Rio Claro vacina contra a Covid a partir das 7h30 em oito postos

A vacinação contra a Covid em Rio Claro será realizada nesta quarta-feira (27) a partir das 7h30 nos oito postos de atendimento. As pessoas com 22 anos ou mais que tomaram a terceira dose há no mínimo quatro meses devem comparecer para a quarta dose.

O atendimento nas unidades de saúde da família do Mãe Preta, Terra Nova e Bonsucesso é em horário estendido, até as 18 horas. Já nos postos de saúde de Ajapi, Wenzel, Vila Cristina, Cervezão e Avenida 29, a vacinação é até as 16h30.

As primeiras doses continuam para quem tem cinco anos ou mais. Para a segunda dose, é necessário observar a data de retorno, marcada a lápis no cartão de vacinação. Já nos maiores de 12 anos a terceira dose é aplicada quatro meses após a segunda dose. A quarta dose já vinha sendo aplicada em pessoas com 25 anos ou mais ou profissionais de saúde que tomaram a terceira dose há no mínimo quatro meses.

Vacinação gripe

A vacina contra a gripe está liberada para todos com mais de 6 meses de idades e é realizada em todas as unidades de saúde da família e unidades básicas de saúde, com exceção do Boa Vista, que está em reforma.

Cachorro abandonado em saco de lixo na estrada precisa ser “sacrificado”

Um novo caso de maus-tratos e abandono de animal na região de Rio Claro é motivo de revolta dos protetores que lutam pela causa e de outras pessoas da comunidade.

A protetora Fernanda Petruskevic, moradora de Ipeúna conta que recebeu uma denúncia de um cão abandonado em um saco plástico na estrada entre Ipeúna e Charqueada. Quando chegou ao local, Fernanda percebeu que o animal ainda estava vivo, mas exalava mau cheiro. O animal foi levado para atendimento veterinário, mas devido às condições de saúde precisou ser eutanasiado.

“As pessoas são ignorantes. Por que não soltaram na rua? Se não pode cuidar, solta o animal, alguém pode pegar e cuidar. Mas não, fizeram essa maldade. Infelizmente ali não tem câmeras, então nem denúncia podemos fazer”, afirmou a protetora.

Julho Amarelo reforça a prevenção e conscientização sobre as hepatites virais

As hepatites virais podem não apresentar sintomas durante um período da infecção e passam despercebidas por pelo menos 1 milhão de pessoas no Brasil, que convivem com a infecção sem saber. Somente as hepatites dos tipos B e C são responsáveis por cerca de 74% dos casos de hepatites virais no país, sendo que a Hepatite C é responsável por 76% das mortes, segundo dados do Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig). Com foco na prevenção e conscientização das hepatites virais, uma lei federal instituiu, em 2019, a campanha nacional “Julho Amarelo”, que destaca a importância da testagem precoce e o tratamento da doença. Além disso, no dia 28 de julho celebra-se o Dia Mundial da Luta Contra as Hepatites Virais, data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Hospital Universitário (HU-UFSCar/Ebserh) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) tem um ambulatório destinada à área de Hepatologia e a médica Juliete de Fátima Rocha, da Clínica Médica do HU, destaca a importância da campanha e da prevenção das hepatites virais.

Hepatite

Trata-se de uma inflamação no fígado que pode ser decorrente de diversas causas: infecção, uso de medicamentos, uso de álcool e outras drogas, doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas. Alguns dos sintomas mais comuns são cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, a hepatite causada pelo vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que é menos frequente no Brasil.

De acordo com a médica do HU, as hepatites B e C costumam ser silenciosas e acabam sendo descobertas quando a doença já está muito evoluída, com cirrose ou até com câncer de fígado.

Contágio e prevenção

As hepatites virais A e E são transmitidas pelo contágio fecal-oral, especialmente em locais com condições precárias de saneamento básico e sem água tratada, com más condições de higiene pessoal e dos alimentos. As hepatites B e C são transmitidas pela relação sexual desprotegida; pelo contato com sangue contaminado através do compartilhamento de seringas, agulhas, lâmina de barbear, alicate de unha e outros objetos perfuro-cortantes; transplantes de órgãos sólidos de doadores com a infecção pelo vírus; uso de drogas injetáveis; e da mãe para o filho durante a gravidez. A hepatite D ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B.

