Fake news sobre Covid-19 no YouTube são vistas quase 3 vezes mais que dados reais

ATRÍCIA CAMPOS MELLO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

“Uma aula para toda a vida. Como conseguir a sonhada imunidade.”

Usando essa frase, o presidente Jair Bolsonaro compartilhou no sábado (16), em suas redes sociais, um vídeo do médico Belmiro D’Arce, de Presidente Prudente (SP).
“Pior do que a contaminação pelo coronavírus é a fragilidade do corpo, é a falta de imunidade, e é isso que precisa ser combatido”, diz o médico no vídeo disponível no YouTube. “Tome banho de sol, onde entra o sol, sai a doença. Fuja do envenenamento mental de notícias que criam tensão e evite o açúcar, leite de vaca, industrializados. Eles criam no corpo ambiente propício para multiplicação dos vírus.”
O “Belmiro D’Arce” foi um dos canais de desinformação e fake news no YouTube analisados no estudo “Ciência Contaminada – Analisando o contágio de desinformação sobre coronavírus via YouTube”, de pesquisadores do Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário (Cepedisa) da USP, do Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo (LAUT) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD), sediado na Universidade Federal da Bahia.
O estudo ao qual a reportagem teve acesso identificou as principais redes que se disseminam informações falsas sobre o coronavírus no YouTube a partir da análise de 11.546 vídeos na primeira fase do levantamento, entre 1 de fevereiro e 17 de março, e 12.775 na segunda, entre 18 de março e 1 de maio.
Na primeira fase do estudo, as redes com grande circulação de desinformação sobre a doença tiveram quase três vezes mais visualizações do que as redes com informações verdadeiras sobre a Covid-19 –73.429.098 visualizações contra 27.712.722 visualizações.
O maior canal em que foram identificadas informações falsas é o Desperte – Thiago Lima, com 1,02 milhão de inscritos.
O canal é 4,3 vezes maior que o do Ministério da Saúde (233 mil inscritos) e tem “temáticas conspiratórias religiosas, misticistas e de cunho geopolítico”. Há desde acusações de que a Rede Globo agiria para implantar chips de controle na população até ataques à China.
“Associam o pangolim, suspeito transmissor do novo coronavírus, ao filme ‘Sonic’, um filme que veio ao ar em 2019 tendo como protagonista um porco-espinho. Evoca-se essa similaridade estética entre o animal e o protagonista do filme como prova cabal de uma trama política que ocorreria nos bastidores da geopolítica mundial”, diz o estudo.
Com audiência brasileira de cerca de 120 milhões usuários, o YouTube detém 15% de participação dos vídeos assistidos no Brasil, atrás apenas da TV Globo (18%), segundo o levantamento Video Viewers/Provokers de 2018. O consumo de vídeos online no Brasil cresceu de 8,1 para 19 horas semanais entre 2014 e 2018, enquanto o consumo de vídeos na TV apresentou um crescimento dez vezes inferior, de 21,9 para 24,8 horas semanais. Esses vídeos também alimentam boa parte das trocas de mensagens pelo WhatsApp.
Os pesquisadores identificaram quatro redes principais com conteúdo relativo à epidemia de coronavírus.
Uma delas é a rede de canais de teorias da conspiração, como o Desperte. Ataques ao “socialismo” e ao “comunismo” e termos como “Partido Comunista Chinês” e “arma biológica” são recorrentes. Outro canal da rede de teorias da conspiração, o “Questione-se”, que tem 658 mil seguidores, aposta na narrativa política, dizendo que os governadores estão ao lado da China, “dando um golpe no Brasil” e que têm um “esquema de caos desenhado”.
Há também canais que formam a rede de discurso religioso. Em alguns, rejeita-se a ciência e a pandemia é tratada através de ótica religiosa. Mas outros, como o do pastor Silas Malafaia, usam dados científicos de forma seletiva ou enviesada para corroborar suas teses.
Também pródiga em desinformação é a rede de pretensas informações médicas. Segundo a pesquisadora Nina Santos, do INCT.DD, cerca de 30% dos vídeos com mais de 100 mil visualizações nessa rede são de médicos que associam seus conteúdos digitais à venda de produtos.
Os vídeos listam dicas de como aumentar a imunidade com o consumo de determinados alimentos e vitaminas e raramente mencionam fontes oficiais ou recomendações das autoridades sanitárias.
“A estética e apresentação do conteúdo dão a entender que o consumo de produtos ‘saudáveis’, indicados por eles mesmos, são suficientes para combater a epidemia do coronavírus, o que induz o receptor à confusão. As ações de lavar as mãos, manter a distância social ou evitar de tocar na boca, nariz e olhos, oficialmente indicadas pela Organização Mundial de Saúde, raramente aparecem nos vídeos”, diz o estudo.
O médico Jea Myung Yoo, por exemplo, declara com todas as letras: “Coronavírus, esse novo que apareceu, não é problema nenhum. Sua imunidade é que realmente determina se você vai ser infectado ou não”. Segundo ele, “se as suas células do sistema de defesa estão funcionando bem, você pode ficar deambulando nos shoppings, em qualquer lugar, você pode abraçar aquele que está com esse vírus, não importa, gente, não tem problema nenhum”. Seu vídeo já foi visto mais de 765 mil.
Autoridades frequentemente colaboram para amplificar a desinformação, segundo o estudo. O canal do médico Belmiro D’Arce tem cerca 2,4 mil inscritos e a média dos últimos 20 vídeos é de cerca de 374 views. Já o vídeo de Belmiro divulgado por Bolsonaro já soma 113 mil visualizações.
A quarta rede reúne os canais jornalísticos e de informação e agrega a maior parte das notícias legítimas. Entre os vídeos com mais de 100 mil visualizações, apenas 4,8% continham algum tipo de desinformação.
Segundo Caio Vieira Machado, pesquisador do LAUT e Cepedisa, esse é o primeiro de uma série de estudos sobre desinformação como forma de “debilitar o sistema de peritos, atacando universidades, mídia, entidades públicas, ciência”. Aí se encaixam campanhas antivacinação, revisionismo histórico e questionamentos às mudanças climáticas.
“No caso da Covid, sem hipérbole, a desinformação pode afetar o futuro econômico do país e pôr em risco milhares de vidas”, diz Machado.
“Não existe vacina nem tratamento específico para a Covid-19. Todo enfrentamento da epidemia agora depende de medidas comportamentais, que estão ligadas diretamente a informação”, diz Daniel Dourado, do Cepedisa. “A única coisa que comprovadamente pode conter a epidemia é informação correta chegando às pessoas.”

