Daae esvazia reservatório no Jardim Centenário para começar obras

O Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgoto) de Rio Claro vai iniciar, na próxima semana, obra de recuperação total do reservatório de concreto no Jd. Centenário para acabar com vazamentos na estrutura. Para isso, foi necessário realizar complexo e intenso trabalho de alterações na rede para esvaziá-lo. Foram feitas inúmeras modificações, como a instalação de registros e válvulas controladoras de pressão.

O serviço foi realizado por uma das equipes de manutenção da autarquia durante a madrugada de sexta-feira (11) para impactar o mínimo possível o fornecimento de água nos bairros abastecidos por essa rede que passa pelo reservatório. “Também foram feitas adequações na rede que vão melhorar a pressão e vazão no fornecimento de água nesses bairros”, comenta o superintendente do Daae, Sergio Ferreira.

Localizado na Avenida 6JC, o reservatório é feito de concreto e tem capacidade para 500 mil litros e abastece diversos bairros, como o Jd. Centenário, Jd. das Palmeiras, Benjamin de Castro e condomínios da região, Jd. Brasília, Jd. Guanabara, Jd. Esmeralda, Jd. das Nações 1 e 2, Nova Rio Claro e arredores.

São feitas descargas em vários pontos da rede, mas pode ocorrer casos pontuais de água escura, que devem ser relatados à Central de Atendimento da autarquia, no telefone 0800-505-5200, que atende 24 horas telefones fixos e celulares, ou pelo Whatsapp, no telefone (19) 9.9290-6424, que funciona das 8 às 18 horas em dias úteis. A água também poderá ficar com aspecto “esbranquiçado”, gerado por microbolhas, que somem depois de alguns segundos, sem prejuízo à qualidade da água.

Campanha de Natal do Shopping Rio Claro sorteia viagens para Punta Cana

O Shopping Rio Claro inicia sua Campanha de Natal 2022 no dia 10 de novembro e neste ano os clientes participam de duas promoções: sorteio e vale-brinde. No período da campanha, que acontece até 2 de janeiro de 2023, a cada R$ 200,00 em compras nas lojas participantes o cliente cadastra sua nota fiscal no site promocao.shoppingrioclaro.com.br e troca por um número da sorte para concorrer ao sorteio de duas viagens com acompanhante para Punta Cana, na República Dominicana, com hotel all inclusive, passagem aérea e translado.

Os valores das notas fiscais são cumulativos, e de segunda a quinta-feira o cliente ganha números da sorte em dobro. O sorteio das duas viagens acontece no dia 4 de janeiro de 2023 pela Loteria Federal.Além das duas viagens, os clientes também participam da promoção vale-brinde, que dá direito a 1 pote de slime a cada R$ 200,00 em compras. O vale-brinde é limitado a 2 potes de slimes por CPF, e deve ser retirado na loja de trocas localizada em frente ao deque, no horário de funcionamento do Shopping.

“Neste ano, vamos presentear os nossos clientes em dobro: são duas promoções dentro da Campanha de Natal. Sortearemos duas viagens para Punta Cana, um destino paradisíaco localizado na República Dominicana, e estaremos com os vales-brinde que dão direito a slimes, um brinquedo que as crianças adoram. Com a campanha de 2022, queremos retribuir a fidelidade dos nossos clientes, que nos prestigiaram durante todo o ano”, afirma Nancy Wanderley, Coordenadora de Marketing do Shopping Rio Claro. Consulte as lojas participantes e o regulamento da Campanha de Natal do Shopping Rio Claro no site: www.shoppingrioclaro.com.br e na loja de trocas, localizada em frente ao deque.

Horário do Papai Noel no Shopping Rio Claro – Papai Noel está recebendo as crianças no Shopping de terça a sábado das 14h às 22h e nos domingos e feriados das 13h às 19h, e no dia 24 de dezembro, 13h às 18h. Mas atenção: o Noel alimenta as renas todos os dias das 17h às 18h.

Câmara aprova projeto que aumenta penas para crimes sexuais contra crianças

A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (9) o projeto de lei que aumenta as penas de vários crimes sexuais contra crianças e adolescentes, classificando-os como hediondos. A proposta será enviada ao Senado. Trata-se do Projeto de Lei 1776/15, de autoria dos deputados Paulo Freire Costa (PL-SP) e Clarissa Garotinho (União-RJ). O projeto foi aprovado na forma de um substitutivo do relator, deputado Charlles Evangelista (PP-MG).

Pelo texto, o condenado por crimes mais graves dessa natureza, previstos no Código Penal ou no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), não terá direito à saída temporária, passível de concessão para presos com bom comportamento. Em outras situações, nos crimes envolvendo a produção, posse ou distribuição de cenas de sexo com crianças ou adolescentes, haverá uma nova condição para os condenados poderem usufruir dessa saída temporária: a proibição de se aproximar de escolas de ensino infantil, fundamental ou médio e de frequentar parques e praças com parques infantis.