A prevenção das hepatites B, C e D requer atitudes e práticas seguras, como o uso adequado do preservativo e o não compartilhamento de instrumentos perfurocortantes e objetos de higiene pessoal (escovas de dente, alicates de unha e lâminas de barbear ou depilar, entre outros). “Em locais como estúdios de tatuagem e piercing, consultórios médicos e odontológicos e manicures, dentre outros, é importante usar materiais sempre esterilizados ou descartáveis”, recomenda Juliete Rocha.

As medidas de prevenção para hepatites A e E incluem melhorias no saneamento básico, evitar contato com água contaminada e higienização dos alimentos antes do consumo. “É importante destacar que há vacina contra as hepatites A e B e que, em relação à hepatite B, além das medidas já citadas, existe a imunoprofilaxia com imunoglobulina hiperimune (soro) para casos indicados pelos médicos”, complementa a médica. A testagem para hepatite B das mulheres grávidas ou com intenção de engravidar também é fundamental para prevenir a transmissão da mãe para o bebê.

Ambulatório do HU

O ambulatório de Hepatologia do HU-UFSCar acompanha pacientes portadores de doenças no fígado, conforme encaminhamento da rede de saúde pública de São Carlos. A médica Juliete de Fátima Rocha atende no ambulatório juntamente com Silvana Gama Florêncio Chachá, docente do Departamento de Medicina da UFSCar. No local, é realizado o rastreio para as hepatites virais, bem como outras causas da doença. Os pacientes positivos para hepatites B ou C são encaminhados para o Centro de Atendimento de Infecções Crônicas (CAIC), que é referência no município de São Carlos e região, para avaliação para tratamento.

“Vale lembrar que os tratamentos para as Hepatites B e C estão disponíveis de forma totalmente gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, reforça a médica. Ela também afirma que as pessoas que ainda não realizaram teste para rastreio das hepatites crônicas virais (B e C), podem procurar uma unidade de saúde e solicitar um teste rápido. “A Hepatite C tem cura e pode ser diagnosticada e tratada evitando evolução para doenças graves como cirrose e neoplasia do fígado. A Hepatite B tem vacina e tratamento com medicações que interrompem a progressão da doença”, conclui Rocha.

Sicoob Crediguaçu arrecada e distribui mais de 1,4 mil peças para a Campanha do Agasalho

Motivado pelo princípio cooperativista de Interesse pela Comunidade, o Sicoob Crediguaçu promoveu uma campanha de arrecadação de roupas e cobertores para auxiliar entidades assistenciais no atendimento à população necessitada. Sob o mote “Doe Calor, Coopere com Amor”, a iniciativa sensibilizou associados e colaboradores que contribuíram com as doações em caixas expostas nas agências da Cooperativa e totalizou mais de 1,4 mil peças coletadas entre agasalhos, mantas, toucas e calçados.

As arrecadações foram destinadas aos Fundos Sociais de Solidariedade e a entidades filantrópicas de amparo à população de vulnerabilidade social de 29 cidades da área de atuação do Sicoob Crediguaçu.

O Diretor-Presidente, Mauro Benedito de Lima, ressaltou a importância em ajudar o próximo e o empenho da Cooperativa em ações de cunho social. “Esta campanha é mais uma forma de demonstrarmos à comunidade que nós do Sicoob Crediguaçu estamos interessados em contribuir para a solução dos problemas sociais. Por este motivo, é tão importante estarmos sempre munidos do propósito de dar um pouco de si em prol dos mais necessitados”, afirmou.

O Sicoob Crediguaçu enaltece a participação dos associados e agradece a todos que entenderam o propósito da ação e abraçaram a iniciativa com carinho e solidariedade.

Turista é decapitado por hélice de helicóptero ao tirar selfie na Grécia

Folhapress

Um turista britânico foi decapitado pela hélice de um helicóptero que estava decolando, enquanto tirava uma selfie. O caso ocorreu na tarde desta segunda-feira (25) na Grécia.

Jack Fenton, 22, estava se preparando para voltar ao Reino Unido de uma viagem em Mykonos. Durante o passeio, ele parou para usar o celular e caminhou para trás das pás da cauda do helicóptero, que ainda estavam em movimento.

Ele foi atingido na região do pescoço e morreu instantaneamente, segundo o tabloide inglês Daily Star.

