Jornal Cidade

O uso de piercing tem se tornado cada vez mais comum. Apesar dessa tendência, profissionais de saúde estão preocupados com as complicações causadas por infecções adquiridas durante ou após a implantação do acessório, sendo que em alguns casos é preciso até intervenção cirúrgica.

Em entrevista ao Jornal Cidade, o médico otorrinolaringologista, Dr. Hélio Epiphanio, tira dúvidas e orienta sobre os cuidados para quem tem ou pensa em colocar piercing.

Jornal Cidade – Que problemas o senhor tem observado, em seu consultório, em decorrência do uso de piercing?

Dr. Hélio Epiphanio – Em primeiro lugar, quero deixar claro que não sou contra os profissionais da área. O que eu quero é fazer um alerta em prol da saúde das pessoas. Acontece que está havendo complicações em áreas da orelha com cartilagem, que é um ponto extremamente importante. As cartilagens são um elemento de sustentação e, quando infectadas, resultam em deformidades graves.

JC – Especificamente, quais são esses riscos?

Dr. Hélio Epiphanio – A infecção (bacteriana localizada) começa na introdução do piercing e atinge o tecido subcutâneo e a cartilagem da orelha. Com a infecção, a cartilagem se dissolve em parte e isso causa alteração morfológica na orelha, que fica deformada. Pode evoluir para casos mais graves.

JC – E como se faz para recuperar a cartilagem afetada?

Dr. Hélio Epiphanio – Somente com procedimento cirúrgico e nem sempre o resultado é satisfatório.

JC – Que sinais podem ser observados na evolução do problema?

Dr. Hélio Epiphanio – Há sempre dor no pavilhão auricular, aumento de volume e começa a flutuar, que é a sensação de que há água sob a pele. Quando isto acontece, existe possibilidade de pus na cavidade.

JC – De que forma é possível evitar uma possível infecção?

Dr. Hélio Epiphanio – Basicamente, quem implanta o piercing precisa seguir os protocolos de higiene, como num ato cirúrgico. Quem recebe o acessório, seguir as orientações do profissional. Ou até mesmo evitar as áreas de cartilagem.

Orientações

Ao fazer o piercing, o profissional deverá usar luvas e máscaras descartáveis de uso único. O piercing deverá ser esterilizado em embalagem individual aberta à vista do cliente. As agulhas de piercing (jelco) devem ser descartáveis.

Como já é tradição, o mês de outubro é conhecido pela conscientização e combate contra o câncer de mama e, no “Outubro Rosa”, diversas ações são realizadas para melhorar a qualidade de vida das mulheres que lutam contra essa doença.

Uma destas ações foi realizada na tarde da última quarta-feira (16). O Projeto Esperança, em parceria com o Hospital Santa Filomena, buscou proporcionar uma tarde diferente para algumas dessas pacientes.

Carla de Oliveira luta contra um câncer e é uma das idealizadoras do Projeto Esperança. Foi dela que partiu a ideia de ajudar outras mulheres na mesma situação.

“Deus colocou essa ideia do projeto no meu coração há seis anos. De lá pra cá, fazemos em todo mês de outubro essa reunião com pessoas que se dispõem a ajudar. Essas pessoas doam o seu tempo para passar informações e prestar um serviço. Nosso objetivo é fazer com que estas pacientes não se enxerguem como apenas mais um caso, mas sim como pessoas que têm um sonho, um projeto, e assim trazermos mais esperança a estas pessoas”, afirma Carla.

Durante a ação, diversos tipos de serviços foram oferecidos às pacientes, como por exemplo maquiagens, rodas de conversa, penteados, apresentações musicais, etc.

Em 2019, o evento promovido pelo Projeto Esperança foi realizado em parceria com o Hospital Santa Filomena pela primeira vez.

“A Carla é uma querida e especial paciente nossa que trouxe o Projeto Esperança até nós. O hospital abraça todas as ideias que tratam do diferencial do paciente. Nós vemos nossos pacientes como verdadeiros parceiros, que nos ajudam e nos inspiram a cada vez cuidar mais das pessoas. Foi com base nisso que compramos a ideia trazida pela Carla e a abraçamos de imediato, e foi um grande privilégio. Acreditamos muito que cada pessoa que passou por esta tarde promovida recebeu o melhor que todos os participantes puderam dar”, comentou Adenir Gomes, diretora operacional do Hospital Santa Filomena, que fica no Centro de Rio Claro.

Aos olhos de Carla de Oliveira, o evento atingiu o objetivo pretendido pelo Projeto Esperança e a expectativa é que a ação realmente tenha feito bem para as pacientes que estiveram reunidas: “Foi uma tarde muito gostosa. Foi uma tarde muito diferente, na qual pudemos proporcionar beleza, cuidados e informações para estas pacientes. Tudo isso ao mesmo tempo, tudo isso misturado”.