Coronavírus expõe falta de vínculo entre diaristas e patrões, diz faxineira influence

THIAGO AMÂNCIO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Veronica Oliveira, 38, viu sua vida mudar algumas vezes nos últimos anos. Primeiro, perdeu o emprego e com ele a casa e a vontade de viver. Precisando de dinheiro para comer, começou a fazer faxinas.
Seus anúncios engraçadinhos viralizaram na internet e hoje ela acumula quase 100 mil seguidores no Facebook, onde toca a página Faxina Boa, e outras dezenas de milhares em outras redes sociais.
No começo deste ano, semanas antes da pandemia do novo coronavírus estourar no Brasil, Veronica resolveu abandonar as faxinas e se concentrar na carreira de digital influencer, título do qual ela mesma acha graça. Em entrevista à reportagem, a agora ex-diarista conta que quer usar a fama e os seguidores que acumulou para ajudar a dar dignidade à profissão -principalmente em tempos de coronavírus.
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Pergunta – Você tem um grupo no Facebook com 7.000 faxineiras no Brasil e no mundo. Pelo que tem conversado com as pessoas, de modo geral, qual a situação dessas profissionais hoje com a pandemia?
Veronica Oliveira – Uma coisa que achei muito interessante é que, não importa há quanto tempo você trabalha com a mesma pessoa, embora ache que tem um vínculo, acaba percebendo que não. Teve uma menina que está há 22 anos na mesma casa e foi dispensada sem nenhum auxílio. Ela comentou: “O que me doeu foi não terem nem me perguntado se eu estou bem”.
E percebo também que quem está tentando ajudar e pagando a diária mesmo sem a faxineira trabalhar não são os mais ricos, mas uma galera classe média que tem alguma consciência social. A maioria das pessoas mais ricas apenas dispensou sem se preocupar em como a pessoa vai comer dali em diante.
Muitas faxineiras pediram auxílio emergencial, mas ficaram muito tempo em análise, demoraram a receber.