A emissora grega Open TV apontou que Fenton estava distraído, tentando tirar uma selfie com o celular quando o acidente aconteceu. O episódio envolveu um helicóptero Bell 407.

As autoridades estão investigando o caso. A imprensa local informou que o piloto do helicóptero pode enfrentar acusações de homicídio culposo, se for descoberto que os responsáveis pela aeronave permitiram que os passageiros saíssem antes que as pás do rotor parassem.

A fatalidade aconteceu à vista de outros turistas no heliponto. No entanto, as autoridades afirmaram que os pais de Fenton, que o acompanhavam na viagem, estavam passeando em outro helicóptero. Os turistas tinham como destino o Aeroporto Internacional de Atenas, para embarcar em um jato particular de volta ao Reino Unido.

Em um comunicado, o porta-voz do Departamento de Relações Exteriores do Reino Unido (FCDO, na sigla em inglês) lamentou a morte de Jack Fenton.

“Estamos apoiando a família de um britânico que morreu na Grécia e estamos em contato com as autoridades locais”.

8 em 10 acham que Brasil terá novos casos de violência política, mostra pesquisa

Folhapress – Tayguara Ribeiro

A maioria dos eleitores brasileiros acredita que novos episódios de violência política deverão ocorrer. Segundo levantamento do Instituto Locomotiva, essa é a percepção de 83% dos entrevistados.

O receio é ainda maior entre as eleitoras: 89% das mulheres temem que novas situações de violência política aconteçam no país.

A pesquisa foi realizada após o assassinato do militante petista Marcelo Aloizio de Arruda pelo policial penal bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, em Foz do Iguaçu (PR).

Em 9 de julho, o agressor invadiu a festa de aniversário de Marcelo, que tinha temática inspirada no PT e no ex-presidente Lula, e atirou contra ele. Segundo testemunhas, Jorge gritou “aqui é Bolsonaro”.

Dias antes do assassinato, um ato com apoiadores do ex-presidente Lula na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, foi alvo de um artefato explosivo. A bomba caseira foi lançada do lado de fora da área isolada em frente ao palanque, antes da chegada de Lula. Ninguém se feriu.

Segundo o levantamento do Instituto Locomotiva, 75% dos eleitores brasileiros ficaram sabendo sobre o assassinato do militante petista.

A pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 20 de julho. O instituto ouviu 1.303 pessoas com 16 anos ou mais por telefone. A margem de erro máxima estimada é de 2,7 pontos percentuais, para mais ou para menos.

As entrevistas ocorreram em todas as regiões do Brasil, levando em conta parâmetros do PNADC\IBGE para obter amostras representativas da constituição social da população brasileira.

Ainda segundo o estudo, 81% dos eleitores acreditam que os candidatos deveriam se empenhar mais no combate à violência política. A pesquisa também mostra que 45% dos eleitores já presenciaram algum tipo de violência política no último ano.

Para Renato Meirelles, do Instituto Locomotiva, além dos casos que ganharam repercussão nacional, a pesquisa revela que a violência política já se faz presente de modo silencioso no cotidiano de grande parte dos eleitores.

“Esse contexto de agressividade política difusa faz com que 83% dos eleitores temam que as eleições atuais ainda terão mais episódios de violência política. Uma das consequências perversas é o afastamento dos brasileiros médios do debate político”.

Defesa Civil faz alerta sobre incêndios florestais após apreensão no Horto Camaquã

Um balão de grande porte, nas cores azul e branco, além de artefatos e apetrechos para a soltura, foram apreendidos no Horto Camaquã e encaminhados para o plantão policial de Rio Claro, onde a ocorrência foi apresentada.

A legislação brasileira proíbe a fabricação, a venda, o transporte e a soltura de balões. No céu, os balões são um risco para o espaço aéreo e, ao caírem, podem provocar incêndios.

Atualmente, os incêndios florestais são considerados uma das maiores ameaças à biodiversidade e conservação ambiental, causam a morte de animais silvestres, prejudicam a vegetação, aumentam a poluição do ar, diminuem a fertilidade do solo e podem acarretar na interrupção de energia elétrica. Estudos apontam que a maior parte dos incêndios florestais é decorrente de ação antrópica – causados pelo homem, de maneira acidental ou intencional – entre elas, além das queimadas para fins agrícolas, queima de lixo, fogueiras, bitucas de cigarros e soltura de balões.

