira (15), os novos componentes foram eleitos para os trabalhos do biênio de 2023 a 2024. O presidente José Pereira foi reeleito para o cargo com vitória unânime entre os presentes, sendo 18 votos, já que apenas o vereador Thiago Yamamoto (PSD) não estava presente na sessão. A reeleição já era aguardada diante da unidade articulada entre os vereadores, que veem na figura de Pereira um presidente atuante para o bom andamento dos trabalhos no Poder Legislativo.

Em pronunciamento, o vereador declarou que “nesse um ano e oito meses fiz o que pude, tive algumas experiências e tenho certeza de que essa experiência que adquiri vou praticar melhor ainda neste biênio. Vocês têm a porta aberta para o diálogo, estou como presidente, mas não sou dono da verdade e da razão, quero diálogo e paz. É disso que precisamos”, afirmou. Em seguida foi realizada a votação para a vice-presidência, em que foi eleito Serginho Carnevale (União Brasil).

Em sua defesa, declarou que seu partido – a maior bancada hoje na Câmara – chegou ao consenso do seu nome. Como oponente, o vereador Geraldo Voluntário (MDB) colocou-se à disputa, recebendo votos favoráveis de Carol Gomes (Cidadania) e Moisés Marques (PP), além dele próprio. Porém, os demais presentes votaram em Serginho, que conquistou o cargo para o novo biênio.

O vereador Adriano La Torre (PP) foi reeleito primeiro secretário também de forma unânime entre os vereadores que compareceram à sessão, fato que também já era aguardado diante do trabalho realizado até o momento. O atual vice-presidente, Hernani Leonhardt (MDB), foi eleito segundo secretário, no lugar do atual Julinho Lopes (PP). Leonhardt recebeu apenas votos contrários de Carol Gomes, que o criticou diante de o emedebista não ter votado a favor do parceiro de partido, Voluntário.

Invasão à antiga quadra esportiva no Cidade Jardim vira problema para moradores

O que um dia já foi espaço educacional e de práticas esportivas, hoje é motivo de preocupação e até mesmo medo para moradores do bairro Cidade Jardim.

A antiga quadra localizada na Avenida 23, entre as ruas 5 e 6, que pertencia à Escola Estadual Joaquim Ribeiro, é alvo de invasão e, segundo a vizinhança, o fato toma proporções cada vez maiores a cada dia que passa. “O fato é que o local está há muito tempo abandonado e ocupado. Antigamente a situação era mais tranquila, mas de uns três meses para cá o número de usuários de drogas e meliantes aumentou consideravelmente e acendeu o sinal de alerta”, afirma uma moradora da região que, por medo de represálias, prefere manter o anonimato.

Já um outro morador afirma: “O número de furtos aqui no bairro tem aumentado. A maioria dos moradores é de idosos e, quando não tem ninguém em casa, esses invasores da quadra aproveitam para cometer crimes, como furto de fios, torneiras, entre outros. Quando chamamos a polícia, afirmam que nada podem fazer por ser uma área pertencente ao Estado. Estamos de mãos atadas”.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do Estado de São Paulo que, após consultar o sistema de gerenciamento de imóveis do estado, constatou que a área pertence à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. A demanda foi encaminhada a eles, que afirmaram que, assim que tiverem uma resposta, irão enviar ao JC.

De olho no espaço

Não é segredo que a Câmara Municipal de Rio Claro almeja um prédio próprio para se ‘separar’ da prefeitura municipal. Algumas áreas já foram cogitadas, como o Espaço Livre da Avenida Visconde. O espaço em questão e é alvo de reclamações desta reportagem também está na lista do Legislativo.

Em busca de solução

O deputado estadual Aldo Demarchi também já tomou conhecimento da problemática enfrentada por moradores do bairro. A reportagem entrou em contato com a assessoria do parlamentar, que informou: “Como a área pertence ao Estado, o deputado vai tentar que seja aproveitada para algum órgão público. Uma das possibilidades é a instalação do IML e da Polícia Científica, que necessitam de prédios próprios e já existe previsão de recursos na Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023 a partir de emenda do próprio deputado Aldo Demarchi”.

O que diz a prefeitura

O JC também procurou a prefeitura de Rio Claro, que em nota afirmou: “Embora a área pertença ao Estado, a prefeitura está realizando algumas ações no local para reduzir transtornos aos moradores daquelas imediações. Com aval do governo estadual, a Secretaria Municipal de Segurança fez na semana passada abordagem a pessoas que circulavam naquele espaço, retirado-as do local. Outras secretarias municipais estão envolvidas nesse trabalho, realizando limpeza e outros serviços. A Guarda Civil também está intensificando rondas nas proximidades para coibir a presença de andarilhos naquele local”.

Cidades gaúchas sofrem com destruição provocada por vendaval de até 120 km/h

Folhapress

O ciclone extratropical que era esperado nesta segunda-feira (15) na região Sul do país deixou um rastro de destruição em várias cidades da região de Porto Alegre (RS) no início desta noite. Houve ventos de até 120 km/h, segundo a MetSul Meteorologia.