Muita gente tem descoberto a faxina pela primeira vez com a pandemia e visto que esse é um trabalho pesado, que demanda tempo e esforço. Você acha que a profissão pode ser mais valorizada?
VO – Eu gostaria muito que fosse. Mas, do fundo do coração, não acredito que isso vá acontecer. Mas dá um quentinho no coração ver as pessoas aprendendo na marra o quanto nosso trabalho é difícil e o quanto a gente merece reconhecimento por fazer algo que exige tanto do nosso físico.

O brasileiro costuma dizer que tem mania de limpeza, que é uma coisa cultural. Mas, pela sua experiência na casa das pessoas, o brasileiro realmente sabe manter as coisas limpas ou gosta mesmo é de pagar alguém para isso?
VO – Não só não sabe como não sabe nem comprar as coisas, não sabe absolutamente nada. Nada, zero, é impressionante, a pessoa não sabe do que precisa. Eu morro de medo de quem pergunta o que precisa comprar, porque eu penso: “O que essa pessoa limpou em casa até hoje? O que eu vou encontrar quando eu chegar lá?”. Só sabe realmente pagar para alguém fazer.

Então, se for para dar uma recomendação geral a essas pessoas, o que é básico para uma pessoa manter a casa mais ou menos arrumada?
VO – Recolher o lixo pelo menos dia sim, dia não; manter o banheiro limpo, porque é uma coisa que se limpa diariamente; não acumular louça e arrumar a cama, pelo amor de Deus, não custa nada. A cama arrumada já dá a sensação de casa arrumada, melhora seu dia e muda a sua cabeça. É muito doido o quanto isso impacta na sua vida, na produtividade, na forma de você encarar o dia, o fato de a casa estar ou não arrumada.

Como você começou a fazer faxina?
VO – Sempre trabalhei como operadora de telemarketing, ganhava bem e estava tranquila. Até a empresa falir. Só consegui outro emprego numa empresa que pagava um salário mínimo, e aí mudou completamente minha forma de viver com meus filhos. A gente se mudou para um quartinho de pensão e eu falei para eles que era temporário.
Ganhava um salário mínimo e me enchia de dívida loucamente para manter o mínimo. Com os descontos, aluguel e contas, eu tinha uma renda entre R$ 80 e R$ 100 por mês para três pessoas. Era muito óbvio que não ia ser temporário aquilo. E aí fui adoecendo.
Depois de um ano que a gente estava morando lá, em 2016, eu tentei suicídio e fui internada num hospital psiquiátrico. Um médico disse: “Você não é doida, você é pobre. E pobre dá para mudar”. E isso ficou na cabeça, porque eu pensei que ele não estava errado.
Quando eu saí do hospital, eu não fazia a menor ideia do que fazer da vida. Fui dormir na casa de uma amiga, que estava uma zona e eu comecei a arrumar. Aí eu fui limpando e esfregando até o teto. Quando eu terminei, ela falou: “Você se ofende se eu te pagar?” Eu tava muito sem grana, falei que não. Eu fiquei pensando: “Se todo dia eu ganhasse isso, minha vida mudava completamente”. Aí comecei a faxinar a casa das amigas, até que chegou a hora de anunciar.
Aí eu fiz uma campanha engraçada, me inspirei nos filmes e séries, “Better Call Saul”, “Orange Is The New Black”, “Star Wars”, “De Volta Para o Futuro”, que viralizou. Foi essencial para atrair um público parecido comigo. Atendia pessoas jovens, que moravam no centro, em apartamentos pequenos. Foi perfeito, porque eu me blindei de passar por situações complicadas, é um público fácil de atender. E também é uma galera que realmente não faz ideia do que fazer na casa.
Uma pessoa disse: “Nossa, eu nunca tinha pensado em limpar o espelho”. Eu falei: “Eu sei, eu vejo nas suas selfies”. Era muito engraçado. Eu criei vínculo e hoje eu ainda frequento a casa de quase todo mundo. E comecei a atender youtubers, blogueiros. Aí deu certo. Quando descobriram que eu morava onde eu morava, juntaram uma grana para eu alugar um apartamento, e eu tô nesse apartamento até hoje.
As coisas mudaram completamente na minha vida a partir do momento daquele post [do anúncio da faxina]. Depois de um ano, eu fui chamada para a primeira palestra, na sede do Twitter, para profissionais de propaganda. Quase morri do coração, achei que ia ter um treco, comecei a chorar, achei que não ia conseguir. Fui lá e fiz. Hoje já palestrei em diversos eventos no país todo.
Meu conteúdo conseguiu trazer para as pessoas um pouco de esperança de que as coisas podem mudar. Eu não fazia ideia que ia chegar onde cheguei. Só é esquisito o povo acompanhando a minha vida o tempo todo, mas tudo bem.

