Ameaça ao Rio Corumbataí

Adriel Arvolea

Lixo despejado próximo às margens do Corumbataí: crime ambiental e ameaça ao meio ambiente
Lixo despejado próximo às margens do Corumbataí: crime ambiental e ameaça ao meio ambiente

O Rio Corumbataí é a principal fonte de captação de água de Rio Claro, que é feita pela ETA 2 (Estação de Tratamento de Água) e abastece 60% da cidade. No entanto, a poluição causada pelo homem afeta o recurso hídrico.

No acesso ao Campo do Coxo, área rural, os sacos plásticos, garrafas PET, pneus e material de construção civil são uma ameaça ao corpo d’água. Depositados próximos às suas margens, os resíduos ficam numa curva de nível. Em dias de chuva, a sujeira é levada pela água até o rio. Quem faz o alerta é o vereador João Teixeira Júnior.

“A Prefeitura limpa periodicamente a área, mas há os que insistem em depositar lixo no local. Faltam conscientização e respeito para com o meio ambiente. É grande a quantidade de lixo ali descartado incorretamente. Quem sofre é o Corumbataí e a população, pois ameaça e polui o rio que abastece toda a cidade”, reforça o legislador.

A Bacia Hidrográfica do Corumbataí abrange os municípios de Rio Claro, Itirapina, Analândia, Corumbataí, Charqueada, Ipeúna, Santa Gertrudes e Piracicaba. A bacia ocupa área de 170 mil hectares. Abastece diretamente 500 mil pessoas e, indiretamente, outros cinco milhões de habitantes. Seu principal rio é o Corumbataí, que nasce em Analândia, na Serra de Santana, e percorre 130 km, tendo sua foz no bairro Santa Terezinha, em Piracicaba.

Na tentativa de minimizar os impactos ambientais, o Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae), desde 2009, resgatou o viveiro que hoje em dia produz 20 mil mudas de árvores ao ano, as quais são plantadas na bacia do Rio Corumbataí.

Já, em maio de 2014, a preservação das áreas no entorno das nascentes do Corumbataí foi tema principal de reunião, na Câmara de Piracicaba, entre os parlamentares que integram o Fórum Permanente em Defesa do Rio Corumbataí. Serão realizadas reuniões a curto prazo em cada uma das cidades participantes, com a participação de equipe técnica, para que relatórios individuais possam dar sustentação ao dossiê que apontará as carências da bacia.

O secretário de Manutenção e Paisagismo, Sérgio Guilherme, destaca a importância da participação da comunidade na conservação do serviço. “Quando a comunidade evita o descarte errado de lixo e entulho, o serviço da Prefeitura dura mais e a cidade fica mais bonita e agradável”, reforça.

O serviço de recolhimento de lixo em lugares impróprios é feito pela Secretaria Municipal de Obras. Consequentemente, gera gastos extras aos cofres públicos para o recolhimento dos materiais. É um serviço que apresenta grande demanda.

Ataques do coração aumentam entre os meses mais frios do ano

Adriel Arvolea

Fazer atividades físicas, evitar alimentos com muito sal e gordurosos ajudam o coração
Fazer atividades físicas, evitar alimentos com muito sal e gordurosos ajudam o coração

Em 2014, o Pronto Socorro Integrado (PSMI) de Rio Claro registrou 109 atendimentos de pacientes com quadro de infarto do miocárdio. Os homens lideram as estatísticas. Já neste ano, no mês de janeiro, contabilizam-se dez casos. No entanto, os cuidados com a saúde precisam ser redobrados na estação Outono/Inverno, período em que cresce a incidência de mortes por problemas coronários.

De acordo com o médico cardiologista Edmundo Velasco, é comprovado o aumento de mortes por doença do coração, principalmente o infarto, nesta época do ano. Entre março e setembro, meses mais frios, foram registrados 48 dos 109 casos locais no ano passado. “Não se tem uma explicação lógica para esse tipo de ocorrência, mas acredita-se que no inverno a menor ingestão de líquidos e consequente desidratação do corpo torna o sangue mais concentrado, resultando em problemas dessa natureza”, explica.