Os condenados por estes últimos tipos de crimes também deverão usar obrigatoriamente a tornozeleira eletrônica tanto na saída temporária quanto na prisão domiciliar. Isso valerá ainda para o condenado por crime de aliciar ou constranger criança ou adolescente com o fim de praticar ato libidinoso com ela.

“Costumo dizer que a pedofilia é o pior tipo de crime que pode ocorrer, porque é um crime que se comete contra as crianças. É um crime que acaba com a inocência das nossas crianças; que prejudica nossas famílias; que coloca em risco a infância”, disse Clarissa Garotinho.

“Todos os dias, uma criança perde sua inocência. Algumas chegam a perder sua vida, infelizmente. O que nós não podemos é perder, aqui no Congresso, a chance de mudar esta história, tornando a pedofilia um crime hediondo”, afirmou a autora da proposta. Para o relator do projeto, Charlles Evangelista, “o Plenário mostrou hoje que realmente não compactua com este tipo de crime e quer proteger as crianças”.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Torcedoras rio-clarenses completam álbum de figurinhas da Copa do Qatar

A dona de casa Ana Helena Marques Nicoletti, 59 anos, residente no Jardim Florença, e a corretora de seguros Rosana Correa Pereira, 58 anos, da Vila Alemã, chegaram no final da manhã na última terça-feira, dia 8 de novembro, ao prédio do Jornal Cidade, com camisa azul da Seleção Brasileira, a mesma cor da primeira conquista do Brasil em Copas do Mundo, em 1958 na Suécia.

O que elas têm em comum? Já completaram o álbum de figurinhas do Mundial 2022, que tem início neste dia 20 de novembro no Qatar. Com a camisa azul, a Seleção Brasileira com os destaques para Pelé e Mané Garrincha conquistou a primeira Copa do Mundo para o Brasil em 1958 na Suécia no dia 29 de junho daquele ano. Na mesma data, dia de São Pedro, festa junina, os pais deste colunista ficaram noivos na Vila Carrão, Zona Leste da cidade de São Paulo. Ana Helena disse ter completado o álbum de figurinhas da Copa do Mundo 2022 em 33 dias, já Rosana preencheu o mesmo álbum em 30 dias.

As duas fanáticas torcedoras da Seleção Brasileira se reuniam juntas nas manhãs de sábado e domingo ao lado de banca de jornais e revistas no Jardim Público no Centro de Rio Claro para troca de figurinhas nas mesas e cadeiras de plástico branco desde setembro deste ano, conseguiram preencher, cada uma, o seu álbum. Rosana continuou a frequentar os locais de troca de figurinhas como a do comerciante Odair, na Rua 4 esquina com Avenida 3, no Jardim Público central, no apoio aos amigos que tentam completar o álbum. Helena comprou álbum em setembro, ganhou um de cortesia e deu de presente para Rosana.

Rio Claro tem mais de 90 mil pessoas com doses contra a Covid em atraso

O município de Rio Claro está em alerta para a vacinação contra a Covid-19. Isso porque nesta semana uma nova variante da ômicron (BQ.1.1) foi registrada na capital paulista. Uma mulher de 72 anos, com comorbidades, morreu em decorrência da doença, segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Diante do fato, as secretarias municipais de saúde estão reforçando pedido para que a população complete o esquema vacinal contra o coronavírus.

Em Rio Claro, no entanto, é grande o número de faltosos. A cidade tem 90.529 pessoas com dose pendente da vacina contra a Covid, sendo que 11.741 estão em atraso com a segunda dose; 44.632 não tomaram a primeira dose de reforço; 33.521 deixaram de tomar a segunda dose de reforço; e 635 pessoas vacinadas com a Janssen não compareceram para o terceiro reforço.

“A variante já está circulando na capital. Estamos acompanhando. Ainda não tivemos aumento do fluxo de pacientes. Estamos com muitos casos de síndrome gripal, o que é normal diante da mudança de clima, é sazonalidade da chegada do verão. Existe a nova variante. E é questão de dias para chegar ao interior”, comenta a presidente da Fundação Municipal de Saúde, Giulia Puttomatti, ao JC. A nova cepa foi identificada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com a secretaria, os casos estão sob investigação epidemiológica das vigilâncias municipal e estadual.

O mais recente boletim epidemiológico, emitido nessa sexta-feira (11), aponta que Rio Claro continua sem internados por Covid. O dado inclui leitos de enfermaria e UTI das redes de saúde pública e particular. Nesta semana o município registrou quatro novos casos de Covid. O total de casos nesta pandemia é de 32.321, sendo que 31.650 pessoas estão recuperadas. Rio Claro aplicou nesta campanha de vacinação contra a Covid 538.930 doses. Percentualmente, 94,72% da população rio-clarense recebeu ao menos uma dose de vacina contra a Covid.

