Promotoria é que bloqueia investigações da ‘rachadinha’, diz advogado de Flávio Bolsonaro

ITALO NOGUEIRA – RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

O advogado Rodrigo Roca, 50, novo defensor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), atribui ao Ministério Público do Rio de Janeiro o atraso na conclusão das investigações sobre a suposta “rachadinha” no antigo gabinete de seu cliente na Assembleia Legislativa fluminense.

Para Roca, a apuração ainda não se transformou “em algo concreto” porque a Promotoria se recusa a aceitar o foro especial definido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

“É ele [MP-RJ] quem está impugnando uma decisão que já fixou esse foro e poderia estar agora se ocupando da investigação. […] O fato é que, se desistisse dessa reclamação, talvez ela [a investigação] já tivesse se transformado em algo concreto”, disse.

A defesa do senador, composta também pelas advogadas Luciana Pires, Juliana Bierrenbach e Renata Azevedo, ainda tenta anular as decisões do juiz Flávio Itabaiana, comprometendo as provas da investigação sobre peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa decorrentes da “rachadinha”.

“Não é direito de todos ser julgado pelo juiz competente? Também é do senador”, afirmou.

Roca assumiu o caso após a descoberta de que Frederick Wassef, antigo advogado de Flávio, abrigou por cerca de um ano Fabrício Queiroz, pivô do esquema das “rachadinhas” no gabinete da Assembleia.

O novo defensor não quis comentar o caso, bem como os fatos suspeitos que envolvem o filho do presidente Jair Bolsonaro, alegando sigilo da investigação. Declarou apenas ter “pleno convencimento da inocência do senador”.


O senador Flávio Bolsonaro vem tentando bloquear as investigações desde janeiro de 2019. É sinal de preocupação?

Rodrigo Roca – Em absoluto. Não foram tentativas de bloqueio. É para que se aplique o direito. Tudo o que se busca é fixação do foro competente para o julgamento. Não é direito de todos ser julgado pelo juiz competente? Também é do senador.

Se for pensar em bloqueio, é preciso atribuir isso ao Ministério Público. É ele quem está impugnando uma decisão que já fixou esse foro e poderia estar agora se ocupando da investigação. O que não se pode é ter mais de dez volumes de investigação e o senador sequer ser ouvido.

Quando ele foi convidado a falar, não apareceu e recorreu ao STF pedindo foro por ser senador.

RR – Não é verdade. Naquela ocasião, ele estava como testemunha e prestou esclarecimentos. Mas depois nunca mais foi chamado [como investigado], o que é uma distância preocupante.

Pedir foro não é uma contradição com o discurso da família Bolsonaro?

RR – Não, porque não se fala em privilégio, mas sim na aplicação correta da lei. Fizeram recentemente com esse deputado estadual [Márcio Pacheco], a quem foi deferido o foro especial. O próprio MP-RJ ofereceu uma denúncia direto ao órgão especial numa causa idêntica. Ele também responde a fatos por mandatos anteriores [neste caso, a denúncia aponta “rachadinha” até março de 2019, atual mandato]. O senador busca tratamento igualitário.

O instituto do foro especial merece as críticas e discussões que têm sido colocadas. Mas, se está em vigor, se vai aplicar para uma pessoa e não para outra?

O Supremo já tomou decisões em que considerou que o foro não se estendia após a troca de mandato.

RR – Os precedentes da Suprema Corte [STF] de modo algum se parecem com o julgado da 3ª Câmara Criminal. Eles nunca enfrentaram a sucessão de mandatos no mesmo Poder. É uma excelente oportunidade para o Supremo pacificar esse entendimento.

O caso do Flávio tem sido usado para levantar questões até então não debatidas. Foi o caso do Coaf, por exemplo, que paralisou investigações no país por quatro meses. O fato de ser filho do presidente ajuda a levantar discussões inéditas?

RR – Não foi por causa do Flávio que se interromperram as investigações no país.

O ministro Dias Toffoli determinou a paralisação a partir de um pedido dele.

RR – Foi um tema proposto. O fato é que, se o Ministério Público desistisse dessa reclamação, talvez ela [a investigação] já tivesse tomado um rosto, transformado em algo concreto. Não é o senador quem está atrasando a investigação. Ele quis ser julgado no órgão especial, por ser o foro competente, e o MP-RJ está lançando mão dos expedientes que entende inteligentes.