Fazer atividades físicas regulares, evitar alimentos com muito sal e gordurosos e ir ao médico regularmente são dicas que o médico dá para uma vida mais saudável. “Como estamos numa estação fria, recomendo a prática de exercícios físicos, menor consumo de alimentos gordurosos e maior ingestão de líquidos”, orienta.

Infarto

Velasco explica que os sinais do infarto variam de pessoa para pessoa, mas devem ser analisados com rapidez e não deixar de procurar um profissional especialista para o atendimento imediato. “Desmaios, aceleração do coração e falta de ar são sintomas clássicos. Porém, o paciente deve considerar o histórico familiar no caso da doença e ponderar a saúde”, observa.

Em caso de um ataque do coração, em primeiro lugar, deve-se deitar a pessoa no chão e observar a respiração da mesma, bem como aferir sua pressão. “Primordialmente, levá-la ao serviço de urgência/emergência ou acionar a unidade de resgate”, reforça o cardiologista..

O infarto é como uma gangrena (morte e apodrecimento), resultante da falta de alimentação do músculo do coração, geralmente diante do entupimento parcial ou total das artérias. Isso pode levar à morte súbita, tardia ou provocar insuficiência cardíaca.

Ajuda

Os sinais clínicos de infarto são: dor no peito ou desconforto torácico; sensação de desconforto nos ombros, braços, dorso (costas), pescoço, mandíbula ou no estômago; palidez da pele, suor frio pelo corpo, inquietação, palpitações e respiração curta também podem ocorrer. Pode haver, também, náuseas, vômitos, tonturas, confusão mental e desmaios. Para o socorro, a vítima deve ser levada para o P.A.Cervezão, UPA 24 horas (Avenida 29) ou ligar para 192 (Samu).

Bagunça de fim de semana na Avenida Kennedy tem reflexos na segunda-feira

Adriel Arvolea

Depois da aglomeração no  final de semana, segunda-feira na Presidente Kennedy é cheia de cacos de vidro
Depois da aglomeração no final de semana, segunda-feira na Presidente Kennedy é cheia de cacos de vidro

Som alto na madrugada, motores roncando, imprudências no trânsito, bebida à vontade e vários veículos estacionados na via pública e calçadas recuadas. Essa é a situação na Avenida Presidente Kennedy aos finais de semana.

A situação é alvo de críticas dos demais motoristas que utilizam o acesso e, principalmente, de moradores das imediações. Apesar das infrações cometidas, as aglomerações continuam sem interferências.

Além do problema aos sábados e domingos, as segundas-feiras, também, sofrem com o que restou da movimentação. Nesta semana, por exemplo, próximo às concessionárias de automóveis, a avenida estava forrada de cacos de vidro, resultado de garrafas de bebida alcoólica quebradas.

Para o advogado Adriano Marchi, presidente da Comissão de Segurança da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Rio Claro, a situação envolve a insuficiência de espaços para lazer da juventude menos favorecida e uma ausência completa de política pública para minimizar o impacto e atender a real necessidade dos jovens.

“Entendo que nos espaços públicos eleitos pelos jovens, não basta a presença da Polícia Militar e da Guarda Civil, cujo papel é específico e delineado pela Constituição Federal. Na verdade, é necessário que as autoridades municipais entendam a rotina e desenvolvam ações reais para minimizar o impacto, limitando horário, volume, velocidade de dirigir veículos”, avalia.

O advogado acredita ser necessário realizar um trabalho maciço e semanal de conscientização, numa linguagem que atenda o público alvo dentro do tema que envolve esta faixa etária. “Falar sobre sexo seguro, respeito a vida, uso de álcool e drogas, além de promover a limpeza do espaço utilizado, de forma a não prejudicar os demais usuários e preservar o meio ambiente”, reforça.

