MP destina R$ 1,99 bilhão para viabilizar vacina contra covid-19

AGÊNCIA BRASIL

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira (6) a medida provisória (MP) que abre crédito extraordinário de R$ 1,9 bilhão para viabilizar a produção e aquisição da vacina contra a covid-19, que está sendo desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford. A transferência de tecnologia na formulação, envase e controle de qualidade da vacina será realizada por meio de um acordo da empresa britânica com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde. Com isso, caso a eficácia do imunobiológico seja comprovada, o Brasil deverá produzir 100 milhões de doses. 

“Assinamos esse protocolo no passado e passamos a fazer parte desse seleto grupo. A nossa contrapartida é basicamente financeira no momento, quase R$ 2 bilhões. Talvez em dezembro ou janeiro exista a possibilidade da vacina e daí esse problema estará vencido poucas semanas depois”, afirmou o presidente, durante cerimônia de assinatura da MP, no Palácio do Planalto.

O acordo entre Fiocruz e AstraZeneca é resultado da cooperação entre o governo brasileiro e governo britânico, anunciado em 27 de junho pelo Ministério da Saúde. O próximo passo será a assinatura de um contrato de encomenda tecnológica, previsto para este mês, que garante o acesso a 100 milhões de doses do insumo da vacina, das quais 30 milhões de doses entre dezembro e janeiro e 70 milhões ao longo dos dois primeiros trimestres de 2021. Em todo o mundo, esta é uma das vacinas que estão em estágio mais avançado, já em testes clínicos com seres humanos. 

“Estamos garantindo a aplicação de recursos em uma vacina que tem se mostrado a mais promissora do mundo. O investimento é significativo, não apenas no seu valor, quase R$ 2 bilhões, mas também aponta para a busca de soluções que permitam ao Brasil desenvolver tecnologias para a proteção dos brasileiros. Esse é um acordo de transferência de tecnologia, isso significa que estamos garantindo a produção e entrega, inicialmente, de 100 milhões de doses, além de trazer para o país a capacidade de utilizar, na indústria nacional, essa nova tecnologia e dar sustentabilidade ao programa brasileiro de imunizações”, destacou o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello.    

Se a vacina for eficaz e o cronograma previsto pelo governo se cumprir, a expectativa é que haja uma grande campanha nacional de vacinação contra a covid-19 no início do próximo ano, dirigida a públicos prioritários, como idosos, profissionais da saúde e pessoas com doenças preexistentes.  

Do total de recursos liberados, o Ministério da Saúde prevê um repasse de R$ 522,1 milhões na estrutura de Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz produtora de imunobiológicos. O objetivo é ampliar a capacidade nacional de produção de vacinas e tecnologia disponível para a proteção da população, afirma a pasta. Um total de R$ 1,3 bilhão são despesas referentes a pagamentos previstos no contrato de encomenda tecnológica. Os valores contemplam a finalização da vacina. O acordo prevê o início da produção da vacina no Brasil a partir de dezembro deste ano e garante total domínio tecnológico para que Bio-Manguinhos tenha condições de produzir a vacina de forma independente.

A vacina

Desenvolvida pela Universidade de Oxford, a vacina foi elaborada através da plataforma tecnológica de vírus não replicante (a partir do adenovírus de chimpanzé, obtém-se um adenovírus geneticamente modificado, por meio da inserção do gene que codifica a proteína S do vírus SARS-COV-2). De acordo com o governo, embora seja baseada em uma nova tecnologia, esta plataforma já foi testada anteriormente para outras doenças, como, por exemplo, nos surtos de ebola e MERS (síndrome respiratória do Oriente Médio causada por outro tipo de coronavírus) e é semelhante a outras plataformas da Bio-Manguinhos/Fiocruz, o que facilita a sua implantação em tempo reduzido. A vacina está na Fase 3 dos ensaios clínicos, que é a última etapa de testes em seres humanos para determinar a segurança e eficácia.

Morador é baleado em tentativa de roubo a residência no Bandeirantes

Um homem que não teve a identidade divulgada foi socorrido na noite desta quinta-feira (6) após ser baleado no bairro Jardim Bandeirantes. De acordo com informações preliminares, três indivíduos – sendo um a pé e dois em uma moto – tentaram efetuar o roubo contra o munícipe na sua residência na Estrada da Bomba.

Ainda não foi confirmado se a vítima teria reagido à ação dos bandidos, no entanto, foram efetuados dois disparos de arma de fogo contra o morador. Os três indivíduos fugiram e a Polícia Militar patrulha neste momento em busca dos criminosos.