O presidente tem tido conflitos com o Supremo, ao participar de atos contra ministros. Acredita que esse componente político pode influenciar?

RR – Não vejo um conflito do presidente com o Supremo. É uma leitura equivocada. Vejo atos processuais. Fora disso não me interessa. Os ministros da Suprema Corte têm experiência para se manterem distantes de qualquer rusga que se possa criar para interferir num julgamento.

Uma das primeiras medidas após sua entrada na causa foi pedir a suspeição do juiz Flávio Itabaiana no inquérito eleitoral contra o senador. Por qual motivo?

RR – Eu tinha o dever ético de suscitar essa questão para não correr o risco de amanhã ou depois alguém aparecer com uma fotografia [nossa] e eu ter que me explicar. Tinha obrigação de levantar essa questão. Fui advogado dele, estive no casamento da filha dele num petit comité, já frequentei a casa dele com a minha primeira e segunda mulher. Ele já frequentou a minha. Saímos para confraternizar em família como fazem todos bons amigos. Se, a despeito disso tudo, ele se julga imparcial, sigamos com a causa.

Ele disse que não fala com o sr. desde 2014 e que um investigado não pode contratar um advogado com o objetivo de arguir a sua suspeição.

RR – Não é verdade que não nos vemos desde 2014. E [minha contratação] não pode ser lida assim. Seria se fosse só esse argumento, mas não é. Ele já tomou decisões sobre esses fatos [no processo criminal], então não pode conduzir o caso no âmbito eleitoral.

A retirada não visa fugir de um juiz rigoroso?

RR – O juiz Flávio Itabaiana é um profissional que admiro. A questão não é essa. As atitudes que ele tomou, ao nosso ver equivocadas, açodadas, e algumas, trôpegas, geram consequências processuais para as quais a lei prevê remédios. Ainda que ele não tivesse tomado essas medidas, tivesse sido passivo diante da investigação, sofreria a arguição de suspeição. É meu dever.

O sr. entrou na causa após uma crise causada pelo fato de o antigo defensor, Frederick Wassef, ter abrigado Fabrício Queiroz. Como o sr. viu essa situação?

RR – Encontro aqui uma barreira ética. Primeiro porque isso ainda está pendente de esclarecimento. E também seria descortês da minha parte com um colega.

O senador sabia?

RR – Neste caso tudo está sob sigilo.

Estamos há quase dois anos num debate público sobre a suposta ‘rachadinha’ do senador. Há dificuldade de enfrentar o mérito?

RR – Ao contrário. Ele pediu para ser ouvido [no Ministério Público] justamente para esclarecer. O que está sendo público são as ilações de comentaristas, da imprensa, de profissionais de ocasião. O senador está discutindo no foro próprio.

Mas seu cliente alega inocência?

RR – A questão não é alegar inocência. Tenho pleno convencimento da inocência do senador. Nossa missão como defesa é somente mostrar isso ao julgador competente, que não esteja viciado. Tenho certeza que vamos encontrar esses julgadores na Suprema Corte, nos tribunais colegiados, nos órgãos colegiados do Tribunal do Rio de Janeiro.

RAIO-X

Rodrigo Roca, 50, assumiu a defesa de Flávio Bolsonaro neste mês, após a revelação de que Frederick Wassef, o antigo defensor, abrigou Fabrício Queiroz por cerca de um ano. Mestre em Ciências Penais pela Universidade Cândido Mendes, atuou na defesa do ex-governador Sérgio Cabral (RJ). É advogado da Maria Joselita Brilhante Ustra, viúva do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015), torturador durante o regime militar homenageado pelo então deputado federal Jair Bolsonaro no voto pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2016. É mestrando em Direito Canônico pela Instituto Superior de Direito Canônico.

Em Julho, nasce 1° bebê do ano em Cordeirópolis

Com 47 cm e 2,820 kg chegou ao mundo o primeiro bebê do ano nascido no próprio município de Cordeirópolis.

O parto aconteceu na manhã de segunda-feira (20) na Unidade de Pronto Atendimento Municipal já que não houve tempo para que a mamãe Vanessa fosse levada até Limeira, onde normalmente as gestantes do município são encaminhadas para a realização do parto.