Brasil volta a desafiar o domínio europeu neste século na Copa do Mundo

LUCIANO TRINDADE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) –

Faz 20 anos desde que uma seleção europeia foi derrotada na final de uma Copa do Mundo. Foi em 2002, ano que o Brasil liderado por Ronaldo e Rivaldo venceu a Alemanha e conquistou o penta, na competição realizada na Coreia e no Japão.
Depois disso, as nações do Velho Continente deram início a domínio inédito no Mundial. Em suas últimas quatro edições, somente os europeus foram campeões -França (2018), Alemanha (2014), Espanha (2010) e Itália (2006). Nunca houve um período tão grande com predomínio de um continente.
Nas quatro Copas realizadas neste século, foi difícil até mesmo furar a barreira das semifinais para chegar às decisões. Apenas Brasil e Argentina conseguiram, em 2002 e 2014.
Considerando as oito semifinais deste período, foram 15 presenças de seleções europeias, quatro de sul-americanas e apenas uma asiática. A Europa praticamente virou a dona da competição. Bem diferente do que ocorria no século passado.
Se uma edição era vencida por uma seleção sul-americana, a outra, geralmente, ficava com uma europeia e assim sucessivamente. A regra só foi quebrada duas vezes, quando o mesmo país conquistou o título de forma consecutiva. A primeira delas foi com a Itália (1934/1938), e a segunda com o Brasil (1958/1962).
É difícil apontar o quanto um histórico negativo pesa sobre uma equipe, mas é evidente que, para o Brasil voltar do Qatar com a conquista do sexto troféu, a seleção vai ter trabalho para quebrar a atual hegemonia estabelecida pelos europeus.
Apesar de não ter conseguido voltar à decisão desde a conquista de 2002 e de ter visto Itália e Alemanha, com quatro títulos cada um atualmente, terem diminuído a diferença para o Brasil, o time canarinho ainda é o que mais venceu o torneio, marca que segue impondo respeito.
Além disso, o elenco liderado pelo técnico Tite chegará ao Oriente Médio embalado pela ótima campanha na disputa das Eliminatórias. A equipe passou pelo classificatório invicta, com 14 vitórias e 3 empates.
Fez, ainda, 40 gols e sofreu somente cinco, reflexo de um sistema defensivo sólido, que terá como os seus pilares no Qatar os zagueiros Thiago Silva, Marquinhos, Éder Militão e Bremer.
No ataque, Neymar, com oito gols, Richarlison, com seis, e Raphinha, com três gols, foram os destaques.
Os bons resultados também foram vistos nos amistosos. Neste ano, a seleção encarou quatro adversários que estarão na Copa (Japão, Coreia do Sul, Gana e Tunísia) e venceu todos eles.
Mais que isso, apenas contra os nipônicos a vitória foi por apenas um gol de diferença. No total, foram 14 gols marcados e apenas dois sofridos somando os quatro confrontos.
Por outro lado, o técnico Tite lamenta o fato de não ter enfrentado seleções europeias de ponta durante o ciclo para a Copa no Qatar.
Desde a derrota para a Bélgica, nas quartas de final do Mundial na Rússia, por 2 a 1, o Brasil enfrentou só um adversário do continente, a República Tcheca, em um amistoso em março de 2019. Venceu por 3 a 1.
“Não ter enfrentado [times europeus de ponta] prejudica, sim, a seleção brasileira, mas também prejudica as equipes europeias”, afirmou o treinador do Brasil durante o anúncio dos convocados para a Copa.
De acordo com um dos auxiliares de Tite, Cléber Xavier, a comissão técnica também não teve tempo para analisar as principais equipes da Europa. “Paralelamente às nossas convocações, nós observamos muito Sérvia, Suíça e Camarões. O foco é em cima destas seleções. Não conseguimos olhar França, Alemanha, Inglaterra, Espanha, como adversários na frente.”
Enquanto isso, além das Eliminatórias, os europeus duelaram entre si na Eurocopa de 2020, realizada em 2021 por causa da pandemia, e também na Nations League.
É bem verdade, no entanto, que a ampla maioria dos jogadores que ele chamou atual em clubes europeus. Dos 26 da lista, 22 jogam por lá, três são de clubes brasileiros e um joga no México, na América do Norte.
Real Madrid (ESP), Juventus (ITA) e Manchester United (ING), cada um com três convocados, são os times que tiveram maior presença na lista de Tite.
O fato de ter boa parte do elenco acostumado a enfrentar os principais jogadores do mundo, sobretudo os europeus, ameniza a falta de confrontos diretos. Mas somente após a bola rolar no Qatar é que o Brasil vai poder mostrar que superou os fracassos recentes nas Copas e está pronta para voltar com o título.