O Resgate do Corpo de Bombeiros foi acionado para prestar socorro. No entanto, a ambulância de UTI do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) precisou prestar apoio e o levou para o Pronto Socorro Municipal Integrado (PSMI). Novas informações serão atualizadas no site do JC.

Juninho alerta para a necessidade de prevenção mesmo se RC for para fase laranja

Rio Claro pode avançar nos próximos dias para a fase laranja, a segunda no plano de flexibilização da quarentena. Isso possibilitaria a reabertura do comércio e a retomada da economia, tão aguardada pelos comerciantes e pela população. A decisão do município dependerá do governo estadual, que deve se manifestar na sexta-feira (7) sobre o avanço ou não da região de Rio Claro para a próxima fase. Prefeito de Rio Claro deverá se manifestar logo em seguida sobre o assunto.

“Já estivemos na fase laranja antes e tivemos que regredir porque parte da população insistiu em não cumprir as regras”, observou o prefeito João Teixeira Junior, que anunciou o posicionamento do município em transmissão on-line realizada na quinta-feira (6). “Aguardamos a decisão estadual e temos a expectativa de que o município possa ter o comércio reaberto, contando com a responsabilidade que todos devem ter”, acrescenta o prefeito Juninho.

O município tem tido desaceleração no crescimento de casos. Boletim divulgado na quinta-feira (6) pela Vigilância Epidemiológica aponta 3.061 casos confirmados da Covid-19 em Rio Claro e 86 óbitos. O índice de ocupação de leitos é de cerca de 80%. Em uma comparação com os dados de 15 dias atrás, houve um crescimento de 34% no número de casos e de 36% no número de óbitos. Já o número de internações caiu em 10%. No período anterior, de 7 a 21 de julho, o crescimento registrado foi de 64% no número de casos e de 50% no número de óbitos e o número de internações também crescia em 15%.

“Para que essa tendência de queda se concretize é fundamental que a comunidade siga as restrições da quarentena e mantenha cuidados preventivos, especialmente a higienização correta e o uso de máscaras, além de evitar aglomerações”, observa Maurício Monteiro, secretário de Saúde.

O município teve sua estrutura de atendimento aos casos de Covid-19 reforçada, com a implantação do Hospital de Campanha e consequente ampliação na quantidade de leitos para atender casos da doença. Atualmente 15 dos 23 leitos estão em funcionamento no hospital e a expectativa é de que em breve o serviço esteja com todos os leitos em funcionamento. Para isso, na segunda-feira (3) Hospital de Campanha passou a contar com novo sistema de fornecimento de oxigênio, em que tanque substituiu cilindros.

Rio Claro esteve na fase 2 da flexibilização, a laranja, de 1º a 24 de junho, período em que o comércio funcionou com restrições. Desde o dia 25 o município está na fase 1, a vermelha, com funcionamento apenas dos comércios e serviços essenciais.

Mustang vem da Capital para manutenção em Rio Claro

É praticamente impossível observar um Mustang passar pelas ruas e os olhos não vidrarem nesse clássico que encanta todas as gerações. Produzido pela Ford, o seu nome foi baseado em uma raça de cavalos selvagens e, desde que foi apresentado, em 1964, o Mustang passou por diversas alterações, mas sempre mantendo seu estilo e uma legião de fãs.

Recentemente um Mustang 1965, vindo da cidade de São Paulo, estacionou na garagem da São Lourenço Auto Elétrica e Baterias. O automóvel chegou à Cidade Azul para receber os cuidados que merece, na parte elétrica do motor, um V8.

Martinho Routh Neto, proprietário da São Lourenço Auto Elétrica e Baterias e eletricista, conta que o trabalho no clássico apareceu após um primeiro serviço ser feito em um Maverick, de Rio Claro. “Um cliente daqui havia nos trazido um Maverick para fazer a parte elétrica e o motor era um V8. Ele faz parte de um grupo de automóveis antigos da cidade e foi através desse contato que o Mustang chegou até nós”, conta.

Neto comenta que o proprietário do Mustang 65 estava encontrando dificuldades de fazer a manutenção necessária no motor na Capital e que a solução foi encontrada aqui, no interior. “Os proprietários dos automóveis conversaram entre si e depois o dono do Mustang nos ligou e ficamos em negociação por volta de 15 dias, até que o carro veio para Rio Claro. Ficamos muito surpresos e felizes, pois normalmente é o contrário, as pessoas sempre acabam buscando serviços diferenciados em São Paulo e felizmente oferecemos essa mão de obra qualificada aqui dentro da nossa empresa, tudo ocorreu conforme o programado e o veículo recebeu a manutenção devida, agradando a seu dono e nos proporcionando essa experiência”, finaliza.