Um dos municípios mais atingidos foi Canoas, que teve rede elétrica danificada, ruas bloqueadas pelos fios ou por vegetação, telhados destelhados e até a estrutura do Hospital Nossa Senhora das Graças sofreu avarias.

Tanto que a prefeitura da cidade divulgou uma nota nas redes sociais informando do problema no hospital e pedindo para os cidadãos evitarem ir ao local nas próximas horas.

“Ainda não temos total noção do que aconteceu, sabemos de rede elétrica danificada, de casas destelhadas e tivemos relatos do Hospital Nossa Senhora das Graças que teve a estrutura danificada. Não temos total conhecimento, mas vamos trabalhar durante a madrugada para ajudar no que for possível”, disse a Defesa Civil de Canoas.

Segundo o órgão, cerca de 500 mil pessoas ficaram sem energia elétrica por causa das avarias na rede provocadas pelo temporal.

Além dos ventos fortes, a região também sofreu com uma tempestade de granizo, alguns do tamanho de bolas de golfe. Isso provocou danos nos telhados e nos carros, principalmente em Rio Pardo.

De acordo com o prefeito de Rio Pardo, Rogério Monteiro, metade das casas da cidade foram destelhadas. A prefeitura distribui lonas para a população. “Peço que tenham calma”, ele pediu aos moradores da cidade, em vídeo divulgado nas redes sociais.

Segundo relatos de moradores, a base aérea de Canoas registrou vento de 120,5 km/h. Até o shopping da cidade teve as portas arrancadas pelas rajadas, como foi possível acompanhar em vídeos.

Segundo a MetSul, a página Acontecimentos Cachoeirinha publicou uma foto de uma torre de transmissão de energia caída no Jardim do Bosque, no município de Cachoeirinha. O detalhe é que essas torres são projetadas para resistir a vento muito intenso de até 150 km/h, segundo o instituto.

Em Porto Alegre, um homem desapareceu nas proximidades da rua da Represa e é procurado por equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Brigada Militar.

Equipes da prefeitura atendem as emergências causadas pelo temporal. Entre as emergências estão a desobstrução de vias e distribuição de lonas.

A Prefeitura de Eldorado do Sul também distribui lonas para os moradores que tiveram as casas destelhadas.

Em Gravataí, a imagem de Nossa Senhora dos Anjos, um dos símbolos da cidade, foi para o chão e um abrigo de moradores de rua ficou totalmente destelhado após a tempestade. Os abrigados foram levados para a sede de um Centro de Tradições Gaúchas.

Houve destelhamento também em uma escola municipal e em repartições públicas. Dezenas de árvores e placas caíram nas ruas e o fornecimento de energia elétrica foi interrompido.

As aulas em escolas municipais foram suspensas nesta terça (16) em Canoas, Cachoeirinha, Rio Pardo e Eldorado do Sul. Em Gravataí, a suspensão das aulas é em toda a rede de ensino, devido aos estragos provocados pelo temporal.

A explicação para a força da tempestade foi o encontro da frente fria trazida pelo ciclone extratropical com o calor que fazia na região durante o dia, em algumas cidades com mais de 30°C. Isso provocou a formação do que é chamado de supercélulas, dando origem à tempestade, segundo a MetSul.

O instituto alerta que o temporal está seguindo rumo ao norte e chegará a outros estados nesta terça.

“O sistema frontal avançará durante a terça pelos estados de Santa Catarina e do Paraná, atingindo ainda parte do Mato Grosso do Sul e algumas áreas do Oeste e do Sul de São Paulo. É o que vai levar chuva para as cidades de Florianópolis e Curitiba”, destaca a MetSul.

Na capital paulista, a frente fria deve chegar no fim da tarde da próxima quarta-feira (17), mudando o tempo e também provocando chuva e ventania, principalmente, no litoral.

Presidenciáveis declaram bens de R$ 197 a fortuna de R$ 97 mi

Folhapress

O patrimônio declarado pelos 12 candidatos inscritos pelos partidos ou pelas coligações para a disputa da Presidência da República nas eleições de outubro deste ano soma R$ 145 milhões, indo de um que se resume a uma caderneta de poupança de R$ 197 a outro relativo a uma fortuna informada de R$ 97 milhões.

O prazo de registro das candidaturas se encerrou nesta segunda-feira (15). O número de presidenciáveis pode ser reduzido a dez até a realização das eleições devido à retirada da candidatura de Pablo Marçal pelo Pros, ainda passível de ratificação pela Justiça, e à possibilidade de Roberto Jefferson (PTB) ser considerado inelegível.

O candidato do PTB foi condenado no escândalo do mensalão, em 2012, e teve a pena perdoada quatro anos depois, em 2016, mas isso não teria o efeito de afastar a inelegibilidade de Jefferson, que só venceria em 2030.

Em abril, por exemplo, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, que assume o a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta terça-feira (16), afirmou que o indulto individual concedido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao deputado Daniel SiIveira (PTB-RJ) não afastava a inelegibilidade decorrente de condenação imposta ao parlamentar pelo STF.

