Veículos em que vítimas estavam capotou e caiu em uma ribanceira

Uma equipe da Cia de Força Tática de Rio Claro localizou e prendeu o indivíduo que era procurado por dupla tentativa de homicídio em Rio Claro. O caso teve grande repercussão e aconteceu no início da tarde do dia 18 de dezembro do ano passado na SP-191, entre Rio Claro e Ipeúna, deixando uma mulher de 47 anos e o filho dela, de 16 anos, gravemente feridos.

A reportagem do JC entrevistou com exclusividade uma das vítimas do acidente. A mulher terá a identidade preservada, assim como o filho dela. Ela se diz muito abalada ainda com tudo, mas citou que pela primeira vez “vai dormir em paz” com a notícia da prisão do ex-companheiro que responde pelo crime: “Nós já estávamos separados no dia em que ele tentou me matar e matar o meu filho também. Conheci ele há uns três anos e não fazia ideia de que ele tinha um histórico de problemas com drogas, crack mais especificamente. Quando descobri e fui questioná-lo, primeiro ele negou, mas depois disse que era dependente há mais de 20 anos. Apesar de gostar dele resolvi colocar um ponto final em tudo. Passou um tempo ele me pedia para perdoá-lo e em consideração a ele, mesmo separados, busquei ajuda em igreja, com padre, para ele sair do vício. Mas ele sempre oscilava. Passou a me ameaçar de morte, dizendo que era para eu voltar com ele, mas eu resolvi não voltar, apenas ajudar”, relata.

No dia em que aconteceu a tentativa de duplo homicídio, a ex-companheira e o filho haviam acabado de chegar de uma viagem: “Tínhamos ido a Gramado e quando retornei ele (o autor do crime) me pediu um favor. Estava tranquilo, educado, bem vestido e me disse se eu poderia levá-lo até a clínica de reabilitação que fica ali na pista, na SP-191. Eu disse que tudo bem e entramos no meu carro. Eu fui dirigindo, ele no banco do passageiro e meu filho atrás. Fomos conversando e em nenhum momento ele deu indícios do que faria e muito menos do que estava planejando”, relembra.

Ao chegarem ao ponto da pista onde precisariam entrar para chegar até a clínica, a ex-companheira diminuiu a velocidade e parou o carro, foi neste momento que o autor do crime mudou o comportamento: “Eu me lembro que ele me perguntou se eu não iria mesmo voltar com ele. Eu disse que não, que não tinha essa possibilidade e foi quando ele me disse que então iria me matar e matar meu filho. Ele começou a me agredir com socos e me pegou pelo pescoço. Eu desmaiei. Meu filho me disse então que tentou me defender, mas não conseguiu. Meu ex-companheiro desceu do carro. me colocou ainda desmaiada no banco do passageiro e assumiu a direção. Ele avançou com o carro na pista, chegou a pegar na uma lateral de um caminhão e depois bateu na defensa metálica. O que eu me lembro depois disso é de dois homens de capacete, eram os bombeiros, falando comigo pra ficar calma que eles iriam me tirar dali e iriam socorrer meu filho também”.

O autor, que estava na direção, conseguiu fugir antes da chegada das equipes de resgate e desde então encontrava-se foragido. Mãe e filho ficaram internados com inúmeras lesões e até hoje estão acamados. A mãe quebrou costelas, teve lesão na bacia, a visão afetada e por muito pouco não teve que amputar a perna. O filho escapou por pouco de ficar paraplégico. Quase quatro meses depois receberam a notícia da prisão: “Essa vai ser a primeira noite que irei dormir tranquila. Estava com medida protetiva, mas era difícil saber que ele estava solto. Somos sobreviventes e isso é um milagre”, disse, emocionada.

Prisão

O autor era procurado por dupla tentativa de homicídio. Ele foi preso pela Polícia Militar no Jardim Olímpico, na Avenida Presidente Kennedy.

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