Você já passou por situações de preconceito?
VO – Acontecem várias coisas. O estigma da profissão é tão interessante que até numa loja de cosméticos já aconteceu de a vendedora sugerir que eu não tivesse a possibilidade de comprar aquele produto. Fiquei com vontade de comprar dois da colega dela, só para não dar comissão para ela. Às vezes, são coisas simples, às vezes coisas bizarras, como um cara desistir de sair comigo quando eu falo que sou faxineira.
Era muito comum me falarem “pode me dar um toque a cobrar que eu te ligo de volta”. A pessoa imediatamente tinha certeza que eu não tinha condição de pôr crédito no celular. E eu pensando: “Amada, se você soubesse” Eu nunca respondi, mas isso me irritava tanto. E quando chega na casa e a pessoa vê que eu tenho um telefone legal, já olha daquele jeito…
Recentemente, teve uma pessoa que fez um post no Instagram, que falava assim: “Descobri um perfil impressionante. É uma menina que faz faxina, se você olhar a timeline dela, os stories dela, gente, ela é uma pessoa que daria para conversar comigo, para andar comigo. Ela sabe várias coisas, frequenta lugares ótimos”.
Quando eu comecei a fazer trabalho com marca, imagina, eu ganhava um salário mínimo, e quando descobri quanto um influencer ganha, quanto uma marca paga, eu fiquei muito chocada. Eu fiz um trabalho de vídeo para um banco com um cachê que era uma coisa que eu nunca tinha visto na vida.
E como toda pessoa pobre, que nunca viu muito dinheiro de uma vez, primeiro paguei todas as minhas dívidas. O que sobrou, claro que eu não guardei. Gente, eu sinto muito, eu só me ferrei na vida. Aí fui passear um pouco. Passei 20 dias na Itália. Foi impressionante. Vinte dias comendo coisas que nunca mais serão comidas. Eu cheguei a chorar comendo ,pensando: “Não é possível que isso existe. Depois quando eu comer de novo no Brasil, eu vou ficar triste”. A moça fez a massa do macarrão, o molho, o queijo, não tem como você comer de novo [risos].

E quais são seus planos para o futuro profissionalmente? Você pretende seguir carreira de influencer?
VO – Isso é muito bom, carreira de influencer [risos]. Pior que tenho feito cursos na área de propaganda e marketing, produção de conteúdo, justamente para fazer esse negócio dar certo. Hoje eu trabalho com marcas grandes, então eu não posso nem reclamar dessa brincadeira de influencer. É uma coisa que, sim, me interessa muito, a criação de conteúdo.
Eu tenho vontade de fazer algo voltado para o social para ajudar essas pessoas, para profissionalizar o trabalho doméstico brasileiro, que é tudo muito largado, cada um faz de um jeito, cobra de um jeito. Quando eu recebo mensagem de alguém de Mato Grosso dizendo que entra às 8h e sai às 19h para ganhar R$ 40, não dá para aceitar esse tipo de coisa. E isso acontece até em São Paulo
Eu queria muito que a profissão fosse regulamentada de um jeito que as pessoas não sofressem tanto. A minha vontade é realmente fazer algo por essas pessoas.