“A vida urbana impõe desafios diários às autoridades e a repressão não é o melhor caminho para minimizar o impacto destes eventos”, completa.

A Polícia Militar informa, ainda, que tem feito patrulhamento no local diurtinamente, sendo que aos finais de semana o patrulhamento é intensificado na região. “Esclarecemos, ainda, que ao se constatar crimes ou infrações administrativas, são adotadas as providências legais cabíveis”, justifica.

Por sua vez, a Prefeitura de Rio Claro afirma que ao promover atividades de lazer, esporte e cultura, a administração atende a comunidade de maneira geral. “É importante elencar que muitas das recentes iniciativas da Prefeitura visaram, sobretudo, o atendimento dos jovens e muitas das ações foram feitas nos bairros mais distantes do centro da cidade. Como exemplos, a pista de skate, quadra de futsal, quadra de vôlei, teatro, biblioteca e outros equipamentos no Centro de Artes e Esportes Unificado (CEU) no bairro Mãe Preta, a quadra de esporte no Jardim Novo Wenzel, entre outros projetos em andamento”, esclarece.

Em relação à situação relatada pela reportagem, a Prefeitura orienta que em qualquer ambiente as regras sociais devem ser respeitadas e que eventuais reclamações devem ser encaminhadas aos setores competentes.

Praça requer melhorias e manutenção

Favari Filho

Reparo da iluminação é muito demorado na praça localizada na Rua 23 entre as avenidas 23 e 25
Reparo da iluminação é muito demorado na praça localizada na Rua 23 entre as avenidas 23 e 25

A praça localizada na Rua 23 entre as avenidas 23 e 25, no Jardim Rio Claro, figura entre outros tantos lugares em que vizinhos se reúnem para conversar nos fins de tarde e as crianças para brincar durante os púberes e intermináveis finais de semana, contudo o espaço público – que fica paralelo à Rodovia Washington Luís (SP-310) e que separa o Grande Bairro do Estádio do Jardim Inocoop – apresenta alguns contratempos que afligem os moradores daquela região da Cidade Azul.

Vizinho da praça há pouco mais de cinco anos, Josiel Leite revela que o local acumula alguns problemas, contudo ainda assim é um bom lugar para as pessoas compartilharem o convívio e desfrutarem da sobra das árvores.

Segundo o morador, a conservação acontece muito lentamente e tanto a sujeira quanto a escuridão vêm tomando conta do local. “A limpeza e o reparo da iluminação são muito demorados, fato que faz com que o lixo se acumule chegando a ficar, às vezes, mais de um mês sem aparecer ninguém para manutenção”, reclama.

A falta de educação de algumas pessoas também aflige os residentes e, principalmente Josiel, que relata que o lixo depositado no local muitas vezes é deixado por passantes que moram em outros lugares.

“Às vezes pego a sujeira depositada ali no fundo próximo à grade que divide a praça da pista e coloco aqui na calçada porque senão começa a virar um lixão”, argumenta o morador que acrescenta: “As pessoas não têm consciência, praça não é depósito de lixo”. Outra coisa que faz com que a praça perca o brilho é o contratempo com o sistema de águas pluviais, pois quando chega o período de chuvas fica tudo alagado devido a pouca vazão da boca-de-lobo. “Quando a gente vê está tudo inundado, inclusive as casas vizinhas”, finaliza Josiel.

Itirapina: imóveis vagos são 25%

Vivian Guilherme

Prefeitura quer aumentar alíquota do ITR para terrenos sem área construída em Itirapina, passando para 4%
Prefeitura quer aumentar alíquota do ITR para terrenos sem área construída em Itirapina, passando para 4%

Deve ser votado na próxima sessão camarária de Itirapina projeto de lei nº18/2015 que traz como proposta o aumento da alíquota do Imposto Territorial Urbano (ITR) para 2016, passando dos atuais 2,5% para 4%, sobre o valor venal dos terrenos vagos.