Seja qual for o número final de presidenciáveis, ele ficará na média das últimas eleições. Em 2018, foram 13 candidatos disputando o Palácio do Planalto. Quatro anos antes, eram 11 nomes nas urnas.

A eleição direta com o maior número de concorrentes foi a primeira após o fim da ditadura no país, realizada em 1989, quando 21 candidatos disputaram a sucessão de José Sarney. Venceu Fernando Collor (PRN), hoje senador e candidato ao governo de Alagoas.

Na outra ponta, o pleito com menos nomes na disputa foi o de 2002, com apenas seis candidatos, vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), favorito nas pesquisas de intenção de voto para a reeleição neste ano.

O maior patrimônio declarado agora é de Marçal, mas o seu caso é ilustrativo da fragilidade da legislação e dos mecanismos de controle sobre essa questão. O informe de bens tem caráter declaratório e não é cruzado com nenhuma outra fonte de informações dos órgãos públicos.

Em tese, omitir bens ou declará-los de forma incorreta pode se enquadrar no crime de falsidade ideológica eleitoral (artigo 350 do Código Eleitoral), mas condenações são dificílimas pois entende-se que deve ser provado dolo e que as informações inverídicas lesaram a disputa de forma relevante.

Marçal, que é coach motivacional e empresário, declarou inicialmente ao TSE um patrimônio de R$ 16,9 milhões. Em entrevista posterior à Folha de S.Paulo, mencionou que a assessoria do partido havia errado e que ele controlava um grupo de 20 empresas, sendo que só uma delas tinha um capital social de R$ 100 milhões.

Dias depois, porém, a retificação dos bens informou o valor de R$ 96,9 milhões como patrimônio total.
José Maria Eymael, no nanico DC, é outro exemplo: inscrito para sua sexta candidatura presidencial, um recorde só igualado por Lula, Eymael declarou ter empobrecido nos últimos quatro anos em 75% -de R$ 6,1 milhões em 2018 para R$ 1,58 milhão agora.

Procurada, sua assessoria disse ter havido um equívoco da assessoria jurídica do partido, que não lançou créditos a receber, benfeitorias em imóveis e outros valores. Segundo a assessoria, a declaração será retificada para um valor total de R$ 6,6 milhões.

Lula declarou à Justiça ter patrimônio de R$ 7, 4 milhões, valor inferior ao declarado em 2018, quando afirmou ter R$ 8 milhões -na época, ele teve a candidatura barrada pela Lei da Ficha Limpa e foi substituído por Fernando Haddad (PT) na disputa. A quantia atualizada pela inflação chega a R$ 10,2 milhões.

O presidente Bolsonaro declarou um total de R$ 2,3 milhões em bens. Em 2018, havia informado R$ 2,29 milhões (R$ 2,9 milhões se corrigidos pela inflação).

O candidato que declara ser o mais pobre na disputa presidencial é o técnico de mecânica Léo Péricles (UP), que informou ter apenas uma caderneta de poupança com saldo de R$ 197.

Como Eymael ainda irá retificar sua declaração de bens, não é possível saber de forma exata quais são os tipos de patrimônio mais comuns entre os presidenciáveis. Sem a retificação, empresas (R$ 115 milhões) e imóveis (R$ 10,5 milhões) são os bens que lideram o ranking.

Frente fria deve trazer chuvas e quedas drásticas de temperatura para Rio Claro

O tempo deve mudar drasticamente nos próximos dias em Rio Claro e região. A mudança se dá por uma frente fria que se aproxima.

Segundo o técnico Carlo Burigo, do Ceapla/Unesp/Prefeitura, já amanhã, quarta-feira (17), a população deve começar a notar as mudanças com a possibilidades de chuva no período da noite até a quinta-feira.

Ainda de acordo com Burigo, após as chuvas, as temperaturas devem ter uma queda considerável mais perto do fim da semana, com as mínimas girando em torno de 8°C e 10°C e as máximas parando em 17°C. Para efeito de comparação, nesta terça (16), a temperatura mínima é de 17°C e a máxima de 31°C.

Falecimentos: confira a necrologia de 16/08/2022

Alzira Pinheiros Turato – 84 anos. Faleceu dia 14, às 16h05, em Cordeirópolis. Era viúva de Antonio Turato, deixou os filhos Izabel c/c Rubens, Leonor c/c Roberto, Lazaro c/c Marizete, Valdirene c/c Valter, Vanderlei c/c Fabiana, Sandra c/c Paulo, Candida c/c Carlos, Rosalina, 12 netos e bisnetos. Foi sepultada no Cemitério Municipal de Cordeirópolis;

Antenor Vicente – 91 anos. Faleceu dia 13, às 04h25, em São Paulo. Deixou viúva Rute Fazan Vicente, os filhos Roseli e Antonio. Foi sepultado no Cemitério São João Batista;