RAIO-X
Veronica Oliveira, 38
Foi operadora de telemarketing antes de virar faxineira, em 2016. Após anúncios do serviço fazerem sucesso na internet, ela criou uma página no Facebook, o Faxina Boa, que hoje tem quase 100 mil seguidores, onde dá dicas e conta como é a rotina de uma diarista. Em fevereiro deste ano, deixou as faxinas para se dedicar à carreira de digital influencer.

Rio Claro chega a 55 casos de coronavírus; recuperados totalizam 13 pessoas

A Secretaria Municipal de Saúde de Rio Claro divulgou no final da tarde desta quarta-feira (20) boletim com os números da pandemia de coronavírus no município.

O boletim aponta dois novos casos, sendo um em teste rápido. Com isto, Rio Claro chega a 55 casos confirmados de Covid-19. A cidade registra oito óbitos e 21 pacientes internados, sendo 13 em UTI.

Governo Bolsonaro anuncia adiamento do Enem

PAULO SALDAÑA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas educacionais) anunciou o adiamento do Enem 2020. As datas serão adiadas de 30 a 60 dias em relação ao previsto nos editais. Assim a prova deve ocorrer em dezembro ou janeiro.
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Confira nota do instituto:
“Atento às demandas da sociedade e manifestações do Poder Legislativo em função do impacto da pandemia do Coronavírus no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC) decidiram pelo adiamento da aplicação dos exames nas versões impressa e Digital. As datas serão adiadas de 30 a 60 dias em relação ao previsto nos editais. Para tanto, o Inep promoverá uma enquete junto aos inscritos para o Enem 2020, a ser realizada em junho, por meio da Página do Participante. As inscrições para o Enem 2020 seguem abertas até 23h59 desta sexta-feira, 22 de maio.”

Doria considera iniciar flexibilização em cidades sem casos de Covid-19

O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), declarou em entrevista nessa quarta-feira (20) à Rádio Jovem Pan News que as cidades paulistas sem registro de casos do novo coronavírus deverão ser as primeiras as poderem flexibilizar a reabertura do comércio e serviços a partir do dia 1º de junho, primeiro dia após o fim do atual prazo da quarentena decretado para até o dia 31 de maio como medida de enfrentamento à pandemia. Confira a entrevista na íntegra no vídeo abaixo.

Habitação: Caixa amplia pausa em prestações

A Caixa já autorizou a ampliação da pausa no pagamento de financiamentos habitacionais por um período de 120 dias para os clientes que já haviam solicitado o benefício de suspensão temporária. Anteriormente, o período máximo era de 90 dias. Quem decidir solicitar a suspensão temporária das prestações a partir de agora já terá os 120 dias garantidos.

A ampliação do prazo vale para pessoas físicas e jurídicas, no caso de financiamentos à produção de empreendimentos e para os financiamentos de aquisição e construção de imóveis comerciais – individual.

A medida faz parte das ações para enfrentar os efeitos causados à economia pela Covid-19. Até o momento, mais de 2,3 milhões de mutuários já solicitaram a pausa na prestação habitacional.

Quem optar pelo serviço terá que pagar juros, seguros e taxas, que serão acrescidos ao saldo devedor do contrato. De acordo com o banco, a taxa de juros e o prazo contratados originalmente não sofrem alteração. Para solicitar, basta acessar o aplicativo Habitação CAIXA ou registrar o pedido pelos telefones 3004-1105 (para capitais) e 0800 726 0505 (demais localidades), ou de forma automatizada pelo 0800 726 8068, opções 2-4-2, de segunda a sexta-feira, e aos sábados de 10h às 16h (exceto feriados).

Coronavírus cresce mais em todo o estado do que na capital, e SP pode ampliar megaferiado

JOÃO GABRIEL – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O megaferiado decretado no município de São Paulo que começou valer nesta quarta-feira (20) deverá ser ampliado até a próxima segunda-feira (25).

O anúncio foi feito pelo governador João Doria (PSDB). Para isso, após antecipar os feriados de Corpus Christi e Dia da Consciência Negra, também será antecipado o feriado de 9 de julho.

