Lucas Calore

A polêmica Reforma Previdenciária que o Governo Federal esforça-se para que seja aprovada em breve traz à tona uma perspectiva populacional futura. Indicadores mostram que o Brasil poderá ter três vezes mais pessoas acima de 65 anos em 2060 do que atualmente.

Segundo estatística da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), Rio Claro conta em 2017 com pouco mais de 30.600 pessoas acima dos 60 anos. A projeção do Seade é que até 2030 a população idosa cresça 48%, chegando a 45.400 pessoas, para um total de 210 mil habitantes naquele ano.

Avanços

Já para o pesquisador Dr. Odeibler S. Guidugli, especialista em Geografia Humana e Envelhecimento Populacional, o envelhecimento da população de Rio Claro traz uma gravidade relacionada a como esta significativa mudança demográfica vem sendo avaliada pelos governos, em especial o municipal.

“Os idosos vivem aqui e é fundamental que deles se conheça mais que sua quantidade agora ou logo adiante, mas sim todas as dimensões qualitativas que envolvem este crescente segmento populacional”, alerta. Segundo Guidugli, o que se constata no município é que não estão sendo capazes de perceber essa mudança “e, como não percebem – ou procuram não perceber -, pouco ou nada fazem”.

Conforme dados elaborados pelo pesquisador, por meio dos censos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 1980 a 2010 a população acima dos 60 anos cresceu 331% na cidade. “Diante desses valores de crescimento tão diferenciados, questões emergem demandando, com urgência, respostas para o futuro que virá, envolvendo os poderes públicos, particularmente o local, como agentes públicos, o setor econômico, as famílias e os próprios idosos”, aponta.

Guidugli lembra que os dados divulgados pela Fundação Seade nada mais espelham a partir de realidades atuais “os desafios que já enfrentamos e que, diante de nossos silêncios, se acentuarão, sobremaneira, nos tempos que virão”, finaliza.

A Reforma

O Governo precisa de ao menos 308 votos na Câmara para conseguir a aprovação da emenda à Constituição que promove a reforma na Previdência.

Se aprovada, o direito à aposentadoria estabelece uma idade mínima de 65 anos para homens e de 62 para mulheres, sendo que ambos devem contribuir por no mínimo 25 anos.

Atualmente, são exigidos 30 anos de contribuição para se aposentar, independentemente da idade. Ou, para quem se aposenta por esse viés, é preciso ter 60 anos de idade (mulheres) – sendo homens 65 anos – e no mínimo 15 anos de contribuição.

A economista Bianca Gazziero Andriolli afirma que, do ponto de vista econômico, a Previdência preocupa tanto os que já estão aposentados, quanto aqueles que irão se aposentar nos próximos anos: “Apesar de tais medidas impactarem diretamente nos cofres públicos, se forem tomadas prévia e permanentemente, poderemos obter resultados satisfatórios a médio e longo prazo, promovendo o desenvolvimento humano desses idosos”, aponta.

Cotidiano

No registro ao lado, os senhores Valter Tesciano (76 anos), Zé Nadai (77), Ezoardo Mometti (87), Jurandir Tisciano (79) e Armando Sartori (88) em reunião diária em uma praça no Bairro do Estádio. Os senhores relatam que se reúnem há ao menos 15 anos para conversar.

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