Ele trabalhou como empresário e fundou sua própria empresa, na qual comercializava equipamentos e itens de informática. Ela foi bancária por mais de três décadas. Cada um exerceu essas atividades por um período longo e praticamente idêntico. Tanto que se aposentaram na mesma época.

Desde então, formam uma bela dupla na produção de peças artesanais. Essa foi a maneira que Márcio Orestes Bissoli, de 59 anos, e Claudia Aparecida Carneiro Bissoli, de 58, encontraram para se manterem ativos, úteis e conectados.

Casados, unidos e artesãos, eles exercitam seus talentos criando as mais variadas peças. Entre elas, fontes de  água, comedouro para pássaros, hotel de abelhas solitárias, vasos cerâmicos com decoupage, pingentes com bolas de cristais, além de outros objetos.

Hoje, mantém, além de um organizado ateliê, também um segundo espaço, específico para receber os clientes e expor o estoque, e ainda uma loja virtual. Com isso, seus trabalhos ultrapassam as fronteiras da cidade e da região, e são vendidas para clientes em estados como São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Fontes de bem estar

Atualmente, conforme os artesãos, o carro-chefe da produção são as fontes artesanais feitas de bambu. Bissoli produziu a primeira para atender um pedido da esposa. Só que ficou tão boa, que acabou sendo vendida. E, com isso, eles descobriram um nicho de mercado para peças exclusivas, pois cada fonte é única, muito diferente das produzidas em série, o que dá um toque personalizado a cada ambiente.

“Desde 2019 fizemos cerca de 100 unidades. Essa fonte e todos os nossos artesanatos são voltados para decoração harmônica, pois a intenção das peças produzidas é resgatar o contato com a natureza e o equilíbrio emocional”, disse Claudia ao JC.

A atividade levou o casal a buscar informações sobre assuntos relacionados ao bem estar. “Manter a água em movimento é uma das técnicas mais usadas pelo Feng Shui para ativar e fortalecer as energias de um espaço. As fontes mudam imediatamente a energia dos ambientes produzindo íons negativos que neutralizam o efeito dos poluentes, dando a sensação de que o ar está mais leve e revitalizado”, argumenta.

O amor pela arte sempre esteve presente na vida do casal, que disse ao JC que trabalhar com as mãos veio de uma herança genética. Dela, por parte de sua avó materna. Já dele, o pai.

Ambos garantem, também, que ao finalizar cada peça, sentem uma gratificação que vai além do resultado financeiro. “Tudo que fazemos é com a intenção de espalhar coisas boas por aí! Queremos resgatar a sensibilidade, a amorosidade e memórias afetivas. Se quando você olha uma peça produzida por nós e sente um calorzinho no coração, já atingimos nosso objetivo”, comentou Bissoli.

É arte, mas também é um negócio

Trabalhando com técnicas variadas, eles disseram que buscaram alguns cursos técnicos só para terem mais opções do uso da matéria prima na questão do artesanato. Por exemplo, aulas de resina. 

Questionados se o fato de terem trabalhado em banco e com empresa própria antes, facilitou estruturar o novo negócio no ramo, afirmaram: “Administrar o artesanato está bem mais leve, não nos preocupamos tanto como nos tempos de mundo corporativo e comercial”.

Márcio e Claudia ficam no ateliê mais no período da tarde. De manhã cuidam da casa e do corpo, pedalando pelas ruas da Cidade Azul. Quem se interessar pela arte, basta acessar no Instagram: @espacobelezadeviver.

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