O pequeno Bernardo estava apressado para vir ao mundo e nasceu saudável. Em 2018, apenas um bebê nasceu em Cordeirópolis e no ano passado, 2019, foram dois partos na cidade.

blank
Os papais Guilherme e Vanessa com o filho Bernardo

Laboratórios terão 24 horas para enviar dados de testes aplicados ao Ministério da Saúde

NATÁLIA CANCIAN – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O Ministério da Saúde publicou nesta terça-feira (21) uma portaria que obriga laboratórios públicos e privados a notificarem a pasta sobre todos os resultados de testes para o novo coronavírus em até 24 horas.

Segundo membros do ministério, a ideia é ampliar o monitoramento de todos os testes aplicados no país. A avaliação deles é que, embora a notificação de casos de Covid-19 já fosse obrigatória, faltavam regras específicas de como devem ser enviadas as informações de resultados de exames e modelos diferentes eram usados pelos estados. A pasta também vê necessidade de maior controle desses dados.

A portaria que obriga a notificação foi publicada no Diário Oficial da União. Segundo o texto, todos os resultados de testes de diagnóstico para detecção da Covid-19 devem ser notificados, “sejam positivos, negativos, inconclusivos e correlatos, qualquer que seja a metodologia utilizada”.

Os resultados devem ser notificados em até 24 horas por meio de registro na Rede Nacional de Dados em Saúde, plataforma que integra sistemas do ministério.

Laboratórios que não informarem os dados estão sujeitos a advertência, multa ou até mesmo interdição, entre outra medidas. A portaria dá prazo de 15 dias para adequação.

A medida ocorre em meio a reclamações de que nem todos os laboratórios privados enviavam dados à pasta. Associações reúnem grandes redes negam.

Membros da pasta também se queixavam de que alguns estados usavam sistemas próprios para controle de dados dos testes aplicados na rede pública, o que dificultava o monitoramento.

Até o momento, já foram aplicados no país ao menos 2,2 milhões de testes do tipo RT-PCR, que verifica a presença de material genético do vírus em amostras e é considerado o padrão ouro para o diagnóstico da infecção aguda. Deste total, 1,3 milhões foram feitos na rede pública e 945 mil na rede privada.

Segundo o ministério, também foram aplicados ao menos 2,9 milhões de testes rápidos, que visam verificar a presença de anticorpos mas apresentam mais problemas, nas redes pública e privada. A pasta não tem divulgado o total específico da rede pública.

A diretora-executiva da Abramed, que reúne 26 laboratórios privados, Priscila Franklin Martins, nega ausência de notificação de dados, mas aponta dificuldades ocorridas nos últimos meses. Segundo ela, inicialmente, os dados eram enviados às secretarias municipais de saúde, que notificavam o ministério, mas havia atrasos nesse processo. Com isso, a notificação passou a ser feita diretamente pelos laboratórios privados.

“Mas ainda existem questões técnicas a serem resolvidas”, diz ela, que reclama de dificuldade com os sistemas e da exigência de dados que considera excessivos para notificação. “Pedem alguns dados que não temos, como o celular do médico que realizou o exame. Estamos conversando com o governo para padronizar esses dados. Já tem laboratório notificando, mas havia problemas técnicos que precisavam ser solucionados que emperravam essa notificação”, afirma.

Questionado sobre os problemas alegados pelos laboratórios, o ministério não respondeu até o momento.

Rio Claro FC confirma técnico para volta da A-2

O presidente Dayvid Medeiros, do Rio Claro Futebol Clube, confirmou que Adilson Teodoro será o técnico do time para a volta do Campeonato Paulista da Série A-2. De acordo com Dayvid, um novo contrato será feito com o treinador já que o anterior se encerrou em abril. Apenas Adilson permanecerá da comissão técnica anterior e outros integrantes serão contratos para auxiliar o treinador.

“Estou confiante para o retorno, o pensamento é vencer os três e buscar a classificação e o acesso que é objetivo”, disse Adilson.

Sobre o início dos treinamentos o presidente afirmou que aguarda a liberação do Governo de SP.

“Era para iniciarmos os testes físicos e de Covid-19 ontem(20), mas segundo a Federação Paulista de Futebol o governo ainda não deu o sinal verde”, afirma Dayvid.

A expectativa é que os treinamentos com bola comecem no próximo dia 27. Os jogos devem ser retomados no dia 19 de agosto.

“O meu decreto é até o dia 26 e eu não abro mão”, diz prefeito Juninho

Diante das solicitações feitas por representantes do comércio nesta segunda-feira (21), o prefeito Juninho da Padaria explicou à reportagem do Jornal Cidade que a reunião estava marcada antes do governador João Doria anunciar o retorno à Fase Vermelha, o que aconteceu na última sexta.