Antonio Oliveira de Santana – 74 anos. Faleceu dia 13, às 15h00, em Rio Claro. Deixou viúva Maria São Pedro de Araujo Santana, os filhos Nivaldo c/c Maria, Nilson, Nivania, Nieli, Nerivaldo (falecido) e 7 netos. Foi sepultado no Cemitério Vila Resende, em Piracicaba;

Apparecida Saipp Ferreira, Cida – 86 anos. Faleceu dia 15, às 08h10, em Rio Claro. Era viúva de Paulo Xavier Ferreira, deixou os filhos Augusto c/c Vilma, Vandelei c/c Joseli, Maria de Lourdes c/c José Antonio, Donizeti c/c Sueli, Arlindo c/c Lilian, Luciano c/c Maria, vários netos e bisnetos. Seu sepultamento dar-se-á hoje, dia 16, às 10h30, seguindo o féretro do Velório Memorial Cidade Jardim para o Cemitério Memorial Cidade Jardim;

Arlindo Urrea Milano, Vô Cido – 89 anos. Faleceu dia 14, às 21h40, em Rio Claro. Era viúvo de Aparecida Gibilin Milano, deixou os filhos Terezinha, José Carlos, Vera Lucia, Neide, Silvana, Marli c/c Rubens, Claudio c/c Cristina, 10 netos e 9 bisnetos. Foi sepultado no Cemitério Memorial Cidade Jardim;

Edi Chiarelli Butolo – 80 anos. Faleceu dia 14, às 08h30, em Rio Claro. Era viúva de Valdir Antonio Butolo, deixou o filho Alfredo Luiz c/c Simone Regina, a neta Nicole c/c Thiago. Foi sepultada no Cemitério São João Batista;

Eunice Luciano – 80 anos. Faleceu dia 13 em Rio Claro. Era viúva de Antonio Luciano. Foi sepultada no Cemitério São João Batista;

Everaldo Vieira da Silva – 64 anos. Faleceu dia 15. Foi sepultado no Cemitério São João Batista;

Fernando Pereira – 76 anos. Faleceu dia 15 em Rio Claro. Deixou os filhos Vilma c/c Isaías, Adriana, Tarcísio c/c Maria Lucia, Suzana c/c Dário, Cristina, João Carlos, Sara, Luciano (falecido), irmãs, netos e bisnetos. Seu sepultamento dar-se-á hoje, dia 16, às 11h00, seguindo o féretro do Velório Municipal para o Cemitério Memorial Cidade Jardim;

Iracema Eves da Silva – 80 anos. Faleceu dia 15 em Rio Claro. Era viúva de Luiz Bento da Silva, deixou os filhos Antônio e Miguel (ambos falecidos), Cleusa, Teresa, Valmiro e Neusa. Foi sepultada no Cemitério São João Batista;

José Moacir Stocco Morandin – 47 anos. Faleceu dia 14 em Rio Claro. Deixou os filhos Welington, Thalia e Ana Paula. Foi sepultado no Cemitério São João Batista;

Mariana Aparecida Martins – 50 anos. Faleceu dia 14, às 20h49, em Rio Claro. Era viúva de Valdomiro Marques Filho, deixou a mãe Neide Baptista Martins, os filhos Leandro c/c Alessandra, Leonardo c/c Geovana, Leomar, Monique c/c Antonio, Greice c/c Bruno, Paulo (falecido), e 8 netos. Foi sepultada no Cemitério São João Batista;

Rubens Leonel Zério Guerra – 57 anos. Faleceu em Rio Claro. Foi sepultado no Cemitério São João Batista;

Victorio Rosa – 88 anos. Faleceu dia 13, às 17h20, em Campinas. Era viúvo de Odilia Alves Amorim Rosa, deixou a filha Wilma, 2 netos e 2 bisnetos. Foi sepultado no Cemitério Memorial Cidade Jardim;

Wilson de Jesus Ferreira – 51 anos. Faleceu dia 12 em Rio Claro. Deixou os filhos Alisson, Felipe, Nicolas e Isabela. Foi sepultado no Cemitério São João Batista;

Artistas de agronejo misturam funk e pop para criar o caipira ostentação

Folhapress

“Bota o chapéu na cabeça, botou bota, bota em mim. Quicando no fazendeiro, galopando gostosinho”, canta Ana Castela, de 18 anos, no refrão de “Juliet e Chapelão”, antes dos versos de Luan Pereira, também de 18 anos -“ela se amarra e monta no peão sem sela”.

A faixa, com produção do DJ Chris no Beat, traz batidas eletrônicas como uma música pop, mas fala sobre o estilo de vida caipira, com versos construídos como uma letra de funk.

A mistura marca um novo estilo dentro da música sertaneja, chamado de sertanejo agro ou agronejo, que há uns seis meses vem crescendo no streaming e nas redes sociais. A ideia é absorver uma estética mais urbana e ao mesmo tempo tornar os temas ainda mais relacionados à cultura da roça -ou, como cantam Gino & Geno, da “galera do chapéu”. Nos versos de “Pipoco”, “nós junta juliet [óculos esportivos espelhados que são ícones do funk] e chapelão”.