Segundo dados informados pela prefeitura da cidade, o número de imóveis que pagam IPTU em 2015 é de 6.686, sendo 4.791 residências, 264 prédios comerciais e 1.631 terrenos vagos, ou seja, sem construção. Os números mostram que 25% dos imóveis de Itirapina estão terrenos vagos.

Neste ano, o IPTU de um terreno na área central com 250 m² custa R$346,31, se o projeto for aprovado, o valor deve passar a ser R$554,10. “É um imposto muito barato, quase irrisório, para um ano inteiro para quem tem terrenos, muitos deles abandonados, cheios de lixo, entulho, mato e, o pior de tudo, criadouros de mosquito da dengue”, comenta o prefeito José Maria Cândido, que justifica: “pelo menos 90% deles não limpam, não fazem muros e nem calçadas nos terrenos”.

Se o projeto for aprovado, a previsão é de que a Prefeitura consiga arrecadar em 2016 por volta de R$ 200 mil a mais que em 2015, somente com os terrenos. “Esse valor será utilizado para recapeamento asfáltico e outras melhorias”, aponta o prefeito.

Representante de RC fica entre as três primeiras no Miss São Paulo

Da Redação

Beatriz Loesch Patrony, com a faixa de Rio Claro, posa ao lado das concorrentes (Foto: Divulgação)
Beatriz Loesch Patrony, com a faixa de Rio Claro, posa ao lado das concorrentes (Foto: Divulgação)

A representante de Rio Claro no Miss São Paulo, Beatriz Loesch Patrony, ficou entre as três mulheres mais belas do concurso, realizado na noite de ontem, sábado (16), na capital.

Jéssica Voltolini Vilela, de 21 anos, representante de Ribeirão Preto, foi coroada Miss São Paulo 2015 na 61º edição do concurso, garantindo vaga no Miss Brasil 2015. A segunda colocada foi a Miss Vinhedo, Gabriele Marinho Barbosa.

Cobertura completa do evento você vê na edição de terça-feira (19) no Jornal Cidade impresso.

CSA Ajapi joga no IX de Julho

Gilson Santullo

Série Ouro da Recopa terá semifinal no campo 1 do Distrito de Ajapi
CSA Ajapi enfrenta o Botafogo do Jardim Guanabara de Rio Claro neste domingo (17)

A equipe do CSA Ajapi enfrenta o Botafogo do Jardim Guanabara de Rio Claro neste domingo (17), no jogo de fundo, às 10h, no campo do distrital do IX de Julho, no Jardim América pela 3ª rodada da Série Ouro do Amadorzão de Futebol da região.

As demais partidas na manhã deste domingo no campeonato da Liga Municipal de Futebol (LMF) de Rio Claro, filiada na FPF: No Grupo A, Boa Vista x Juventude, Minativa x Pisos Nice/Cervezão, Santa Maria x Unidos, Botafogo x CSA Ajapi e São Paulinho x Inter Mãe Preta, folga o Juventus, atual campeão. No Grupo B, Independência x Ribeirão Claro, Novo Wenzel x IX de Julho/Cidade Nova, UPU x Unidos da Vila, Santana x América FC e Panorama/Belmare x Paulistão, folga o Vasco da Gama, do Jardim Village de Rio Claro.

Treinamento deve ser feito com profissional

Favari Filho

barbatopugliesi
Ricardo Barbato e a namorada Gabriela Pugliesi se envolveram em problemas ao propagarem o culto ao ‘corpo sarado’

Ricardo Barbato, juntamente com sua namorada, a blogueira fitness Gabriela Pugliesi, são dois ilustres desconhecidos que se tornaram subcelebridades por propagarem através das redes sociais o culto ao ‘corpo sarado’. Recentemente, o rapaz que se intitula life style coach (ou seja, treinador de estilo de vida, em tradução livre) foi preso no Rio de Janeiro por ministrar aulas sem autorização do Conselho Regional de Educação Física. A autuação levantou uma polêmica sobre o fato e, para trazer o assunto à tona, o JC conversou com Paulo Cezar Rocha dos Santos, professor do programa de atividade física para pacientes com Parkinson e doutorando em Ciências da Motricidade na Unesp, que esclareceu alguns pontos sobre a questão.