São Lourenço Auto Elétrica e Baterias está localizada na Avenida 28, número 1.605, no bairro Jardim São Paulo, e possui profissionais com mais de 30 anos de experiência, com agilidade e comprometimento no trabalho.

Covid-19: RC tem menor número de novos casos registrado em dia útil desde 28 de Junho

A cidade de Rio Claro registrou apenas seis novos casos do novo coronavírus nesta quinta-feira (6). O número é bem baixo em comparação com os dados divulgados diariamente nos últimos meses.

Com exceção de alguns Domingos (dia da semana em que o número de casos registrados é naturalmente mais baixo, devido a menor quantidade de testes no fim de semana), Rio Claro não tinha um dia sequer com menos de 10 novas confirmações desde 28 de Junho, quando foram registrados cinco casos da doença.

O baixo número de novos casos registrados na data de hoje é um bom sinal, mas mesmo assim é necessário que a população siga respeitando as regras de distanciamento social e de prevenção contra a Covid-19.

Prefeitura retira 100 toneladas de sujeira das águas do Lago Azul

O Lago Azul de Rio Claro está recebendo uma série de ações de revitalização providenciadas pela prefeitura. Um dos cartões-postais do município, o local ganhou na quinta-feira (6) ampla limpeza nas margens da lagoa que caracteriza o parque, fechado à visitação devido ao coronavírus. Até o meio da tarde, quase 100 toneladas de lixo já haviam sido retiradas. “Mesmo com a quarentena não deixamos de providenciar melhorias para essa referência de lazer da nossa cidade, pois queremos que a população tenha um Lago Azul mais bonito e atraente”, comenta o prefeito João Teixeira Junior, informando que, assim que for seguro, o parque será reaberto. “Nossa preocupação prioritária com a saúde não nos impede de investir e cuidar dessa importante referência de lazer em Rio Claro”, acrescenta Juninho.

O secretário municipal de Cultura, Ricardo Naitzke, que acompanhou os trabalhos de limpeza do lago junto com o prefeito, informa que até o meio da tarde de quinta-feira oito caminhões cheios de lixo já haviam sido retirados das margens da lagoa, o equivalente a 96 toneladas de sujeira. “É material que chega arrastado pelas águas de vários bairros localizados acima do Lago Azul”, explica. Boa parte da sujeira descartada incorretamente de locais como Distrito Industrial, Vila Martins, Jardim Portugal, Floridiana e Vila Operária desemboca no lago. “Retiramos garrafas de vidro, garrafas pet, panos, embalagens, recipientes descartáveis para marmita e vários outros tipos de descarte”, comenta Naitzke, reforçando a orientação para que a comunidade colabore e faça a destinação correta de materiais.

O trabalho de limpeza nas águas do Lago Azul está sendo realizado em conjunto com equipes da Secretaria Municipal de Obras. Outras intervenções, como a poda ornamental de árvores do parque, são realizadas pela Secretaria Municipal de Agricultura e Manutenção. Já o Departamento Autônomo de Água e Esgotos (Daae) está trabalhando na comporta e providenciando ações para melhorar a oxigenação da água do Lago Azul.

Além da ampla manutenção, o parque também está ganhando calçamento na orla, que ficará mais bonita e segura para os usuários que utilizam a pista para caminhar. As quadras de futsal e basquete estão sendo reformadas e uma quadra de futebol society será instalada.

Essas e outras melhorias estão sendo possíveis porque a atual administração conseguiu regularizar o terreno do Lago Azul, obtendo a escritura da área por meio de ação judicial de usucapião. Depois de décadas em condição irregular, o Centro Cultural “Roberto Palmari” e toda a área do Lago Azul agora passou a pertencer legalmente ao município.

Juninho diz que Doria deve anunciar volta da região de RC para a Fase Laranja

Em pronunciamento feito na tarde desta quinta-feira (6), o prefeito de Rio Claro, Juninho da Padaria, afirmou que o município deve ser autorizado a voltar para a Fase Laranja do Plano SP a partir da próxima semana.

