Wagner Gonçalves
Nessa terça-feira (23), teve início a greve dos servidores públicos de Rio Claro. Dentre os setores que aderiram à mobilização, o que mais afetou à população foi o da Saúde. Conforme relatos, o tempo de espera para os atendimentos chegou a ultrapassar duas horas na unidade de Pronto-Atendimento do bairro Cervezão.
Logo na entrada do posto de saúde, João Wilson de Almeida, morador do bairro Arco-Íris, aguardava pelo atendimento do filho, de 16 anos, que estava há mais de duas horas e meia na fila de espera. No momento em que a equipe de reportagem do Jornal Cidade chegou ao local, passava das 10 horas. “O atendimento está muito ruim e demorado, e meu filho está com dores, aguardando lá dentro”, disse Almeida.
Já a moradora do Araucária, Vanessa Rosa Costa, veio para acompanhar a amiga, que apresentou mal-estar, e presenciou uma cena preocupante: “um senhor estava aguardando desde às 8h e de repente piorou e desmaiou. Só depois disso é que foi medicado”.
Adriano Rodrigues, que mora no Jardim Boa Vista, estava em espera desde as 8h e, após mais de duas horas, havia preenchido apenas os dados no balcão, na abordagem inicial. “Como estou com suspeita de conjuntivite, o pessoal da empresa me pediu que eu procurasse atendimento médico, mas até agora nada”, desabafou.
Devido à reforma de ampliação do PA para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) porte II, os atendimentos estão em um mesmo local, provisoriamente, o que acaba por resultar em número excessivo de pacientes em um mesmo local. O senhor Albino das Neves Corticeiro, morador da Vila Olinda, com quase 80 anos de idade, aguardava pela consulta clínica há mais de uma hora e meia. Em pé, na entrada da unidade de saúde com os exames clínicos em mãos, ele lamentou pela demora: “Não dá para esperar tanto tempo, vou acabar indo embora para casa”.