“Tínhamos esperança de mudanças, mas agora foge do meu controle, pois se houver um descumprimento nós iremos responder civil e criminalmente. É preciso um entendimento que o único vilão que existe é o novo coronavírus. A decisão que a nossa administração tomou, com base na realidade, nos números e na preocupação de salvar vidas foi acertada. Não queremos famílias enlutadas. Os representantes queriam a reabertura do comércio para ontem, mas é inviável. Acertamos que quando retornar será das 13h às 17h. Vou aguardar o novo pronunciamento do Doria para esta sexta (24). Independente, sigo avaliando todos os pedidos”, disse Juninho.

Câmara questiona custeio do hospital de campanha

Vereadores da oposição, na Câmara Municipal, questionaram em sessão virtual nessa segunda-feira (20) posicionamento da Fundação Municipal de Saúde quanto à implantação do hospital de campanha no Pronto Atendimento do Cervezão.

Inaugurado dentro do prédio na semana passada com 26 leitos de UTI para atendimento exclusivo de pacientes com Covid-19, a Prefeitura de Rio Claro informou que investiu R$ 5 milhões na estruturação, incluindo compra de insumos e de respiradores.

Após o vereador Paulo Guedes (PSDB), da base governista, elogiar a inauguração do ‘hospital’, o vereador Rafael Andreeta (PTB) declarou que “depois de quatro meses e fez uma reforma no Cervezão a preço de R$ 5 milhões. Não é um hospital novo. Vou lá fiscalizar”.

Já o vereador Rogério Guedes (PSL), que elogiou a estrutura, também pediu que a Comissão Temporária de Fiscalização e Acompanhamento dos Trabalhos de Combate ao Coronavírus, instituída no Poder Legislativo, fiscalize os gastos.

“São R$ 5 milhões gastos para fazer o que foi feito. Foi muito bem montado, os funcionários estão fazendo ótimo trabalho, temos equipamentos. Gostaria que o prefeito mandesse para a Câmara todos os gastos. Mais de R$ 5 milhões no P.A. do Cervezão é um absurdo”, declarou o parlamentar.

Julio Lopes (PP) defendeu e disse que a gestão da Saúde está sendo feita. “Infelizmente ocorreu nesta época, mas quem vai ganhar futuramente é a população. A Covid um dia vai ter que passar”, disse.

O parlamentar Yves Carbinatti (PSD) afirmou que a implantação do hospital é uma “obrigação. Essa é uma obra do poder público, que demorou, fez após quatro meses”, lembrando que em outras cidades a iniciativa ocorreu em poucas semanas.

Val Demarchi (DEM), líder da bancada, disse que o secretário de Saúde, Maurício Monteiro, afirmou que toda estrutura montada no hospital será permanente após a pandemia. “Continuará atendendo a população, isso é muito importante. Várias cidades fizeram estruturas móveis e posteriormente algumas já até desfizeram. O nosso recebeu verba da União e do Estado, vai continuar para atender o cidadão”, finalizou.

O prefeito João Teixeira Junior, o Juninho da Padaria (DEM) chegou a declarar na semana passada que após a pandemia da Covid-10 o local se transformará no novo Centro Hospitalar da Zona Norte.

Comissão

O presidente da Comissão, Hernani Leonhardt (MDB), informou que nesta terça (21) deve oficiar o Poder Executivo para que sejam detalhados os custos de equipamentos, instalações e insumos.

Termina hoje prazo para matrículas na primeira chamada do Sisu

Agência Brasil

Estudantes convocados na chamada regular do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2020 têm somente até hoje (21) para fazer a matrícula nas instituições para as quais foram selecionados. Hoje também termina o prazo para os candidatos que não foram convocados para nenhuma das duas opções de curso selecionadas declararem interesse na lista de espera das vagas remanescentes. Para a lista de espera serão adotados os mesmos critérios anteriores de classificação da primeira chamada. O resultado dessa etapa será divulgado pelas instituições na próxima sexta-feira (24). A segunda edição do Sisu recebeu 814.476 inscritos.blank

Esta é a primeira vez que há vagas pelo programa em cursos de graduação e ofertados na modalidade de ensino a distância. Os candidatos que participaram da edição de 2019 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e se cadastraram no sistema disputaram 51.924 vagas ofertadas em 57 instituições públicas de educação superior do país.