O drama dos cortes de jogadores antes de uma Copa

A cada véspera de Olimpíadas ou Copa do Mundo, sempre há atletas que sofrem lesões e acabam perdendo a disputa mais importante de suas vidas. Esses dramas humanos fazem parte da trajetória daqueles que exigem o máximo do corpo e acabam colapsando no momento menos propício.blankblank

“O corpo, após uma atividade física, nunca está igual ao momento do início da mesma. Mesmo para um atleta, a atividade física desgasta o organismo, gasta energia, lesiona ossos e musculatura”, afirma o educador físico Luiz Roberto Gonzaga.

No caso de um atleta que toma uma pancada, sofre uma contusão, uma contratura ou precisa engessar a perna, há também o tempo necessário para a total recuperação. E, com isso, surge o perigo de perder competições importantes.

“Um exemplo prático é quando se engessa uma parte do corpo. Seu corpo vai fazer o que? Jogar aquela musculatura fora, criar uma certa rigidez. Porque ele começa a se adaptar à falta de mobilidade. E um atleta não pode perder condicionamento, perder mobilidade”, conclui Luiz Roberto.

Os dramas pré-Copa do Mundo do Catar afetam até mesmo os brasileiros. O lateral-esquerdo Guilherme Arana, do Atlético-MG, estava cotado para ser convocado por Tite até que sofreu uma séria lesão no joelho esquerdo em setembro que o afastará dos gramados até o próximo ano.

O atleta passou por cirurgia, precisou andar de muletas e viu o sonho de participar de uma Copa pela primeira vez virar pó. “Fiquei um pouco triste sim, são coisas da vida, são coisas que só jogador de futebol pode passar. Muitos tiveram lesão antes de Copa do Mundo”, disse em entrevista a uma rádio de Minas Gerais.

Philippe Coutinho, do Aston Villa (Inglaterra), também viu suas chances de ir ao seu segundo Mundial terminarem com uma lesão muscular na coxa esquerda. Apesar de ter sua figurinha no álbum da Copa, ele está de fora da lista de Tite. Sua reação foi publicada em seu perfil no Instagram: “Como vocês sabem tive uma lesão que me afasta dos gramados por algumas semanas. Eu olho pra frente, focado em me recuperar da melhor forma e voltar mais forte”

A França, forte candidata ao título, também teve, até o momento, duas baixas. Paul Pogba, da Juventus (Itália), sofreu uma lesão no joelho direito, terá que ser operado e só voltará aos gramados em 2023. Também pelo Instagram, o jogador se manifestou, sem esconder a desilusão: “Deus tem um outro plano pra mim”.

Outro que viu o corpo fraquejar quando não podia foi o volante Kanté, do Chelsea (Inglaterra). O veloz jogador francês, um dos destaques da campanha vitoriosa na Rússia, em 2018, teve uma lesão na parte posterior da coxa em agosto. Não conseguiu se recuperar somente com fisioterapia e teve que ser operado em outubro.

A boa equipe de Senegal se vê com dois problemas às vésperas do Mundial. Perdeu o lateral Bouna Sarr, que lesionou o tendão da rótula do joelho esquerdo e passou por cirurgia, e acompanha com atenção a situação do genial Sadio Mané, com uma contusão no osso da fíbula da perna direita. Mesmo com o problema, a comissão técnica decidiu convocá-lo, acreditando numa recuperação tão rápida quanto milagrosa.

Casos assim são comuns. O Brasil já perdeu craques às vésperas de Mundiais. Quem não se lembra do corte de Romário na convocação para a Copa de 1998, na França, por causa de um edema na batata da perna? Ao contrário dos jogadores mais polidos e resignados de hoje em dia, o Baixinho saiu disparando após o corte: “Infelizmente, na cabeça da comissão técnica, não tiveram essa paciência. Eles não devem ter confiado na minha recuperação”. Para provar que estavam errados, Romário voltou a campo pelo Flamengo bem antes do final da Copa.

O atacante Careca também ficou de fora do Mundial da Espanha, em 1982, e Telê Santana passou a confiar a camisa 9 ao menos técnico Serginho Chulapa. O volante Emerson sofreu uma luxação no ombro direito num treino, quando brincava de goleiro, e foi cortado do elenco do penta em 2002.

Mas há casos em que o esforço pela recuperação vale a pena. O craque Zico fez um esforço enorme para estar na Copa do Mundo do México, em 1986, após operar os dois joelhos. Em 1970, Tostão foi operado da vista em Houston (Estados Unidos), por causa de um descolamento da retina a apenas quatro meses do Mundial, e fez seu primeiro treino com bola a apenas dois meses antes da estreia na Copa. Voltou do México como tricampeão.