Segundo Juninho, o anúncio oficial deve ser feito na coletiva do Governo de São Paulo nesta sexta (7), às 12:45h, quando o Governador João Doria divulgará a atualização do Plano SP, com a provável volta da região de Piracicaba, a qual RC pertence, para a Fase Laranja.

Com isso, a partir da próxima semana, as cidades da região poderão começar a flexibilizar o funcionamento de alguns tipos de comércios, porém com regras determinadas pelo governo estadual.

Se confirmada à volta da região à Fase Laranja, RC poderá voltar a flexibilizar o comércio se a Prefeitura entender que o momento é ideal para isso. Juninho afirmou que deve fazer pronunciamento ao vivo, após a coletiva de Doria, para informar como fica a situação de Rio Claro.

Rio Claro tem 86 óbitos por coronavírus e 3.067 positivos

Uma idosa que estava hospitalizada é a mais recente vítima fatal da Covid-19 em Rio Claro. O município tem 86 óbitos provocados pela doença e 3.067 casos positivos. Boletim divulgado pela Secretaria de Saúde de Rio Claro informa que na quinta-feira (6) foram confirmados seis casos do novo coronavírus, sendo que três destas pessoas estão hospitalizadas.

O número de internados permanece em 80, incluindo casos suspeitos, sendo 36 pacientes em leitos públicos e 44 em leitos particulares. Deste total, 29 pessoas estão em tratamento em unidade de terapia intensiva (UTI), com 19 pacientes na rede pública e 10 na rede privada.

Rio Claro tem 2.110 pessoas recuperadas da Covid-19.

Incêndio é registrado em área de mata próxima à Whirlpool

Hoje, através da Secretaria de Segurança de Rio Claro, o Departamento de Defesa Civil esteve trabalhando em conjunto com o Corpo de Bombeiros e a Brigada de Incêndio da Empresa Whirlpool, no combate a um incêndio em área localizada atrás da referida empresa.

“Não bastasse a época de estiagem, estamos vivendo uma pandemia. Atitudes irresponsáveis como esta, podem ocasionar e agravar consideravelmente problemas de saúde respiratória”, comenta o Secretário Municipal de Segurança, Marco Antonio Bellagamba.

A prática de incêndio para limpeza de terrenos é crime! Denuncie!

Quase 9 milhões ficam sem trabalho em três meses e taxa de desemprego vai a 13,3%

NICOLA PAMPLONA E DIEGO GARCIA – RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

A primeira pesquisa de desemprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que pegou três meses completos de pandemia no Brasil trouxe uma sucessão de recordes negativos e confirmou a percepção de que trabalhadores menos qualificados e informais foram mais atingidos pela crise.

Segundo o instituto, 8,9 milhões de brasileiros perderam o trabalho no período, a maior queda no número de ocupados desde que a pesquisa começou a ser realizada no formato atual, em 2012. No segundo trimestre, o Brasil tinha 83,3 milhões de pessoas com algum tipo de trabalho, o menor número da série histórica.

A taxa de subutilização também foi recorde, assim como o número de pessoas desalentadas, aquelas que gostariam de trabalhar mas desistiram de buscar por uma vaga. Números que indicam que a taxa de desemprego, que chegou a 13,3%, a maior já registrada em um segundo trimestre, ainda não reflete totalmente os efeitos da crise.

Em maio, o IBGE havia indicado pela primeira vez que mais da metade da população em idade de trabalhar estava sem emprego. Em junho, a situação se agravou: apenas 47,9% dos brasileiros tinham alguma ocupação. O número de pessoas consideradas fora da força de trabalho disparou 15,6%, para 77,8 milhões.

O comércio foi o setor mais atingido, com o fechamento de 2,1 milhões de postos de trabalho. Na construção civil, foram 1,1 milhão a menos. Entre os empregados domésticos, houve 1,3 milhão de demissões.

A atividade alojamento e alimentação teve redução de 1,3 milhão de pessoas. Nesta categoria estão hotéis, restaurantes e os vendedores de comida na rua, por exemplo. O setor de serviços é o único grande setor da economia que ainda não mostrou sinais de retomada após os tombos recordes de abril.

Ao contrário de outras crises econômicas, quando ocupações informais se tornavam alternativas à perda do emprego com carteira assinada, agora a taxa de informalidade cai, mesmo com o fechamento de vagas. Em junho, segundo o IBGE, essa taxa chegou a 36,9%, a menor da série histórica.