Lista de espera

Para participar, o processo é simples, mas não automático. O estudante interessado deve acessar o Boletim do Candidato, no site do Sisu, e na tela da primeira opção de curso, clicar em “participar da lista de espera”. Em seguida, uma mensagem de confirmação será emitida pelo sistema. A partir daí, os selecionados devem ficar atentos aos prazos, procedimentos e documentos exigidos para não perderem o prazo de matrícula.

Chicago proíbe bares e casos de covid-19 disparam na Flórida

Agência Brasil

A cidade norte-americana de Chicago restabeleceu restrições por causa do novo coronavírus, e o estado da Flórida notificou mais de 10 mil novos casos pelo sexto dia consecutivo, enquanto a pandemia avança pelos Estados Unidos. blank

Em um raro indicador de esperança, o estado de Nova York teve o menor número de hospitalizações pelo novo coronavírus em quatro meses, e a cidade de Nova York iniciou uma nova fase da reabertura nessa segunda-feira (20). Mas o progresso, na mesma cidade e estado que já foram o epicentro da crise, foi encoberto pelas notícias sombrias em praticamente todos os outros cantos do país. 

O estado de Nova York registrou apenas oito mortes no domingo, enquanto o número total de pessoas hospitalizadas pela doença caiu para 716, o menor desde 18 de março, afirmou o governador Andrew Cuomo. 

Mas os números do país como um todo pioraram. Trinta e dois estados notificaram aumentos recordes de casos de covid-19 em julho, enquanto 15 informaram aumentos recordes de óbitos. Mortes, hospitalizações e taxas de testes positivos continuam a subir, com pelo menos 15 estados registrando recordes de hospitalizações até agora em julho, de acordo com contagem da Reuters. 

O vírus matou 140 mil pessoas nos Estados Unidos e infectou cerca de 3,7 milhões, números que lideram o cenário mundial.

A Flórida registrou 10.347 novos casos nessa segunda-feira. Mais 92 pessoas morreram no estado, aumentando o número de óbitos para 5.183.

Covid-19 atingiu 1% da população e matou mais de 80 mil brasileiros

(FOLHAPRESS) –

Cinco meses após a primeira morte registrada de Covid-19 no Brasil, o país já acumula mais de 80 mil óbitos durante a pandemia. Nesta segunda-feira (20), foram registradas 721 vítimas da doença e 21.749 infectados.
Mais de 2,1 milhões de pessoas foram diagnosticadas com o vírus, o que representa 1% da população brasileira. Desde março, o país registrou 80.251 mortes de pacientes com Covid-19.
Os dados com o total de infectados e vítimas foram compilados pelo consórcio entre Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo, G1 e UOL, em balanço divulgado às 20h desta segunda. O levantamento é feito com a coleta de dados das secretarias de Saúde dos estados.
A iniciativa do consórcio de veículos de compilar e divulgar os dados sobre Covid-19 é uma resposta a atitudes recentes do governo Jair Bolsonaro, que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins, retirou informações do ar, deixou de divulgar totais de casos e mortes e divulgou informações conflitantes.
Na última semana, o Brasil uma média móvel de mortos com o novo coronavírus de 1.047, menor que a semana anterior, com 1.052, a maior desde o início da pandemira.
A média móvel é um recurso estatístico que busca dar visão mais acurada da evolução da doença, pois atenua números isolados que fujam do padrão. Ela é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete.
Segundo país com mais vítimas na pandemia, o Brasil tem uma taxa de óbitos por habitantes mais baixa que a de outras nações. São 37 mortos por 100 mil habitantes.
Os Estados Unidos, que têm o maior número absoluto de óbitos, e o Reino Unido, terceiro no ranking, têm 42 e 67 mortos para cada 100 mil habitantes, respectivamente.
A comparação com os outros países é feita levando em consideração os dados consolidados pela Universidade Johns Hopkins, dos EUA. Até esta segunda, a instituição contabilizava mais de 14 milhões de casos do novo coronavírus em todo mundo e 607 mil mortes.