Estatísticas

Somente em 2021 a Operação Corta Fogo, que é desenvolvida pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, com apoio do Defesa Civil do Estado e outras instituições ligadas à Secretaria de Segurança Pública, como o Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental e Comando da Aviação da Polícia Militar, registrou 5.025 focos de incêndio em todo o Estado de São Paulo.

Descarte irregular é realizado em praça no bairro Jd. São Paulo e gera revolta de vizinhos

Uma situação chamou a atenção de moradores próximos a uma praça na Rua 16, Jardim São Paulo.

O ato do descarte irregular de mato no local deixou um rastro de indignação, pois o material, segundo testemunhas, foi retirado de um imóvel e deixado na praça, sem qualquer preocupação com a atitude certa a ser tomada.

“Eu acredito que temos que colaborar. Se é algo que compete à prefeitura, nós cobramos, não é mesmo? Sendo assim, precisamos também fazer a nossa parte. Imagina se vira moda e as pessoas comecem a jogar lixo e outros materiais na praça? Não está certo”, disse um morador das proximidades, que preferiu não se identificar.

O que diz a prefeitura

A prefeitura de Rio Claro ressalta que não há motivo para fazer descarte de lixo, entulho ou materiais recicláveis em locais inapropriados. O município dispõe de sete ecopontos que funcionam diariamente, inclusive nos finais de semana e feriados, tem coleta domiciliar em todos os bairros, oferece coleta seletiva e operação cata-bagulho. As pessoas que precisam descartar materiais devem utilizar estes serviços e lembrar que os materiais não podem ficar acumulados nas calçadas ou no leito carroçável. O município dispõe também de várias empresas que oferecem serviço de caçambas para catar entulho. Quem descumpre as regras está sujeito às multas previstas em lei.

Após denúncias de venda, Saúde de RC suspende emissão de atestados médicos na rede pública

Uma denúncia de venda de atestados médicos nas unidades da rede pública de Rio Claro levou a Fundação Municipal de Saúde a anunciar a suspensão do fornecimento dos atestados já a partir desta terça-feira (26). Na sessão ordinária da Câmara Municipal dessa segunda-feira (25), o vereador Rafael Andreeta (sem partido) trouxe à sessão denúncia sobre a comercialização dos atestados médicos, que teria até anúncio nas redes sociais, cobrando apuração por parte da Fundação Municipal de Saúde.

Ao realizar a denúncia na sessão ordinária, Andreeta apresentou atestados que seriam decorrentes do esquema de venda e destacou que é necessário fazer uma investigação para apurar responsabilidades, já que médicos também podem estar sendo vítimas do uso de seus registros pelos criminosos.

Na nota divulgada no fim da tarde dessa segunda-feira, a Fundação informou que, “com relação à venda do atestado médico, informamos que tomamos conhecimento dos fatos nesta data por volta das 14:00. A Fundação já fez boletim de ocorrência e suspendeu o uso do receituário de atestado médico nas unidades de pronto-atendimento. Havendo dúvidas sobre a validade do atestado entregue, recomendamos que seja procurada a Fundação para atestarmos a veracidade do mesmo”.

Serviço na rede de água no bairro Saúde interrompe fornecimento na região

Desde as 8 horas da manhã desta terça-feira (26), o Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgoto) de Rio Claro realiza a troca de rede bastante antiga de abastecimento de água por outra mais moderna e resistente na Avenida 15, com as Ruas 8 e 9, no bairro Saúde.

Para realizar o serviço, o trânsito no local está interditado e a orientação é para que os condutores redobrem a atenção ao trafegarem naquela região e procurem por rotas alternativas.

“Por ser bastante antiga e de ferro fundido, a tubulação neste trecho está quase que totalmente obstruída por incrustações, o que dificulta o fluxo e a pressão da água. Essa ação vai melhorar consideravelmente o abastecimento na região”, explica o diretor do Departamento de Engenharia, Obras e Planejamento, Nelson Uechi.

Para realizar o serviço, o fornecimento de água fica temporariamente interrompido na região até a conclusão dos trabalhos, que acontece ainda nesta terça.

O Daae ressalta que ter caixa d’água nas residências diminui os transtornos em ocasiões como esta e orienta para que os consumidores façam o uso consciente e sem desperdícios da água.

