Favari Filho

As microcervejarias e a produção de cerveja artesanal seguem em expansão no Brasil. O modelo surgiu nos EUA, no fim dos anos 1980, a partir de um movimento conhecido como ‘HomeBrew’. A fabricação de cervejas artesanais chegou às terras tupiniquins no início dos anos 2000 e, atualmente, conta com mais de duzentas microcervejarias.

Em Rio Claro, Beatriz Marques Vilela Simões, mais conhecida como Bia Simões, atua no ramo há pouco mais de um ano e, desde que participou do renomado curso de Sommelier de Cervejas do Instituto da Cerveja Brasil, não abandonou mais a produção artesanal.

Em junho de 2015 decidiu investir na área ao abrir a Hoppiness Cervejas Especiais – o primeiro empório especializado em cervejas artesanais da Cidade Azul. Desde então, dedica o seu tempo na feitura de cerveja caseira.

Já na primeira participação em uma competição Bia Simões conquistou o terceiro lugar com uma cerveja estilo California Common

Já na primeira participação em uma competição Bia Simões conquistou o terceiro lugar com uma cerveja estilo California Common
Já na primeira participação em uma competição Bia Simões conquistou o terceiro lugar com uma cerveja estilo California Common

HARMONIZAÇÃO

* É possível harmonizar por semelhança ou por contraste, contudo Bia enfatiza que o ideal é brincar com as duas possibilidades.

* A época do ano também influencia na harmonização, uma vez que as cervejas mais alcoólicas são melhores para o frio, enquanto cervejas pouco alcoólicas melhores no calor.

* De acordo com Bia, na harmonização é preciso levar em conta o gosto de quem vai participar, ou seja, não adianta optar pelas Belgians Strong Dark Ales – que ficam ótimas com queijo gorgonzola – uma vez que o participante não gosta de gorgonzola.

* Para que a harmonização seja completa, a comida e a bebida tem que estar juntas na boca em alguns momentos, pois quando a comida é engolida antes da bebida não proporciona o prazer de uma harmonização completa.

ACOMPANHAMENTO

* Frango assado é ótimo com uma Brown Ale, pois a parte da carne caramelizada combina com a caramelização do malte e contrasta com o amargor do lúpulo.

* Comidas gordurosas pedem cervejas mais alcoólicas e bem carbonatadas. O álcool ajuda a balancear a gordura e a carbonatação ‘limpa’ a boca não deixando a sensação gordurosa na língua.

* Cervejas tostadas, como as Porters e as Stouts, amenizam a picância quando tomadas com comidas apimentadas; já as cervejas mais lupuladas, como as India Pale Ale (ou IPA), a intensificam.

* Há também as que são ótimas para harmonizar com doces; uma cerveja com sabor tostado funciona como um cafezinho que acompanha o bolo de cenoura. As Fruit Lambics, que levam adição de frutas, também ajudam na hora da sobremesa.

INICIAÇÃO ÀS CERVEJAS ARTESANAIS

De acordo com Bia, o primeiro passo é esquecer as cervejas comuns. “Praticamente todas as cervejas de grandes marcas comerciais, que são erroneamente chamadas de Pilsen, pertencem a um único estilo [American Lager]”, expôs.

“Comece por uma Helles ou uma Pale Ale, que são estilos que têm um amargor não muito acentuado. O estilo Pale Ale é base para diversos outros estilos e, a partir dele, é possível ‘subir de nível’ e provar outros como Ambar Ales, Brown Ales, IPAs, etc”, acrescentou.

Outro fator importante é esquecer a cerveja ‘trincando’ de gelada, pois quanto mais gelada, menos sabor. “Cada cerveja tem uma temperatura de serviço adequada, e a experiência da degustação será mais interessante quando servida na temperatura ideal”, finalizou.

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