Em outubro de 2017, Patrícia Bianchini e o marido Floriano Bianchini Neto visitaram Paris. Retornaram à capital francesa em abril de 2019, desta vez para comemorar 25 anos de casados. Nas duas ocasiões, o casal visitou a Catedral de Notre-Dame, numa experiência única.

“A primeira vez que entrei na catedral foi um choque de admiração e não contive a expressão ‘meu Deus!’. A grandeza, a beleza e a riqueza de detalhes, bem como a história, tornam aquele lugar divino”, comenta Patrícia.

A admiradora de Notre-Dame conta que acompanhou o incêndio de segunda-feira (15) com tristeza e rezou para que nenhuma vida fosse perdida e que pudessem salvar o lugar histórico. “Espero que o governo francês, a Igreja Católica, empresários e a população possam trabalhar juntos e reconstruir o que foi perdido para as futuras gerações”, reforça.

Quem, também, lamenta o incêndio é Juliana Domingos de Moraes Porto. A rio-clarense esteve com a família, recentemente, em visita à catedral e considera o incêndio lamentável. “A visitamos em dezembro de 2018. Fomos eu, meu marido Jefferson e as nossas filhas Lívia e Isabela. Observamos cada detalhe da catedral, uma construção maravilhosa e conceitual.
Minhas filhas comentavam o que viam com base no que aprenderam nas aulas de Arte sobre o estilo gótico, como as características fortes e imponentes por fora e a leveza dos vitrais e arcos na parte interna.
Uma verdadeira aula de história em cada detalhe.
Uma obra que resistiu ao tempo e, agora, foi destruída pelo fogo”, avalia Juliana.

Marilene Hoffmann esteve na catedral em 2007 com o marido, filha, genro e dois netos. Na sua opinião, foi emocionante conhecer a ‘Lady de Paris’, como dizem os parisienses. “Admirável a sua construção em estilo gótico, seus vitrais e portas maravilhosas e internamente lindíssima. Uma perda irreparável para o mundo”, destaca.

De acordo com a superintendente do Arquivo Público e Histórico de Rio Claro, Mônica Ferreira, a Catedral de Notre-Dame é uma arquitetura de caráter espetacular por vários motivos. Por tão bem representar a arquitetura gótica, com sua linguagem fascinante dos arcos ogivais, vitrais, nervuras, gárgulas e demais elementos únicos. Pela monumentalidade típica das catedrais, cuja altura nos faz pensar quão inovador foi o seu processo construtivo à época, e que ainda causa suspiros. Por constituir um símbolo da Paris atual, transpondo limites de tempo e espaço.

“E caberiam outras qualidades que a definem como um bem de valor cultural para a humanidade. Este acidente fará parte da sua história, ficará como mais um registro nas suas paredes, outro de tantas marcas do tempo! Caberá, agora, aos especialistas, como vem sendo feito desde o trabalho do arquiteto Viollet le Duc, no século 19, analisar as possibilidades de reconstrução para devolver ao mundo a sua materialidade”, conclui a superintendente e, também, arquiteta e urbanista, doutora em história da arquitetura.

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