Paulo Cezar diz que é contra qualquer tipo de ação individualizada quando envolve aspectos relacionados à saúde, pois cada pessoa apresenta limitações específicas que devem ser respeitadas. “Caso contrário, ao invés de benéficos, o exercício pode ser prejudicial. Quando uma pessoa oferece um tipo de exercício para todos como sendo o ‘perfeito’ para obter um ‘corpo sarado’, deixa de considerar o que, a meu ver, deve ser o principal objetivo da prática de exercício físico que é a saúde e qualidade de vida”.

Quanto à supervalorização do corpo perfeito, o professor apresenta outros problemas comuns: o não respeito aos limites da saúde e a busca por métodos ilícitos. “Os famosos que conseguiram o considerado corpo perfeito (muitas vezes por meios não saudáveis), vê nisso a oportunidade para a autopromoção, como é o caso do rapaz preso. Interessante, que o indivíduo não tem sequer conhecimento adequado para prescrição de exercício. Por isso, a atitude do CREF em inibir a ação foi coerente”, revela.

Sobre os cuidados para praticar exercícios físicos expõe. “Primeiramente, é preciso procurar um profissional formado, além disso, é recomendado que, antes, seja realizado um exame médico para obter a liberação para a prática”. Quanto à alimentação diz ser essencial uma dieta personalizada, pois é preciso energia para o bom funcionamento do organismo. “Estamos diante de um problema muito grave e comum até em algumas academias, nas quais profissionais não qualificados prescrevem dietas e recomendam o uso de suplementos, não respeitando a condição do indivíduo. O melhor é procurar um nutricionista”, finaliza.

Café JC: Ação Social discute condição de pessoas em situação de rua

Adriel Arvolea

A diretora do Sistema Único de Assistência Social, Sônia Maria Catel Gerner, e a secretária de Ação Social, Luci H. W. Ferreira
A diretora do Sistema Único de Assistência Social, Sônia Maria Catel Gerner, e a secretária de Ação Social, Luci H. W. Ferreira

Chama a atenção em Rio Claro o número de pessoas em situação de rua, que circulam, principalmente no Jardim Público, antiga estação ferroviária e imediações do Terminal Rodoviário. Há os que defendam a retirada das mesmas desses pontos. No entanto, a legislação garante o direito de ir e vir para todo cidadão. Desta forma, que políticas públicas contemplam essa parcela da população? A secretária Municipal de Ação Social, Luci Helena Wendel Ferreira, e a diretora do Sistema Único de Assistência Social (Suas), Sônia Maria Catel Gerner, trazem uma reflexão do assunto e desta realidade no município.

Jornal Cidade – Quais são as estratégias da Secretaria Municipal de Ação Social frente ao fenômeno da população de rua?
Luci Helena Wendel Ferreira – Nossas ações têm um viés grande no social. Seguimos a política nacional na busca ativa por essas pessoas, visando o diálogo, a aproximação, a confiança e o contato. Trabalhamos de forma intersetorial, ou seja, há a adesão de outras secretarias e órgãos públicos que contemplam o trabalho. Elas têm o direito de ir e vir, e a Ação Social não trabalha com um conceito Higienista de fazer uma ‘limpeza’ para retirá-las da rua.

JC – Como se dá a aproximação com essas pessoas?
Luci Helena Wendel Ferreira – Por meio do Cras (Centro de Referência da Assistência Social), primeiramente, busca-se conhecer o indivíduo, saber de suas necessidades e colaborar para que volte às suas famílias. No entanto, há quem queira continuar mesmo na rua, até por uma questão de adaptação e pelos vínculos que cria na rua .