Para Chris no Beat, esse movimento começou com “Os Menino da Pecuária”, música de Leo & Raphael, de abril de 2021, que traz uma linguagem de ostentação, própria do funk, para exaltar a agropecuária -“calculo o valor que tá o gado, quantas Ferrari tem aqui nesse pasto”. A faixa se desenrola com uma batida de EDM -electronic dance music- e sons de berrante.

“Essa música quebrou muitas barreiras”, diz o DJ. “Na sequência, a gente veio com essa modernidade. O antigo agro é visto de outra forma. Esse novo agro, que mistura música eletrônica, funk, letras mais ousadas, chapéu -esse é o nosso agro. E vem dando certo.”

Desde “Os Menino da Pecuária”, o sertanejo agro vem emplacando hits com diferentes artistas, mas a bolha parece ter sido furada mesmo com “Pipoco”, faixa de Ana Castela e Chris no Beat com participação da MC Melody. A música está há quase um mês no topo da lista de músicas mais ouvidas do Brasil no Spotify.

Nascida em Sete Quedas, em Mato Grosso do Sul, Castela cresceu fã de Marília Mendonça, mas tem uma pegada diferente do chamado “feminejo”. “Sou muito eclética”, ela diz. “Não sou sertanejo, não canto sertanejo. Quem canta sertanejo é Maiara e Maraisa, Marília Mendonça. Eu canto agro -agro com pop, agro com funk. Meu estilo na roupa é sertanejo, mas o que sai da minha voz é diferente. Sou do agro e gosto de Luísa Sonza, de Anitta. Por que não juntar?”

Conhecida como a Boiadeira, nome de seu primeiro single, Castela até tem músicas sobre relacionamentos, mas a sofrência fica de lado em meio a letras sobre a cultura e a moda de quem vive no interior. “O cabelo Chanel deu lugar ao chapéu, tá cheia de terra a unha de gel”, ela canta em “Boiadeira”.

“Ela que era cheia de ‘não me toque’ agora tá tocando o gado.”

“Eu tinha cabelo Chanel, cortadinho, que nem fala na letra”, diz a cantora. “Quando a música chegou, eu estava na fazenda ajudando meu pai. Não morei na fazenda, mas ela sempre esteve no meu sangue. Não é um personagem, é meu [estilo] total.”

Castela diz que “está aqui para enaltecer o agro” -ou seja, “usar uma bota, chapéu ou cinto”, falar de quem “mexe com gado, anda a cavalo, gosta do estilo”. Mas seu universo é mais amplo. Em “Neon”, ela canta versos como “não é porque gosto de bota que não posso andar de salto” e “mulher bruta pode rebolar e ser bagaceira”.

“O povo é muito ‘ah, ela é de fazenda, mas tá usando short e sandália'”, diz. “Não é assim. Posso ser da fazenda, usar minha bota no dia a dia, mas quero usar um salto de noite, um tênis, uma roupa diferente. Não é porque sou bruta, menina da pecuária, que não posso sair por aí e rebolar minha bunda em baile funk, entendeu?”

Esse choque da cultura rural com a urbana é retratado em “Nóis É da Roça Bebê”, em que Castela canta sobre uma mulher que é “tipo peão” e encontra “um playboy de carro rebaixado, estilo vida louca, querendo passar mel na minha boca”. “O playboyzinho que a gente fala é um menininho que não entende nada sobre cavalo, boi, e quer conquistar a gente, e aí finge que sabe. Mas isso nunca aconteceu comigo porque eu gosto dos playboyzinhos mesmo.”

Segundo Luan Pereira, que também segue o estilo agronejo, essa imagem do playboy -mais uma pessoa da cidade grande do que um mauricinho clássico- é “uma figura que se criou”. “A gente não desmerece. Rola umas trends na internet dizendo ‘o playboy não faz o que o caubói faz’. Aí a gente pega e faz música com isso. E os próprios playboys cantam.”

Com um vozeirão grave e enrouquecido, Pereira, que nasceu em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, mas cresceu em Rosana, no interior do estado, ascendeu à fama com vídeos nas redes sociais, assim como Castela -mas, diferente dela, não só cantando. “Tem vídeo de cantada, de frase, de reação e eu cantando também. É a minha essência. Gosto de ser engraçado, de ficar fazendo graça perto dos outros”, diz.

O sucesso online dos jovens Pereira e Castela reflete uma entrada maior do sertanejo nas redes sociais. E ele vem acompanhado das mudanças estéticas na música, que são também calcadas no sucesso dos remixes em funk de músicas sertanejas -segmento no qual se destaca o DJ Lucas Beat.

Para Pereira, foi Chris no Beat quem estruturou a sonoridade diferente. “A ideia dele era um projeto para sair da casinha, uma batida de funk com papo caipira. E foi ‘Pira nos Caipira’. A gente fez por fazer e soltamos. Resumindo, bombou no TikTok. Aí começou a mistura com o funk que fez tomar proporção. A galera gosta do diferente, por isso que impactou.”