‘Não sai da minha mente’, diz guarda-civil sobre ofensa de desembargador

DHIEGO MAIA
SANTOS, SP (FOLHAPRESS) –

Cícero Hilário Roza Neto, 36, nunca precisou dizer que é pós-graduado para impor respeito. O diploma, diz ele, só o ajudou a executar melhor o seu trabalho.
O guarda-civil é graduado em segurança pública e fez pós-graduação na área de direito educacional.
Segundo Cícero, foi graças à educação que recebeu dentro e fora de casa que ele se manteve firme diante do pior insulto que já recebeu. “Fui chamado de analfabeto. E ouvi isso de uma pessoa muito instruída”, diz à reportagem.
Na tarde do último sábado (18), ele e o colega Roberto Guilhermino, 41, autuaram o desembargador Eduardo Almeida Rocha Prado de Siqueira, 63, que caminhava sem máscara facial na orla de Santos, no litoral sul paulista.
O item de proteção é obrigatório na cidade por força de decreto municipal, uma medida para conter o avanço do novo coronavírus. Quem não usa máscara e é flagrado pela Guarda Civil Municipal recebe multa de R$ 100.
“Eu já havia abordado e multado outras cinco pessoas antes dele. Elas ficaram chateadas, mas em nenhum momento me desrespeitaram”, afirma.
Siqueira, porém, não só se recusou a usar o equipamento como se apresentou como desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, função que exerce desde 2008, e numa tentativa de intimidação ligou para Sérgio Del Bel Júnior, secretário de Segurança Pública de Santos.
“Del Bel, eu estou aqui com um analfabeto, um PM seu aqui, um rapaz. Eu estou andando sem máscara. Só estou eu aqui na faixa de praia. Ele está aqui fazendo uma multa [contra mim]”, disse o desembargador ao telefone.
Na conversa, o desembargador insistiu que o decreto municipal não tem força de lei para obrigar os moradores a usar máscara. “Eu expliquei de novo, mas eles [guardas-civis] não conseguem entender”, diz.
Ao terminar a ligação, Siqueira pegou a multa, rasgou o papel, jogou-o no chão e saiu caminhando.
A abordagem, que foi filmada por Guilhermino, viralizou nas redes sociais: veja.

Ele conta que decidiu registrar a abordagem porque já conhecia a fama de Siqueira na cidade.
“Eu presenciei ele sendo abordado antes de o decreto passar a valer. Naquela ocasião era mais uma forma de conscientização, mas ele também não quis usar a máscara”, conta.
Em outro vídeo que circula na internet, Siqueira apareceu sem máscara desrespeitando outro grupo de guardas-civis. As imagens mostram um dos agentes tentando convencê-lo a usar o item de proteção, dizendo que o magistrado é uma pessoa esclarecida. Siqueira concorda e começa a falar em francês em tom jocoso.
No sábado (18), Cícero viu Siqueira de longe e pediu para o desembargador colocar a máscara, mas ele fez um sinal com as mãos de que não usaria. Foi aí que os guardas-civis decidiram segui-lo. “Eu nunca pensei que aquela abordagem fosse terminar daquele jeito”, ele conta.
Quando chegou em casa depois do plantão, o guarda-civil se deparou com a família preocupada. Àquela altura, todos já haviam assistido ao vídeo da abordagem que se espalhou pelas redes sociais.
“A preocupação era com os meus filhos, mas fiquei tranquilo quando a minha filha, que tem 15 anos, entendeu que eu fui tratado de forma injusta e não retruquei com a mesma moeda.”
Mesmo assim, Cícero só consegue dormir com a ajuda de calmantes desde então. “Não sai da minha mente aquilo. Ele me chamou de analfabeto, perguntou se eu sabia ler. Quis me intimidar de todas as formas.”
O guarda-civil não vê a atitude de Siqueira como um ato racista. “Eu sou negro, mas a discriminação dele foi mais por causa do meu cargo. Eu poderia ser um guarda branco, japonês, que ele ainda assim faria aquilo”, diz.
Por outro lado, o celular do guarda-civil foi inundado com mensagens de carinho e apoio de familiares e amigos. Em Santos, Cícero e Guilhermino viraram figuras públicas.
Nesta segunda (20), a dupla foi homenageada pela prefeitura. “Essa nossa atitude deveria ser regra e não a exceção. Eu espero que esse fato faça a população ver os guardas-civis com outros olhos”, diz Cícero, entre lágrimas.
O guarda-civil defende que o desembargador seja punido no rigor da lei -o Tribunal de Justiça e a Corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) já investigam o caso.
Cícero e Guilhermino também vão registrar na Polícia Civil um boletim de ocorrência por desacato de autoridade. “Será mais uma forma de ver cumprir a lei”, afirma Guilhermino.
Mas, caso Siqueira apareça na orla mais uma vez, Cícero diz que continuará afirmando: use máscara.

Jornal Cidade RC
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.