JC – Quais as dificuldades do trabalho?
Luci Helena Wendel Ferreira -Nossas equipes de busca ativa estão todos os dias nas ruas, das 6h às 17h. Um trabalho que tem surtido efeito, mas que não dá para mostrar às pessoas, demonstrar isso, porque é um trabalho de diálogo diretamente com o indivíduo na rua.

JC – Em números, qual a população de rua em Rio Claro?
Luci Helena Wendel Ferreira – Nos nossos cadastros temos 20 moradores de rua e 80 em situação de risco. Estes por causa, na maioria, das drogas.

JC – Diariamente, observa-se maior concentração desse público no Jardim Público, Terminal Rodoviário e antiga estação. A Ação Social já tentou uma aproximação?
Sônia Maria Catel Gerner – Sim, porque são pontos utilizados como dormitório. Nossa equipe de abordagem vai até o local para verificar a real situação. Na própria rodoviária, temos um trabalho: assim que a pessoa chega, é abordada e buscamos saber sua condição. Às vezes, é alguém com problema psiquiátrico, que se perdeu ou migrante itinerante. São pessoas que merecem todo nosso respeito, por isso reforço o trabalho intersetorial.

JC – De que forma a população pode colaborar para não incentivar a permanência desses indivíduos nas ruas?
Luci Helena Wendel Ferreira – Basicamente, não dar esmolas e não incentivá-los a continuarem nessa situação. Há pessoas que passam e dão algum alimento, ou vizinhos que os ajudam de alguma maneira. Com isso, recebendo ajuda, torna-se cômoda a situação.

JC – Em Rio Claro, qual o perfil dos moradores/situação de rua?
Luci Helena Wendel Ferreira – Em sua maioria, são do sexo masculino, entre 20 e 40 anos. Mulheres é uma proporção mínima. Devido ao medo e riscos de se viver nas ruas, elas não andam em grupo e têm um comportamento diferenciado, com menos exposição.

JC – Das abordagens realizadas pela secretaria nas ruas, qual a justificativa dessas pessoas que as levaram a viver nessas condições?
Sônia Maria Catel Gerner – Desestrutura familiar é o principal motivo. Fim do casamento, morte de algum ente ou briga são fatores que evoluíram para essa situação. Em Rio Claro, temos ex-médicos e ex-engenheiros vivendo nas ruas.

JC – Neste trabalho, qual o limite da Ação Social?
Sônia Maria Catel Gerner – Hoje, a Secretaria de Ação Social é uma política pública, e não assistencialismo. Oferecemos uma rede de serviços para trabalhar a prevenção e auxiliar a pessoa em situação de vulnerabilidade social, a fim de que haja recuperação da mesma. São parcerias com entidades e programas sociais que compõem o trabalho. Em meio a tudo isso, há muito diálogo para que as coisas aconteçam em sua plenitude.

JC – Não basta tirá-las das ruas, e sim oferecer ajuda para que tenham um direcionamento junto à sociedade. Isso acontece?
Luci Helena Wendel Ferreira – O Cras é a porta de entrada para a Secretaria de Ação Social. Após serem avaliadas e passarem pelo serviço, temos disponíveis o Centro Público de Economia Solidária, a Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Materiais Reaproveitáveis de Rio Claro , Centro de Qualificação Profissional, Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), entre tantos outros programas para atendê-las.

Conselho Tutelar tem eleição unificada

Vivian Guilherme

CMDCA de Rio Claro luta para que o município tenha uma segunda unidade do Conselho Tutelar
O mandato é de quatro anos, sendo possível uma reeleição

Pela primeira vez a eleição para conselheiros tutelares será unificada em todo Brasil. Em algumas cidades como Rio Claro, Ipeúna, Itirapina e Analândia, o processo já começou, apesar de a eleição acontecer apenas em outubro.