E Ronaldo, na Copa de 2002, superou, após muita dor, o rompimento do tendão e dos ligamentos do joelho e uma longa inatividade de quase dois anos para dar a volta por cima: “Trabalhei dois anos e meio para me recuperar das lesões, e Deus reservou esse dia especial para mim e para o Brasil”, declarou após levantar a taça de pentacampeão do mundo em Yokohama (Japão).

O esporte une as pessoas, não pode ser só uma máquina de dinheiro, diz Hamilton

LUCIANO TRINDADE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) –

Lewis Hamilton, 37, buscou ampliar seus laços com o Brasil nesta sua viagem ao país para a próxima etapa da F1. No Rio de Janeiro, visitou o Morro da Providência e até brincou de carrinho de rolimã com crianças. Em São Paulo, conversou com os alunos da Escola Estadual Lasar Segall, na Vila Mariana.
Era um desejo antigo do inglês conhecer mais a fundo as comunidades brasileiras. Tornou-se ainda mais importante para ele depois de ter sido agraciado com o título de cidadão honorário do país, há uma semana.
“Eu venho aqui há 15 anos. Passo pelas favelas, mas nunca tinha entrado até hoje. Eu não sabia como elas eram por dentro. Agora eu vejo o trabalho que eles estão fazendo ajudando as crianças”, diz o piloto à reportagem. “O que eu noto é que a educação não é tão boa quanto é estar aqui. E esse é o problema em alguns lugares ao redor do mundo.”
Justamente por isso, para o heptacampeão mundial, o esporte precisa ser também uma plataforma para a transformação social, sobretudo por sua capacidade de unir as pessoas. “Não é apenas um esporte, não é apenas a máquina de fazer dinheiro, não é apenas o entretenimento. Na verdade, o esporte pode impactar as pessoas positivamente.”
Foi isso o que ele tentou fazer em 2021, quando venceu de forma emocionante o GP São Paulo e, ao festejar, desfilou por Interlagos com a bandeira do Brasil. Foi por repetir o gesto eternizado por Ayrton Senna que o inglês recebeu o título de cidadão brasileiro.
“De longe, eu vi a quantidade de pessoas que morreram aqui [por causa da pandemia de Covid-19]”, diz. “Então pensei que eu talvez pudesse ajudar a levantar as pessoas que passaram por um momento tão difícil.”
Neste domingo (13), Lewis Hamilton sonha em, quem sabe, repetir o gesto na penúltima etapa da F1 no ano, às 15h (de Brasília), em Interlagos.
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PERGUNTA – Você sempre declarou um carinho especial pelo Brasil. Qual a sensação de retornar ao país após receber o título de cidadão honorário?
LEWIS HAMILTON – Com certeza, é muito especial. De longe, eu via as pessoas lutando aqui. Vi a quantidade de pessoas que morreram [durante a pandemia]. Eu sabia que o país estava sofrendo muito. Nós viemos aqui para a corrida, e então eu tive a minha própria jornada naquele fim de semana difícil. Ganhar aquela corrida foi uma das emoções mais loucas que eu já tive. Lembro-me de parar e ver a bandeira, pegá-la e pensar: “Talvez neste momento eu posso ajudar a levantar as pessoas que passaram por um momento tão difícil”. Eu não sabia como seria recebido, mas foi um dos momentos mais amorosos que eu tive. Eu realmente me sinto muito bem e acolhido aqui.

P – Você vem correr no Brasil desde 2007, mas ainda não tinha conhecido mais a fundo as comunidades. Qual sua impressão dos lugares que visitou?
LW – Eu venho aqui há 15 anos. Passo pelas favelas, mas nunca tinha entrado até hoje. Eu não sabia como elas eram por dentro. Agora eu vejo o trabalho que eles estão fazendo ajudando as crianças. Visitando o Rio, por exemplo, eu pude abrir os olhos. O que eu noto é que a educação não é tão boa quanto é estar aqui. E esse é o problema em alguns lugares ao redor do mundo. A educação é uma das coisas mais importantes para as crianças, para o futuro delas. Eu sei que tem muito trabalho para fazer nas escolas públicas aqui. Não sei o que posso fazer para compartilhar, mas existem algumas grandes organizações que estão trabalhando nisso. Mas a única coisa que eu realmente vi é que há muito amor aqui. Esta é uma cultura tão rica. E com uma positividade real e profunda que você não vê em todos os lugares.