Varíola dos macacos foi transmitida durante sexo em 95% dos casos, aponta estudo

Folhapress

Uma nova pesquisa analisou 528 casos de varíola dos macacos e concluiu que 95% das infecções ocorreram durante o contato sexual. A doença não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas é disseminada principalmente por contatos durante o sexo neste novo surto, considerado como emergência pública de preocupação global pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

O Brasil registrou 607 casos da doença até a última sexta-feira (22). O saldo é mais do que o dobro verificado no último dia 9, quando havia 218 diagnósticos confirmados em todo o país.

O novo estudo foi publicado na última quinta (21) no New England Journal of Medicine. Os 528 casos analisados na pesquisa foram registrados em 16 países -o Brasil não compõe a amostra- entre abril e junho deste ano.

A pesquisa aponta que 95% das infecções se deram por contato próximo que aconteceu durante o sexo. A conclusão, embora não seja possível confirmá-la completamente, envolve o fato de que 406 dos participantes tinham histórico recente de atividades sexuais com uma média de cinco parceiros sexuais nos últimos três meses.

Em sua grande maioria, os infectados eram homens gays ou bissexuais -eles representaram 98% dos participantes. Clarissa Damaso, que não assina o estudo e é virologista da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), diz que esse perfil demográfico já era observado em grande parte dos países com novos diagnósticos da doença.

A OMS também já havia alertado que a disseminação da doença se dá principalmente em homens que fazem sexo com outros homens. Segundo a organização, 90% dos casos confirmados são nessa população -percentual próximo ao encontrado na nova pesquisa.

Um receio é que este cenário cause estigma a homens que mantêm relações sexuais com outros homens. “Estigma e discriminação podem ser mais perigosos que qualquer vírus”, afirmou Tedros Adhanom, diretor-geral da organização.

No estudo recém-publicado, o sêmen de 32 pacientes foi analisado para averiguar a presença do DNA do monkeypox, vírus que causa a varíola dos macacos. Desse número, 29 registraram a presença do patógeno.

Outras pesquisas já tinham identificado o vírus no sêmen de pacientes. No entanto, nenhuma identificou o vírus ativo no sêmen ou em fluido vaginal, afirma Damaso. É por essa razão que a varíola dos macacos não é considerada como uma IST.

Mesmo assim, os autores do estudo explicam que a presença do vírus no sêmen é um indicativo de que a transmissão deve ter ocorrido, em sua maioria, por meio de contato sexual.

A presença de lesões localizadas nas regiões genitais, anais e orais é outra evidência da pesquisa que ratifica a hipótese da transmissão por contato sexual. Esse padrão já vinha sendo reconhecido, diz Damaso, que também é uma das pesquisadoras que compõem o grupo de trabalho para enfrentamento da varíola de macacos organizado na UFRJ.

Ela afirma que as lesões causadas pela varíola dos macacos, em seu quadro mais comum, ocorrem principalmente nas extremidades: braços, pernas e rostos, por exemplo. “Ter lesão genital não é característico de monkeypox, exceto neste surto atual se houve a transmissão pelo contato sexual.”

A virologista diz que já existem casos de pacientes que não percebem outros sintomas comuns à varíola dos macacos, como febre, e apresentam somente as lesões na genitália, ânus ou região oral.

“Esse quadro que varia muito é que tem sido um problema na identificação por parte de quem atende”, diz.

Por isso, Damaso diz que, no momento atual, o aparecimento de lesões já deve fazer com que o paciente seja considerado suspeito para monkeypox a fim de evitar o descarte de casos que podem ser causados pela doença.

Varíola dos macacos e ISTs Mesmo que não seja considerada como uma IST, o aumento de evidências sobre a transmissão da varíola dos macacos por contato sexual aproxima a doença dessas infecções.

Um exemplo é do próprio estudo recém-publicado, no qual 377 participantes com monkeypox fizeram testes para ISTs e cerca de 29% tiveram resultados positivos para alguma dessas outras infecções.

Dados como esse mostram que é possível ter uma coinfecção de monkeypox com outras ISTs. Damaso afirma que isso é importante porque alguns profissionais de saúde podem considerar que, se o paciente apresentar teste positivo para algumas das infecções sexualmente transmissíveis, o exame para a varíola dos macacos poderia ser descartado -algo que ela condena.

“Não pode excluir monkeypox se a pessoa testar positivo para sífilis secundária ou gonorreia, por exemplo”, conclui.

Jornal Cidade RC
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