Esse sucesso também marca mudanças na maneira de se compor. “É um processo americanizado. Você faz a batida e chama o pessoal para escrever”, diz Chris no Beat. “É muito interessante porque acho que [‘Pipoco’] foi a primeira música, para nós, que foi feita dessa forma. Geralmente, pego o violão e vou compor, para depois adaptar em outra coisa.”

“Pipoco” tem uma introdução de berrante e um arranjo de banjo, mas se desenvolve como uma música descaradamente pop. “É um funk, uma música eletrônica”, diz Chris, raro DJ de música sertaneja. “E no papo, a gente fala o que a gente usa aqui. Tipo, ‘debaixo do chapéu você não vai mais sair’. Para nós é uma novidade, igual está sendo para o Brasil inteiro.”

Quem também segue essa linha são Us Agroboy, dupla que se conheceu em Fronteira, no interior de Minas Gerais, e criou o que chamam de “hip-roça”. Tanto Jota Lennon, que foi locutor de rodeio com quatro anos de idade, quanto Gabriel Vittor, tinham uma carreira usual no sertanejo antes de montar o grupo.

“Minha vivência é todo fim de semana um rodeio diferente, e o Gabriel vem da viola caipira, da real essência sertaneja, de família da roça”, diz Lennon. “O Brasil é feito de misturas. Dupla sertaneja com um cara cantando a primeira e o outro a segunda voz é o que mais rola. A a gente quer furar essa bolha. ‘Hip-roça’ é a voz do interior, uma galera que talvez não foi ouvida com uma música com batida mais agressiva, falando que ‘aqui é da roça’.”

A dupla é responsável pelo “Fazendinha Sessions”, espécie de “Poesia Acústica” -série de vídeos musicais que reúnem rappers e funkeiros em formato acústico, sucesso no Brasil- do agronejo. “A ideia foi reunir essa nova geração”, diz Lennon. “Não sei se vai virar um subgênero do sertanejo, mas queremos colocar gente de outros gêneros também -do rap, do funk, fazer a conexão.”

Com estilo mais escrachado, Us Agroboy usam batidas eletrônicas e Auto-Tune, elementos usados no trap, no rap e no funk. Entre suas músicas estão “Senta na Fivela” -em que fazem o “passinho do agroboy”- e “O Agro Nunca Para” -em que dizem “pego a minha caminhonete e o dinheiro da soja e vai tudo pros graves”.

​Assim como outros artistas do agronejo, eles também se apropriam do discurso de ostentação -mas de maneiras diferentes. Se o funk e o rap ostentam correntes de ouro, roupas e carros de marca, o sertanejo agro exalta bota, chapéu, copo térmico Stanley e caminhonete Hilux, entre outras coisas.

“O estilo de ostentação já vem do hip-hop”, diz Vittor. “Se a galera do hip-hop costuma ostentar tal coisa, a gente que é da roça também tem o direito.” Lennon diz que essa ostentação está mais para algo inalcançável. “Talvez seja o sonho de um produtor rural, assim como a gente também tem nosso sonho de ter caminhonetes, fazendas, colheitadeiras.”

Esse tipo de composição recentemente levou a críticas de Jads, dupla com Jadson, expoente de um sertanejo mais rústico e ligado ao campo. Ao podcast do jornalista André Piunti, Jads disse que o gênero “não é o agro, bruto”. “Eles estão misturando com umas batidas” afirmou, e também que “Tião Carreiro está se revirando no túmulo”. “A gente fala de um romantismo, é diferente. Não tem música dizendo que comprei uma Hilux”, acrescentou. “É um agro ostentação, não é aquele que fala da roça.”

“Sou fã das músicas dos caras, mas sou mais velho, tenho 31 anos”, diz Chris no Beat. “Meus fãs têm 20, 18, 13 anos. Acho que eles não escutam Jads e Jadson.” Para Gabriel Vittor, o comentário foi “bastante hipócrita”. “O cara é da cultura da viola caipira, mas sempre gravou com nomes do sertanejo universitário. Pega ‘Eucaliptos’, do Jads e Jadson. É ostentação pura -de eucalipto, grana, dinheiro. Então acho que não é bem por aí.”

Mas independentemente da rusga, há nesse novo estilo -também seguido pela dupla Adson & Alana, autointitulados “os embaixadores do agro”, entre outros- uma defesa generalizada e ferrenha da agropecuária. Antes mesmo do sucesso de “Os Menino da Pecuária”, Leo & Raphael já haviam lançado, em 2019, a música “Agro é Top” -cujo clipe é uma espécie propaganda do agronegócio, destacando a produção de soja e carne bovina no Brasil.

Trata-se de uma pauta atrelada à chamada bancada do boi e que apoia o presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal. Mas os artistas ouvidos pela reportagem negam uma ligação direta entre a política e a cultura que eles exaltam.

