Sidney Navas

No passado, em especial na ditadura, essa relação profissional nem sempre era amistosa, já que os militares insistiam e controlar a informação que seria publicada pelos veículos de comunicação

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Na foto, o policial militar Palucci, durante operação de rotina na década de 80 no Centro de Rio Claro

As coisas mudaram bastante e, em muitas situações pra melhor. Mas nem sempre foi assim e o dia a dia dos jornalistas com as autoridades policiais era bastante complicado em várias situações principalmente entre as décadas de 60 e 80, em especial, nos grandes centros urbanos, quando os militares governavam o Brasil com ‘mão de ferro’ em plena ditadura. Com a abertura da democracia e a evolução natural dos tempos tudo acabou se modificando e de lá prá cá esse cenário foi se aprimorando graças a muito esforço e ‘jogo de cintura’, de ambos os lados. Nesta edição especial de aniversário do Jornal Cidade, policiais civis e militares na ativa e aposentados foram convidados para falar sobre o tema.

O sargento reformado (aposentado) Luiz Claudio Paulucci, conta que pouco a pouco os relacionamentos ‘entraram nos eixos’. “É claro que podemos melhorar ainda mais esse trabalho e promover uma aproximação maior entre as partes, mas evidentemente que nada mais é como antigamente. Em minha visão todos se conscientizaram dos benefícios gerados a coletividade através de um relacionamento sadio e produtivo. Todo mundo sai ganhando e a democracia se fortalece com a liberdade de imprensa. Como policial militar sempre procurei colaborar com os repórteres”, enfatiza.

Quem compartilha de uma opinião bem parecida é o tenente-coronel aposentado Sidney Horta. “Na minha visão, baseada em muitos anos no exercício das atividades policiais não pude deixar, em momento algum, de ter a imprensa em todas as suas formas como suporte para fazer chegar ao nosso público o trabalho realizado para ele e em nome dele”, lembra. Como não poderia deixar de ser ele frisa que com o aprimoramento dos meios de comunicação evoluiu e muito o relacionamento entre os jornalistas e os policiais, nos mais diversos graus do desempenho das funções. “A imprensa trabalhando seriamente informa bem e adequadamente o púbico, bem como prestigia o trabalho policial. Isso é bom pra todos”, frisa Sidney Horta.

Para a delegada que está na ativa, Sueli Isler, esse entrosamento sempre foi na base do respeito e do bom senso recíproco reforçando que seu relacionamento com os veículos de comunicação ocorre de maneira harmônica. “Profissionais bem preparados e compromissados com a verdade são importantes para a sociedade”, em sua opinião. Entretanto Sueli faz um adendo: “Em alguns casos isolados a ânsia de alguns em sair na frente pode prejudicar as investigações. É preciso cautela, respeitar a lei e só divulgar a notícia depois que ela for oficialmente confirmada”. Já o delegado Oswaldo Galvão de França Filho fala que com a chegada da era digital essa relação ficou mais forte. “Um bom policial necessita da transparência sem deixar de lado um bom relacionamento com os jornalistas e tudo o que acontece agora vai parar nas redes sociais”, pontua a autoridade. Galvão ressalta que a imprensa se fortaleceu no século XXI ajudando inclusive na elucidação de alguns crimes.

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