Setenta dias após ter aprovado em primeira discussão com a maioria da base governista, a Câmara Municipal derrubou na noite dessa segunda-feira (11) os projetos de lei que versam sobre a Reforma Administrativa de cargos comissionados na Prefeitura de Rio Claro e no Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae). Nos últimos instantes, porém, salvou a proposta na Fundação Municipal de Saúde.

A sessão – que teve início na segunda-feira passada, dia 4, e foi suspensa e retomada por cinco vezes – teve um clima completamente tenso. Isso porque o grupo do prefeito João Teixeira Junior (DEM) tentou até o último momento reverter o quadro para que pudesse ter votos favoráveis para a aprovação ou, no mínimo, empate. Caso empatasse, o presidente André Godoy (DEM) poderia desempatar dando voto favorável.

No entanto, a articulação envolvendo os vereadores Yves Carbinatti (PSD), Thiago Yamamoto (PSD), Rogério Guedes (PSL) e Carol Gomes (Cidadania) fez com que não houvesse votos suficientes em plenário. Os quatro parlamentares se abstiveram e deixaram o local. “Levantamos dúvidas sobre as legalidades. Na sexta-feira a base se isentou da sessão. Como forma de protesto e inconformismo pela maneira que vem sendo conduzida a votação, vou me retirar”, disse Yves. Gomes disse que “é um momento de pandemia onde não vejo essencial a criação de novos cargos”, enquanto Rogério declarou que “sempre me coloquei contra a Reforma” e Yamamoto afirmou que por conta de “articulações antidemocráticas, estou me retirando”.

André Godoy chegou a fazer um longo discurso reforçando a necessidade de se aprovar a Reforma Administrativa. Fez, ainda, apelo para que o projeto da Saúde fosse aprovado junto a outros vereadores, assim como fizeram Hernani Leonhardt (MDB), Adriano La Torre (PP) e Paulo Guedes (PSDB), o que acabou ocorrendo com a mudança nos votos de Rafael Andreeta (PTB), José Pereira (PSD) e Geraldo Voluntário (MDB).

Executivo

Agora, o Poder Executivo estuda como dará prosseguimento para cumprir a decisão judicial que considerou os cargos comissionados criados no Governo Altimari ilegais após ação civil pública movida pelo Ministério Público.

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