“Fiz 18 anos, não me alinho com política”, diz Luan Pereira. “Tenho meus pontos, meus lados, mas não exponho. A galera tira foto e abraça gente da política, mas não me misturo. Meu público tem dois lados.”
Gabriel Vittor diz que “o intuito é defender a galera da roça”. “É o Bolsonaro que está apoiando agora? Beleza. Mas se vier outro presidente que vai apoiar, que seja bom para quem é produtor rural, beleza. Nosso esquema é cantar e representar essa galera.”

Para Chris no Beat, esse alinhamento entre o agronegócio e a direita é “o que a gente vê na mídia”. “Não vejo assim na minha vivência. Sou DJ, não convivo com esse pessoal”, ele diz.

“Nosso estilo vem crescendo porque estamos batalhando. Não temos apoio. Meus amigos aqui, na maioria, não têm um lado. E a gente foi muito abandonado na pandemia, né? Então é difícil falar sobre isso. É normal o pessoal achar que porque a gente usa chapéu a gente vota no Bolsonaro, mas nem sempre é assim. É muito diferente a nossa realidade aqui.”

Hoje, tanto Castela quanto Luan Pereira, Chris no Beat e Us Agroboy moram em Londrina, onde estão as gravadoras que apostam no agronejo, como a Agroplay. E celebram que a bota e o chapéu estão na moda. “Você vai na rua, tem gente de chapéu -no mercado, na farmácia, numa festa eletrônica”, diz Luan Pereira. “Você vê que as pessoas não têm mais vergonha de sair na rua desse jeito. Sou muito grato por isso.”

Unidades de saúde vacinam contra a Covid a partir das 7h30 nesta terça

As unidades de saúde do Cervezão, Avenida 29, Vila Cristina, Wenzel, Ajapi, Mãe Preta, Terra Nova e Bonsucesso são postos de vacinação contra a Covid em Rio Claro. O atendimento será realizado nesta terça-feira (16) a partir das 7h30. O horário de vacinação nas unidades de saúde da família do Terra Nova, Bonsucesso e Mãe Preta é até as 18 horas. Já nos postos de saúde de Ajapi, Vila Cristina, Wenzel, Cervezão e Avenida 29, a vacinação é até as 16h30.

As primeiras doses continuam para quem tem cinco anos ou mais. Para a segunda dose, é necessário observar a data de retorno, marcada a lápis no cartão de vacinação. Já nos maiores de 12 anos a terceira dose é aplicada quatro meses após a segunda dose. A quarta dose é para pessoas com 18 anos ou mais que tomaram a terceira dose há no mínimo quatro meses.

Vacinação gripe

A vacina contra a gripe está liberada para todos com mais de 6 meses de idades e é realizada em todas as unidades de saúde da família e unidades básicas de saúde, com exceção do Boa Vista, que está em reforma.

Hospital A.C. Camargo, referência em câncer em SP, deixará de atender pacientes do SUS

Folhapress

O hospital A.C. Camargo, com quase 70 anos de tradição no tratamento do câncer em São Paulo, deixa de atender pacientes do SUS a partir de dezembro, o que deve piorar o acesso a essas terapias na capital paulista.

Atualmente, mais de 3.000 pessoas no estado aguardam vagas nos Cacons (Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia), reguladas pela plataforma Cross (Central de Regulação de Serviços de Saúde).

A principal razão para o fim dos atendimentos públicos, segundo a instituição, é a defasagem da tabela SUS para consultas, procedimentos e cirurgias, o que faz com que todos os anos o hospital tenha que aportar recursos próprios para cobrir o rombo. Outras áreas, como a da diálise, enfrentam crise semelhante.

Em 2021, por exemplo, a receita do SUS foi de R$ 36 milhões e o A.C. Camargo teve que injetar mais R$ 98,46 milhões, vindos dos atendimentos privados, para fechar as contas. A receita líquida da instituição em 2021 foi de R$ 1,32 bilhão.

Inaugurado em 23 de abril de 1953, o A.C. Camargo foi o primeiro hospital da capital construído com doações da população. Não era ligado a nenhuma instituição de saúde oficial, não tinha respaldo financeiro de organizações religiosas, tampouco patrocínio de colônias de imigrantes, como era usual na época. Com o tempo, também se tornou referência internacional em ensino e pesquisa sobre o câncer.

A instituição, mantida pela Fundação Antônio Prudente, que leva o nome do seu fundador, comunicou no início do ano a decisão à Secretaria Municipal de Saúde, com quem mantém contrato até 9 dezembro deste ano. Os recursos vêm do Ministério da Saúde direto para o município, que os repassa ao hospital.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde disse que foi informada pela fundação sobre a não renovação do contrato e diz que tem realizado reuniões para avaliar a possibilidade da continuidade da assistência por meio da parceria.

A gestão ressalta, porém, que a assistência em oncologia aos pacientes da rede municipal seguirá sendo ofertada por meio dos demais prestadores municipais do serviço, como o Hospital Municipal Dr. Gilson de Cássia Marques Carvalho-Vila Santa Catarina, e outras unidades reguladas por meio da Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços em Saúde), do governo do Estado.