Doria afirmou que a medida já está na Assembleia Legislativa para votação e que deve ser aprovada.

O secretário do desenvolvimento regional, Marco Vinholi, afirmou nesta quarta que, conforme as previsões feitas desde março, o número de novos casos de coronavírus já cresce mais rapidamente em todas as regiões do estado do que na região metropolitana de São Paulo.

Segundo ele, 74% dos municípios do estado já registraram casos da Covid-19, o que inclui todos aqueles com pelo menos 15 mil habitantes. Em abril, o crescimento no interior já era quatro vezes superior ao da Grande São Paulo.

Segundo Doria, a ampliação do megaferiado é mais uma medida para tentar evitar a “medida extrema” que seria o lockdown, que não está descartado caso os índices piorem ainda mais.

“Vamos fazer um esforço nesses seis dias, de hoje até segunda-feira, na capital, na região metropolitana, no interior e no litoral, para evitar medidas mais duras e mais restritivas”, afirmou o governador

Como resposta ao megaferiado, o estado e as prefeituras de São Paulo adotaram medidas para restringir o deslocamento de pessoas para o interior e sobretudo para o litoral.

Na manhã desta quarta, Santos, por exemplo, registrou congestionamento na entrada da cidade.

O secretário de transportes e logísticas, João Otaviano, disse que, com as medidas de bloqueio sanitário adotadas em conjunto com diversas prefeituras do estado, o movimento nas estradas, tanto para o interior quanto para o litoral, está dentro do previsto.

“As rodovias não apresentam volume maior que o esperado, o que demonstra que as pessoas estão entendendo o que significa este feriado”, afirmou.

De acordo com a Ecovias, o congestionamento no caminho de Santos foi reflexo da triagem de veículos na entrada do município, que vem sendo realizada desde 22 de março, nos feriados.

Assim como outras cidades da Baixada Santista e litoral, o município realiza uma barreira no acesso ao município para evitar a entrada de turistas durante a pandemia.

Segundo a prefeitura, apenas na manhã desta quarta foram abordados 102 veículos nos bloqueios da cidade, sendo que dois tiveram que retornar aos seus municípios de origem.

Paciente de Covid-19 que desrespeitou quarentena em Cordeirópolis vai responder na Justiça

Três pacientes de casos confirmados de Covid-19 em Cordeirópolis foram flagrados por guardas municipais desrespeitando a quarentena necessária para evitar a proliferação do coronavírus. Num dos casos, um paciente reincidente, que foi flagrado pela segunda vez circulando pela cidade, foi levado para a delegacia e vai responder na Justiça por colocar outras pessoas em risco.

Rio Claro tem dois óbitos em investigação sob suspeita de dengue

A Vigilância Epidemiológica de Rio Claro confirmou ao Jornal Cidade que aguarda o resultado de exames de dois pacientes que vieram a óbito em que a suspeita possa ter sido por conta da dengue.

O município já tem um óbito confirmado neste ano e quase 700 casos positivos, de acordo com o último balanço. Em reportagem na edição de ontem, terça-feira (19), o JC trouxe o ranking dos bairros com maior número de casos. A Vila Alemã lidera as estatísticas com 70 notificações positivas, seguida de Vila Indaiá (41), Vila Nova (38), Centro (35) e Jardim São Paulo (23).

Guedes admite prorrogar auxílio emergencial por um ou dois meses, mas com valor de R$ 200

FÁBIO PUPO – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O ministro Paulo Guedes (Economia) admite a possibilidade de estender a concessão do auxílio emergencial, voltado principalmente a trabalhadores informais, por um ou dois meses. Guedes, no entanto, defende que o valor de R$ 600 seja cortado para R$ 200.

O auxílio foi criado para durar apenas três meses, com valores concedidos em abril, maio e junho. Com a prorrogação por dois meses, permaneceria até agosto.

O discurso pela prorrogação representa uma mudança de posição da equipe econômica, antes contrária à extensão da medida. Mesmo assim, a redução do montante concedido é defendida como fundamental.

Guedes defende a redução do valor por causa das limitações das contas públicas. O ministro propôs uma ajuda de R$ 200 no começo da pandemia, mas o governo aceitou elevar o montante para R$ 600 após pressões do Congresso.