P – Quais as principais mudanças que você notou no país nos últimos 15 anos, desde que começou a correr por aqui?
LW – É difícil ver realmente o progresso que tem sido feito. Eu vi algumas novas pontes, novos edifícios, vi a cidade evoluir um pouco melhor com o tempo. Mas isso é meio limitado pelo que eu vi. Agora estou tentando entender mais profundamente o que está no coração da cidade, o que está no coração das pessoas. É um país grande, há muito para ver. Eu preciso ir para a Amazônia. Eu preciso ver muito mais ainda.

P – Você já disse que cresceu amando o Brasil porque as pessoas daqui são parecidas com você. Quais são as semelhanças que você reconhece com o povo brasileiro?
LW – Bem, acho que para mim e provavelmente para muitos brasileiros, há uma real falta de representatividade em tantos campos. Para mim, quando criança, não havia super-heróis com a nossa cor. Não havia muitas grandes figuras reais na TV. Claro que você tem pessoas como Muhammad Ali, mas eles estavam tão longe. Acho, então, que o brasileiro vê em mim alguém parecido, talvez com valores parecidos, que gosta de pensar em ser uma boa pessoa, de se importar com mais do que apenas correr. Preocupe-se com as pessoas. E acho que é a paixão que tenho pelo que faço. Talvez isso se conecte com eles. Eu viajo o mundo todo, e tanta gente me pergunta o tempo todo: ‘Você é brasileiro?’ [risos].

P – O esporte pode unir as pessoas depois de situações que as colocaram em lados opostos, como questões sociais e políticas?
LW – Todos os esportes precisam fazer mais. Quando você olha para o futebol, ele tem um lugar tão grande no coração dos brasileiros e das pessoas ao redor do mundo, mas as organizações precisam fazer, e os times precisam fazer mais. Não é apenas um esporte, não é apenas a máquina de fazer dinheiro, não é apenas o entretenimento. Na verdade, pode impactar as pessoas positivamente. Quer dizer, reúne pessoas de todas as partes diferentes da cidade ou do país para esses eventos. Mas a mensagem é tão importante, a mensagem que eles estão divulgando pode realmente impactar as crianças. Portanto, há uma quantidade enorme de trabalho que precisa ser feito. Costumavam dizer que não há lugar para a política dentro do esporte, e eu acho isso uma bobagem. Quero dizer, política é uma coisa, mas direitos humanos não são política. É um direito que todo ser humano ao redor do mundo deveria ter. Então, falar sobre isso não deve ser separado, porque somos seres humanos. Por isso vão continuar a ter o meu apoio. Vou continuar a ser franco e tentar puxar o esporte nessa direção para fazer mais.

P – Você está se ramificando para algumas áreas novas, como o cinema. O que motivou você a criar uma produtora? Seus filmes vão carregar as bandeiras que você levanta, como o combate ao racismo e a luta por sustentabilidade?
LW – Não poderei correr para sempre, então estou muito focado em encontrar coisas que amo, coisas pelas quais sou apaixonado. Acho que sou bom em formação de equipes. Eu acho que sou bom em motivar as pessoas, e o que eu realmente acredito é em contar histórias. Há filmes que estão por aí que foram extremamente inspiradores para mim. Em termos de me levantar, como se eu estivesse tendo um dia difícil. Há tantas histórias ótimas por aí que acho que devem ser contadas. Histórias diversas para dar esperança às pessoas, para dar esperança às crianças. Então eu quero fazer parte disso. Quando eu fizer esses filmes e documentários, eu quero ter certeza de que eles estarão ligados em algum tipo de causa social. Tem que ter um propósito. Não apenas a história, mas também está ligado a inspirar.

P – Deseja virar ator?
LW – Essa é uma pergunta que me fazem o tempo todo. É uma coisa estranha porque quando eu era mais jovem eu sempre me perguntava se eu poderia estar em um filme. Eu me perguntava se eu poderia atuar. Agora, eu tenho uma plataforma. Mas estou realmente mais focado em tentar levantar outras pessoas. Estou na TV nas corridas o tempo todo. Eu não sei se eu preciso estar no filme, mas sim, quero dizer, talvez, se eu tiver uma chance e eu fizer algo um pouco, talvez seja algo para se divertir. Mas meu desejo é encontrar essas grandes histórias e colocar as pessoas certas no lugar para trazê-las à vida. Ser um bom ator requer muita preparação e tempo, e eu realmente não tenho tempo para fazer isso com todas as outras coisas que eu quero fazer.

P – A Mercedes não conseguiu ter um carro para brigar pelo título nesta temporada. O que será feito para a equipe ter um desempenho melhor em 2023?
LW – Estes próximos seis meses vão ser muito, muito difíceis. Particularmente para aqueles da minha equipe que estão na fábrica tendo que construir, tendo que cavar [um carro melhor]. Eles vão ter que cavar tão fundo nesse tempo para dar passos realmente grandes em direção ao carro que sabemos que poderemos construir. Faremos juntos. Acho que este ano ganhamos as novas ferramentas, ganhamos uma nova compreensão, evoluímos como engenheiros e designers. E, como equipe, estamos mais unidos do que nunca.

