Passageiros aguardam por ônibus no terminal urbano localizado na antiga Estação Ferroviária

Ednéia Silva

A empresa Rápido São Paulo anunciou que pretende restringir a forma de recebimento da passagem dentro dos ônibus do transporte urbano a partir do final de setembro. O pagamento da tarifa somente poderá ser feito via cartão eletrônico e não mais em dinheiro. Depois do anúncio, alguns usuários questionaram a legalidade da medida.

O advogado William Nagib Filho acredita que sob o enfoque constitucional e infraconstitucional (Código de Defesa do Consumidor – Lei 8.078/1990) a medida não deve prevalecer e devem ser aceitas as duas formas de pagamento, em dinheiro e cartão. Para embasar a afirmação, ele cita o artigo 39, inciso IX do Código de Defesa do Consumidor, que determina que o fornecedor não pode recusar a venda de bens e prestação de serviços mediante pronto pagamento, exceto em casos regulados por leis especiais.

Passageiros aguardam por ônibus no terminal urbano localizado na antiga Estação Ferroviária
Passageiros aguardam por ônibus no terminal urbano localizado na antiga Estação Ferroviária

Além disso, ele destaca que o Art. 5º da Constituição Federal dispõe que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Não existe lei que proíba o pagamento em dinheiro da passagem. Outro ponto levantado é o que será feito no caso das pessoas de fora de Rio Claro que utilizam esporadicamente. Vai comprar cartão para usar o ônibus apenas uma vez?

Em Rio Claro a passagem custa R$ 3,30 em dinheiro. Quem paga com cartão tem desconto de R$ 0,10 e o preço cai para R$ 3,20.

Vetar o pagamento em dinheiro no transporte público é uma medida que já foi adotada por outros municípios. Curitiba implantou a norma em agosto do ano passado em meio a críticas dos usuários. Em outubro de 2014, foi a vez de Campinas banir o pagamento em dinheiro dos coletivos. Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a medida vigora desde 2011.

A concessionária e a prefeitura foram procuradas para comentar o fato, mas não deram retorno até o fechamento desta edição.

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