“Se voltar para R$ 200 quem sabe não dá para estender um mês ou dois? R$ 600 não dá”, disse Guedes em reunião com empresários na terça-feira (19).
“O que a sociedade prefere, um mês de R$ 600 ou três de R$ 200? É esse tipo de conta que estamos fazendo. É possível que aconteça uma extensão. Mas será que temos dinheiro para uma extensão a R$ 600? Acho que não”, afirmou o ministro.

Para Guedes, o benefício não poderia ser maior que R$ 200 porque esse é o valor pago aos beneficiários do Bolsa Família, que de forma geral são mais vulneráveis que trabalhadores informais. “Se o Bolsa Família é R$ 200, não posso pagar mais que isso a um chofer de táxi no Sudeste”, disse.

O titular da equipe econômica ainda defende um equilíbrio na medida também por, segundo ele, haver risco de as pessoas não trabalharem mais e faltarem produtos nas prateleiras.

“Se falarmos que vai ter mais três meses, mais três meses, mais três meses, aí ninguém trabalha. Ninguém sai de casa e o isolamento vai ser de oito anos porque a vida está boa, está tudo tranquilo. E aí vamos morrer de fome do outro lado. É o meu pavor, a prateleira vazia”, disse.

“Eu estou jogando dinheiro, não tem problema. Agora, a prateleira vai estar vazia porque vão parar de produzir. Então tem um equilíbrio delicado que a gente tem que seguir”, afirmou.

Hospital das Clínicas atinge milésima alta de pacientes graves recuperados de Covid-19

O Governador João Doria anunciou nesta quarta-feira (20) que o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), maior complexo hospitalar da América Latina, comemorou ontem a milésima alta de pacientes graves recuperados da COVID-19.

O hospital iniciou o processo para o enfrentamento da pandemia com 84 leitos de UTI ativos no Instituto Central, ainda em março. Desde então, a capacidade mais que triplicou, para atingir os atuais 275 leitos, contando com recursos da Secretaria de Estado da Saúde e com o apoio da iniciativa privada. Até o fim do mês, serão disponibilizados 300 leitos de UTI no total.

“Temos que agradecer ao corpo clínico do Hospital das Clínicas e todos aqueles que ali atuam, pois mil pessoas foram curadas e já retornaram às suas casas. Na maior mobilização de sua história, o HC abriu um prédio exclusivo que inauguramos recentemente com 900 leitos para tratamento de pacientes com coronavírus e transferimos os pacientes com outras doenças para outros sete institutos do complexo do HC”, disse Doria.

Em uma de suas formas de evolução mais sérias, a infecção por COVID-19 causa complicações cardiológicas graves, que exigem atendimento altamente especializado. No momento, há 10 leitos específicos para o atendimento cardiológico, instalado pelo Incor dentro do Instituto Central – quantidade que será dobrada nas duas próximas semanas.

Os dados mostram a importância e a eficiência da mobilização que transformou o Instituto Central do HC em uma unidade toda reservada ao combate ao coronavírus. Já foram internados mais de 1.890 pacientes graves desde 30 de março, quando o Instituto Central passou a receber apenas casos de COVID-19. De acordo com o último balanço, estão internados no instituto 543 pacientes, sendo 267 em UTIs.

“A maior satisfação que nós podemos ter é ver um paciente voltar para sua família, para a sociedade, depois de superar um momento tão difícil. É para isso que trabalhamos todos os dias. E tenho certeza que falo em nome dos 20 mil colaboradores do HC, mais de 7 mil atuando apenas no Instituto Central. E é também em nome deles que mando um abraço solidário para todos que perderam um ente querido nessa pandemia”, afirmou a Diretora Clínica do HC, Eloisa Bonfá.

Já foram contabilizados 330 óbitos. Considerando o perfil de alta complexidade do hospital, sempre com pacientes graves, a taxa de letalidade é relativamente baixa em comparação com o visto em outros grandes centros internacionais, mas revela a extrema gravidade da pandemia. No Instituto Central, cerca de 80% dos pacientes na UTI precisam ser entubados.

Jornal Cidade RC
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