P – ual foi a maior lição que você tirou desta temporada em que você não pôde lutar por vitórias?
LW – Bom, acho que este foi um ano atípico, porque vencer é uma coisa linda, mas a luta é tão difícil e, às vezes, pode ser dolorosa, mas é o mais gratificante de longe. Então, estou muito agradecido por termos tido essa experiência juntos. Sei que o que quer que enfrentemos vamos superar. E eventualmente venceremos mais corridas e outro campeonato.
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RAIO-X
Lewis Carl Davidson Hamilton, 37, piloto inglês de F1, está na categoria desde 2007, passou pela equipe McLaren e está na Mercedes desde 2013. É recordista de títulos mundiais, ao lado de Michael Schumacher, com sete títulos (2008, 2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020).

Pai de aluno com epilepsia vai à Justiça contra recusa de matrícula na rede particular em SP

LUCAS LACERDA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) –

O motorista Ricardo Neimar, 54, enfrenta desde o mês passado uma série de recusas ao tentar matricular o filho no primeiro ano do ensino fundamental em São Paulo. Enzo, 5, foi diagnosticado com epilepsia refratária e faz uso de canabidiol para controlar as convulsões.
A peregrinação da família pelas zonas norte e leste da capital acontece porque nenhuma das escolas particulares contatadas por Neimar -sete, até o momento- diz ter condições de atendê-lo.
Hoje no segmento infantil, o estudante convive e brinca com outras crianças, não fala e precisa de apoio com alimentação e higiene. Segundo o pai, escolas têm indicado que a família deve custear profissionais especializados que vão acompanhar o estudante na rotina escolar.
Um dos casos citados por Neimar envolve o Instituto Educacional Candelária, na Vila Maria, zona norte de São Paulo.
“Minha esposa visitou a escola, levou a documentação e ficou acertado de fazer a matrícula dele e assinar o contrato em 27 de outubro. No mesmo dia em que ela levou a documentação, eles ligaram dizendo que não tinham mais vaga”, relata.
Segundo ele, a escola foi informada desde o início sobre a necessidade de acompanhamento do estudante e sobre os horários. Enzo precisaria cursar a parte pedagógica pela manhã e a recreativa à tarde, quando o pai poderia retirá-lo mais cedo para terapias.
“Ninguém resolve nada, a gente está desesperado atrás de escola para ele”, afirma o pai de Enzo.
A diretora da Candelária, Marisa Darezzo, disse que trabalha com alunos com diagnósticos de autismo, déficit de atenção e que não houve negação da vaga. Ela afirma que “a escola não tinha para oferecer o que o pai queria”.
“Ele está equivocado. Eu disse ‘o senhor vem e faz a matrícula, tem esse direito, estamos abrindo para o senhor o período da tarde, porque não consigo abrir turma de manhã”, disse a diretora.
Após a publicação da reportagem, Darezzo afirmou na tarde desta sexta (11) que a escola fez uma nova reunião com Ricardo, mas que não consegue atender o aluno no período solicitado, das 7h às 18h. Ela diz que a escola segue à disposição da família.
O pai de Enzo registrou um boletim de ocorrência contra duas outras escolas, Núcleo Educacional Cidadania e Vida e Externato São Judas.
Por email, o Externato disse que soube do caso pelo contato da reportagem e que tem experiência no atendimento a alunos com diagnósticos diversos de transtornos e doenças.
“Não foi a intenção da escola causar esse impacto quanto à matrícula da criança”, diz a nota, “mas sim, com cautela, proceder para ajustarmos nossas condições às necessidades da criança em questão. Assim, afirmamos que estamos abertos a continuidade do diálogo com a família para o prosseguimento da matrícula na referida série solicitada”.
Procurado por email e telefone, o Núcleo Educacional não respondeu até a publicação desta reportagem.
Para Rodrigo Hübner Mendes, fundador e superintendente do Instituto Rodrigo Mendes, voltado para inclusão educacional, Neimar está certo na reivindicação. “As escolas privadas precisam seguir os mesmos padrões das públicas. Qualquer criança com deficiência tem direito de frequentar escola comum, em convívio com demais crianças e a comunidade escolar”, afirma.
Segundo Mendes, já existe um movimento das escolas para se tornarem mais inclusivas, mas é preciso continuar pressionando.
O pai de Enzo também relatou o caso ao Ministério Público de São Paulo e à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
Em nota, a pasta diz que o supervisor responsável por acompanhar a Candelária solicitou informações à escola, que afirmou ter disponibilidade para fazer a matrícula caso ainda haja interesse.
Também afirmou que a rede estadual tem vagas para todos os alunos, com estrutura e pessoal especializados conforme a necessidade do estudante.
Já a Promotoria encaminhou o caso ao grupo especial de educação do órgão, que deverá solicitar informações à escola sobre as medidas tomadas, e deu 20 dias para que a Diretoria Regional de Ensino responsável pela área intensifique a fiscalização das escolas privadas. Além disso, a diretoria deve comprovar que Enzo foi matriculado.
Para Ariel de Castro Alves, advogado e integrante do Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, nenhuma escola pode recusar a matrícula alegando que não pode incluir o estudante em turmas já existentes.
“Não podem desrespeitar a Constituição Federal, o ECA, a LDB [Lei de Diretrizes e Bases da Educação] e a Lei Brasileira de Inclusão, que garantem o direito à educação, incluindo as crianças com deficiência e garantindo atendimento especializado, conforme as necessidades”, diz Ariel.
Previsto na Lei Brasileira de Inclusão, de 2015, o serviço do profissional de apoio escolar deve ser oferecido pela escola. Se a instituição alegar que as necessidades excedem as funções ou que não tem condições de custear os profissionais, o caso pode chegar à Justiça.
Segundo o advogado Marcelo Válio, especialista em direito constitucional e público, a escola não pode delegar custos adicionais à família e deve inserir Enzo em turmas regulares.
“A regra legal é da inclusão, e não da exclusão escolar. O aluno deve ser matriculado em turma regular, pois se houver turma só para pessoas com deficiência, [a escola] estará praticando exclusão ilegal”, explica.