Segundo Luiz Carlos Lauriano Jardim, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Rio Claro (CMDCA), o processo inicia com antecedência devido às várias fases do processo, que englobam envio de documentação, prova, curso de capacitação e eleição. O mandato é de quatro anos, sendo possível uma reeleição.

Jardim ressalta a importância do trabalho do conselheiro tutelar, que tem por ofício auxiliar e contribuir com o bem estar de jovens e adolescentes. “O conselheiro tutelar entra na hora que a criança ou adolescente está sendo vítima de abuso, ou não está tendo acesso a seus direitos garantidos”, observa.

Em fevereiro deste ano, o trabalho dos conselheiros tutelares ganhou ainda mais visibilidade depois da morte de três profissionais em Pernambuco. O motivo seria porque a avó paterna perdeu a guarda de uma criança.

Jardim comenta que a profissão requer muita dedicação e a vontade de fazer valer os direitos da criança. “É preciso amor à causa”, afirma o presidente do CMDCA, lembrando que há situações de enfrentamento, mas que em Rio Claro fatos como o vivenciado em Pernambuco são menos prováveis.

Sobre a ação do Conselho Tutelar na cidade, Jardim comenta que atualmente são cinco conselheiros, número muito abaixo do necessário. De acordo com informações, cidades com até 100 mil habitantes devem contar com um Conselho, de 101 a 200 mil – dois Conselhos, de 201 a 300 mil habitantes – três Conselhos e, assim, subsequentemente.

“Rio Claro já deveria estar pensando em um terceiro Conselho Tutelar e não tem nem o segundo”, aponta Jardim, lembrando que a Prefeitura já foi procurada diversas vezes para resolver a situação. “A Prefeitura afirma que não tem recurso para montar mais um”, diz.

Rio Claro 

Os registros das candidaturas para conselheiro tutelar em Rio Claro, podem ser feitas na Casa dos Conselhos, na Avenida 1, esquina com a Rua 9, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h30, até o dia 29 de maio. Os candidatos devem comprovar requisitos exigidos em edital disponível no site da Prefeitura de Rio Claro e Diário Oficial do município. Os conselheiros exercem atividades em dedicação exclusiva, com carga horária de 40 horas semanais. O valor dos vencimentos é de R$2.690,10.

Compensação ambiental: para cada árvore removida, 25 devem ser plantadas

Carine Corrêa

Remoção de árvore comoveu moradores do Vila Paulista. Mesmo com medida compensatória, população desaprovou retirada
Remoção de árvore comoveu moradores do Vila Paulista. Mesmo com medida compensatória, população desaprovou retirada

A compensação ambiental viabiliza o financiamento de projetos que promovem a conservação e preservação ambiental, cuja importância é central para buscar garantir a manutenção e o equilíbrio do meio ambiente”. A importância da medida foi descrita pela bióloga Maíra Arantes Leite Wick, mestre em Educação Ambiental pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro.

O que muitas pessoas não sabem é que, assim como em outros municípios, Rio Claro dispõe de uma lei municipal específica para a compensação ambiental. A legislação determina que sejam plantadas 25 árvores para cada uma que for removida. O órgão responsável pela aplicação da medida, acompanhamento e fiscalização é a Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Sepladema).

A lei prevê que o munícipe que fará a remoção de árvores nativas, apresente um projeto á pasta. No documento, ele deve detalhar o local em que fará o plantio como compensação ambiental. “A prefeitura analisa e aprova ou não o projeto”, diz a Prefeitura de Rio Claro via assessoria de imprensa.

O poder público ainda explica que há procedimentos de compensação ambiental de áreas particulares que variam de acordo com o tipo de utilização de cada área particular que possuem as árvores nativas a serem sacrificadas (comercial, industrial, residencial, etc). O tempo que leva para o processo de replantio bem como o não cumprimento previsto em lei, varia de acordo com cada caso, segundo a prefeitura. A área onde será feito o replantio é apontada pelo solicitante e avaliada pela Secretaria de Meio Ambiente.