“Essa taxa é menor não porque os trabalhadores estão migrando para a formalidade, mas porque eles estão perdendo a ocupação”, disse a analista da pesquisa, Adriana Beringuy. Os dados mostram que a queda no número de trabalhadores foi maior entre aqueles sem vínculo do que entre os com carteira assinada.

No setor privado, por exemplo, o primeiro grupo recuou 21,6%, enquanto o segundo caiu 8,9%. Entre os trabalhadores domésticos também houve grande diferença. No grupo dos que têm carteira assinada, o número de trabalhadores recuou 13,9%. Entre os informais, o corte foi de 23,7%.

O aumento da renda média do trabalhador, que subiu 4,6% para R$ 2.500, é outro indicador de que os trabalhadores menos qualificados sofrem mais os efeitos da crise, pois indica que os maiores salários estão sendo mais preservados.

“No curto prazo, estamos no breu, estamos no porão do buraco”, diz o economista Otto Nogami, do Insper, para quem a lenta retomada da indústria e do comércio não serão suficientes para reverter o cenário desolador no mercado de trabalho.

“A base de comparação está extremamente baixa. A indústria automobilística cresceu 80% [em junho] mas chegou a ter apenas 13% da capacidade. Em vários setores, ainda estamos abaixo do pior momento da história”, afirma.

Nogami avalia que o mercado de trabalho seguirá pressionado pelo fechamento de pequenas empresas com dificuldades de caixa para manter as portas abertas e pela baixa confiança do consumidor. “A gente observa nos shoppings que as pessoas estão meio reticentes. Vão por necessidade, mas não para gastar por gastar.”

Com o isolamento social, muitos brasileiros desistiram de ir às ruas atrás de uma vaga, levando o número de desalentados a crescer 19,1%, para 5,7 milhões de pessoas. A população subutilizada chegou a 31,9 milhões de pessoas, 15,7% a mais do que no trimestre anterior.

Pela primeira vez na história, a força de trabalho potencial, que soma as pessoas em idade de trabalhar que não tinham emprego nem estavam em busca de uma vaga, ultrapassou o número de pessoas desempregadas. São 13,5 milhões de pessoas nessa situação.

Muitos deles, diz o instituto, deixaram de procurar emprego por causa da pandemia. Quando voltarem ao mercado em busca de vaga, devem pressionar a taxa de desemprego para níveis ainda superiores aos atuais.

“Isso vai depender muto de como o mercado vai demandar esses trabalhadores. A oferta de mão de obra vai existir, mas se essas pessoas serão alocadas, a gente não sabe”, disse a analista do IBGE.

A expectativa do governo é que, com o fim do auxílio emergencial, previsto para ser pago apenas mais este mês, a taxa dê um repique em setembro, o que demandaria maior atenção a políticas sociais. Nesta quarta (5), porém, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que “não dá para continuar muito” o benefício, diante de seu alto custo.

Queda de reservatório de água deixa dois mortos e nove feridos no Pará

MANOEL CARDOSO – SANTARÉM, PA (FOLHAPRESS)

A Polícia Civil do Pará abriu inquérito para apurar o desabamento de um reservatório de água, que deixou duas pessoas mortas e ao menos nove feridos, no início da noite de quarta-feira (5) em Almeirim, no oeste do Pará.

A obra estava sendo construída pela empresa Ditron Engenharia, com recursos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e do Governo do Pará. Duas das vítimas são Raimundo e Rainy Gomes, pai e filha que eram operários da obra.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros, que se deslocou de Santarém para Almeirim, vai apurar as causas do acidente em parceria com a Polícia Civil do Pará.

As buscas seguem nos escombros da estrutura, que destruiu parte da unidade de saúde de triagem para Covid-19 e uma casa próximas, para verificar se há vítimas, Profissionais de saúde e alguns pacientes que estavam na UBS atingida pelos escombros sofreram escoriações.

O Governo do Pará lamentou o fato e deslocou várias equipes de apoio de Santarém, para Almeirim. O engenheiro responsável deverá ser ouvido pela Polícia Civil.

O sistema estava sendo construído há alguns anos e, segundo alguns moradores, tinha previsão inicial de entrega em 2016. Nesse período, a obra foi paralisada várias vezes por atraso de verbas. O reservatório destruído tinha capacidade para 100 mil litros de água.

Em nota, a Secretaria de Obras Públicas do Estado do Pará informou que lamenta o ocorrido em Almeirim, que enviou técnicos responsáveis para avaliar a situação e que já acionou a empresa responsável pela obra da caixa d’água.

A reportagem tentou ouvir a Ditron Engenharia, responsável pela obra, mas ninguém atendeu as ligações.