Questionado sobre a falta de reajustes da tabela SUS, o Ministério da Saúde diz que “a tabela não constitui a principal e nem a única forma de financiamento do SUS” e que “os valores são referenciais mínimos, podendo ser complementados pelos gestores estaduais e municipais, de acordo com as demandas e necessidades de cada território”.

Cerca de 1.500 dos 6.500 pacientes do SUS acompanhados pelo A.C. Camargo já foram transferidos pela gestão municipal para centros oncológicos da capital. Outros 5.000 devem ser encaminhados até dezembro, segundo o hospital.

A instituição vinha reduzindo nos últimos anos o número de novos pacientes atendidos pelo SUS. Em 2017, por exemplo, foram 1.500. Em 2022, apenas 96. Já pela porta privada, ingressaram quase 7.000 novos pacientes neste ano. No total, cerca de 230 mil são atendidos anualmente.

Até 2017, o A.C. Camargo mantinha com a prefeitura de São Paulo um contrato (o Cebas, certificação de entidades beneficentes de assistência social), com duração de cinco anos, que previa que 60% dos seus atendimentos fossem dedicados ao SUS.

Segundo Victor Piana de Andrade, CEO do A.C.Camargo Cancer Center, com a defasagem cada vez maior da tabela SUS e o aumento da procura pelos planos de saúde, a instituição optou em 2018 por um novo modelo de contrato, que lhe permitiu ajustar anualmente o percentual de atendimentos SUS de acordo com a demanda do privado. O acordo teve aval do Ministério Público, mas nem assim as contas fecharam.

“Eu tenho a responsabilidade de fazer uma boa gestão dos recursos, de garantir o equilíbrio das contas. A oncologia é cara, a inflação médica é mais alta do que a inflação comum e, com a tabela SUS fixa há 14 anos, e com os custos crescentes, eu não posso trazer esse risco para a instituição.”

Ele cita um exemplo da defasagem. O SUS paga R$ 10 por uma consulta médica, enquanto os convênios, em média, R$ 100. Os valores das sessões de quimioterapia e radioterapia reembolsados pelo SUS são 94% e 71%, respectivamente, inferiores aos pagos pelos planos de saúde.

De acordo com Andrade, a missão da fundação é melhorar oncologia do Brasil e isso não se resume em atendimentos públicos. “Se eu tenho um alto volume de atendimento privado e eu uso isso para formar 130 profissionais todos os anos, estou fazendo bem público. Quando tenho uma pesquisa que faz com que o tratamento fique mais barato, isso é bem público.”

Ele diz o que hospital tentou várias alternativas antes de decidir pelo fim dos atendimentos. Tentou, por exemplo, fazer parte do Proadi, programa do governo federal de apoio ao desenvolvimento do SUS que tem entre os parceiros os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês.

“Nós ganhamos um sim técnico [do Ministério da Saúde] e um não de decisão política. Tentamos mais umas duas vezes, tínhamos projetos muito interessantes, mas não conseguimos. Entendemos que essa porta estava fechada.”

Segundo Andrade, por falta de investimento em prevenção do câncer e diagnóstico precoce, o setor público gerencia hoje filas de pacientes oncológicos avançados. “A gente fica com uma seleção adversa. Cuida dos pacientes avançados e complexos. E a taxa de sucesso é menor. É muito frustrante.”

O hospital enfrentava também outro desafio com os pacientes do SUS. Devido ao vínculo criado com a instituição ou à falta de acesso a outros serviços de saúde, eles acabavam procurando o A.C. Camargo por outros problemas de saúde não relacionados ao câncer. “Se ele cai de moto, ele quer reabilitar aqui. Se ele é diabético, ele quer se tratar aqui.”

De acordo com o Atlas dos Centros de Cuidados do Câncer, do Instituto Oncoguia, 53% dos recursos públicos recebidos pelo A.C. Camargo em 2021 foram para a oncologia. O restante, segundo o hospital, foi para tratar outras questões de saúde do paciente oncológico.

“Se o paciente já terminou o tratamento oncológico, ele deveria ter sido encaminhado para a UBS perto da casa dele para acompanhamento. A gente devia ter feito isso sempre, mas não fizemos. Ficamos 70 anos abraçando como mãe”, conta Andrade.

O hospital chegou a propor à prefeitura de São Paulo se tornar a referência oncológica na cidade, só tratando casos de alta complexidade. Por exemplo, operaria pacientes já vinculados a outros hospitais públicos e depois eles continuariam sendo seguidos nessas instituições. Mas também não teve sucesso. Atualmente, há conversas com o governo do Estado sobre eventuais parcerias.

Em paralelo, a instituição desenvolve um projeto nacional, chamado de missão A.C. Camargo, que envolverá o poder público e o setor privado em ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, além de capacitação de profissionais da atenção primária e de hospitais para o atendimento do câncer.

“Estamos reposicionando nossa responsabilidade social para ganhar uma geografia maior e uma população maior. Queremos usar a nossa influência, nossa credibilidade e também os nossos recursos para montar um ecossistema de atendimento ao câncer.”

Jornal Cidade RC
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