Áreas públicas não estão isentas da compensação. Independente de ser particular ou pública, a compensação deve ser sempre aplicada quando há remoção de mata nativa. O replantio não é feito apenas, quando é constatado algum tipo de risco. “Não é o caso das recentes remoções de árvores no Jardim Público, que apresentavam alto risco de cair”, justifica a municipalidade.

A compensação, “compensa”?

A remoção de uma árvore de grande porte mobilizou moradores do bairro Vila Paulista no início do mês de março deste ano. Na contramão da visão do progresso pela urbanização, os moradores ficaram comovidos principalmente pela retirada da árvore conhecida como Santa Bárbara.

O cultivador de orquídeas Humberto Epiphanio – médico otorrinolaringologista que faleceu aos 75 anos no último dia 11 – foi um dos moradores que se posicionou contra a derrubada do exemplar. Na ocasião, disse estar “triste ao ver uma árvore que demorou dezenas de anos para crescer, ser derrubada em questão de minutos”. O falecido orquidófilo disse na oportunidade, que a árvore fazia a melhor sombra daquele quarteirão. O exemplar estava plantado há anos em um terreno situado na Avenida P-35 com a Rua P-3. A área verde em questão será substituída por um empreendimento.No terreno havia ainda uma espécie de bambu.
Na época, a Prefeitura havia confirmado um pedido de autorização para corte de árvores naquela área e que a autorização havia sido concedida mediante a compensação ambiental. O corte estava autorizado mediante o plantio de mudas em outro local pelo proprietário do imóvel, como medida compensatória.

Outras alternativas

De acordo com Demóstenes Silva Filho, professor de silvicultura urbana da Esalq-USP, é possível transportar árvores. O sistema consiste no corte das raízes da planta, içando-a com um guindaste e levando a galhosa para sua casa nova. Esse processo pode ser feito com árvores pequenas e de grande porte.

Imprudências no trânsito crescem em Rio Claro

Adriel Arvolea

Região de Rio Claro registrou aumento de 62% nos casos de homicídio culposo por acidente de trânsito
Neste ano, somam-se 329 ocorrências. Em igual período do ano passado, 322 (Foto: Arquivo JC)

Dados da Secretaria de Segurança Pública apontam que no primeiro trimestre de 2015 houve sensível aumento no número de casos de lesão corporal culposa por acidente de trânsito em Rio Claro. Neste ano, somam-se 329 ocorrências. Em igual período do ano passado, 322.

A lesão corporal culposa por acidente de trânsito caracteriza-se por causar ofensa física ou à saúde de alguém por imperícia, imprudência ou negligência no trânsito. Falta de atenção ao volante e inobservância às regras e à sinalização são os principais problemas verificados na cidade.

De acordo com o secretário de Mobilidade Urbana e Sistema Viário, José Maria Chiossi, os números citados mostram, na verdade, que a situação manteve-se estável em 2015, considerando-se que a frota de veículos aumentou durante o período. “Para ter ideia, o número total de acidentes em março de 2013 chegou a 273, enquanto em março de 2014, quando foram instalados os radares, este número caiu para 219, o que comprova que a fiscalização eletrônica dá bons resultados”, avalia o secretário.

Na tentativa de minimizar os impactos à segurança de pedestres e condutores, a Polícia Militar de Rio Claro realiza ações de prevenção, orientando e reforçando os comportamentos no trânsito. “Efetuar revisões periódicas no veículo; não dirigir após ingestão de bebidas alcoólicas; sempre utilizar cinto de segurança; estar atento à direção; manter distância de segurança em regra de dois segundos do veículo da frente; adaptar a velocidade às condições de segurança; evitar freadas ou mudanças bruscas de direção; não revidar as provocações no trânsito são orientações que destacamos para a segurança no trânsito”, reforça.

Jornal Cidade RC
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