Flávio Bolsonaro pede troca de promotores do Rio em investigação da ‘rachadinha’

ITALO NOGUEIRA – RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

A defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) pediu ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que troque os promotores que investigam há um ano e meio o suposto caso da “rachadinha” em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio.

Os advogados do filho do presidente Jair Bolsonaro argumentam que o Ministério Público do Rio desrespeitou a regra do promotor natural do caso ao manter os membros do Gaecc (Grupo de Atuação Especializada de Combate à Corrupção) à frente da apuração mesmo após a concessão de foro especial ao senador pelo Tribunal de Justiça do Rio.

No procedimento, a defesa pede que o caso seja conduzido por um procurador de Justiça -que atua na segunda instância do Tribunal de Justiça. O relator do caso no CNMP, Luiz Fernando Bandeira de Mello, notificou o MP-RJ na última terça-feira (4) para que se pronuncie sobre o pedido.

Flávio Bolsonaro é investigado sob suspeita dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa pela prática da “rachadinha”. O esquema consiste na devolução do salário de assessores ao parlamentar.

O senador nega as suspeitas levantadas pelos promotores.

O TJ-RJ entendeu em junho que Flávio tem direito ao foro especial destinado aos deputados estaduais, cargo que ocupava no período da investigação da “rachadinha”. O MP-RJ recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) apontando violação de decisões anteriores da corte.

Na Justiça, os processos saíram da 27ª Vara Criminal, do juiz Flávio Itabaiana, para o Órgão Especial, um colegiado de 25 desembargadores
Em investigações de pessoas com foro especial, o procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, costuma delegar os atos de sua competência ao Gaocrim (Grupo de Atuação Originária Criminal), atualmente coordenado pelo procurador Ricardo Martins.

É Martins quem assina a denúncia contra o deputado estadual Márcio Pacheco (PSC-RJ) e conduz a apuração contra outros deputados também suspeitos de praticarem a rachadinha.

No caso de Flávio, Gussem optou por pedir o auxílio dos promotores do Gaecc, que conduzem o caso desde fevereiro de 2019. O Gaecc é uma estrutura criada para auxiliar promotores em investigações de maior complexidade. Na prática, assumem a condução da apuração quando solicitado pelos membros da promotoria.

O grupo assumiu o caso do senador em auxílio ao promotor Luiz Otávio Figueira Lopes, da 24ª Promotoria de Investigação Penal, que recebeu a atribuição para atuar no procedimento após o promotor Cláudio Calo, da 23ª, se declarar impedido de conduzir a investigação. Ele havia se reunido com o senador durante as eleições de 2018.

O inquérito chegou às mãos de Calo após ficar um ano com o Gaocrim, quando Flávio ainda era deputado estadual.

O pedido da defesa pode afetar atos praticados pelo Gaecc após a concessão de foro ao senador. Entre eles está a oitiva de Flávio e outros investigados, como Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio apontado como operador financeiro do esquema.

Na Justiça, o senador ainda tenta invalidar todos os atos autorizados por Itabaiana na condução do caso. Isso anularia as provas obtidas por meio das quebras de sigilo bancário e fiscal e das buscas e apreensões realizadas.
A decisão sobre a validade das provas será tomada pelo Órgão Especial do TJ-RJ, caso o STF decida que Flávio tem direito ao foro especial.

Foi por meio delas que o MP-RJ descobriu que Queiroz pagou despesas pessoais de Flávio com dinheiro vivo. Para os promotores, o recurso em espécie usado pelo ex-assessor do senador era proveniente da rachadinha.

O senador nega as suspeitas levantadas pelos investigadores. Em entrevista ao jornal O Globo, ele disse que Queiroz eventualmente pagou despesas suas, mas com dinheiro seu de fonte lícita. Dados de suas contas, porém, não mostram saques no período.

Queiroz, que é policial militar aposentado e ex-assessor do atual senador, foi preso em junho, em Atibaia (interior de São Paulo), em um imóvel do advogado Frederick Wassef, então responsável pelas defesas de Flávio e do presidente.

Queiroz e Jair Bolsonaro se conheceram no Exército e são amigos há mais de 30 anos. Foi por meio de Jair que o ex-assessor ingressou no gabinete de Flávio.

Em 10 de julho, Queiroz deixou o Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio, para cumprir prisão domiciliar. O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio de Noronha, concedeu o benefício a pedido da defesa.

Jornal Cidade RC
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