“Qualquer discriminação ou exclusão ou não acesso a matrícula escolar ou universitária são atos discriminatórios, caracterizados como crime de capacitismo, conforme o artigo 88 da Lei Brasileira de Inclusão”, diz Válio.

USP volta a obrigar uso de máscaras em locais fechados contra a Covid

ANA BOTALLO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) –

A USP (Universidade de São Paulo) voltou a obrigar o uso de máscaras em espaços fechados nas unidades universitárias como forma de proteção contra o coronavírus.
A partir da próxima quarta (16), o uso do equipamento protetor será exigido nos locais fechados, com preferência para máscaras cirúrgicas ou do tipo PFF2, bem ajustadas ao rosto e cobrindo o nariz e queixo.
Já em espaços externos, o uso é apenas recomendado se tiver situações de aglomeração, segundo a Comissão Assessora de Saúde da universidade.
Na noite desta quinta (10), a Unicamp também havia anunciado a retomada do uso obrigatório de máscaras em locais fechados, como salas de aula, bibliotecas, laboratórios e ônibus fretados. A instituição em campinas também recomenda refeições mais rápidas e com o mínimo de diálogo possível entre os frequentadores dos restaurantes universitários e cantinas; lavagem frequente das mãos com água e sabão ou higienização por meio de álcool 70% e evitar aglomerações.
Na USP, a decisão foi aprovada em conselho na tarde desta sexta após um aumento de novos casos tanto no estado de São Paulo como na própria universidade, que viu uma subida abrupta nas confirmações de Covid e internações no Hospital Universitário nos últimos dias.
Em comunicado, a Comissão Assessora de Saúde da USP disse que vem monitorando a evolução da pandemia a partir dos dados fornecidos pela Secretaria de Estado da Saúde e que “o novo cenário epidemiológico com aumento no número de pessoas com sintomas gripais e diagnósticos positivos de infecção pelo coronavírus nas últimas semanas” levou à atualização da recomendação.
Segundo o superintendente de saúde na instituição, Paulo Lotufo, o aumento nos novos casos notificados nos primeiros dez dias de novembro ainda é inferior ao observado na onda da Covid entre maio e junho, mas superior ao patamar de setembro e outubro. Hoje, há 255 casos confirmados de servidores da USP.
“Já era esperado um aumento, mas o que chocou foi a velocidade dos novos casos”, disse.
No estado de São Paulo, as internações em leitos de UTI subiram 56% nas últimas duas semanas, enquanto as internações em leitos de enfermaria tiveram um aumento de 50%.
A Folha já havia antecipado uma alta de casos de Covid no estado no final de outubro e início de novembro, embora o número de óbitos ainda seja inferior ao observado em outras ondas.
O crescimento de infecções ocasionadas principalmente por subvariantes da ômicron fez com que pessoas corressem às farmácias e hospitais em busca de atendimento e até a postos de vacina, procurando um novo reforço de imunização.
A universidade também orienta para que, no atual momento, não sejam realizados “eventos festivos, confraternizações, coffee breaks ou qualquer outro evento similar que estimule os participantes a retirar a máscara para ingestão de alimentos e, consequentemente, aumente a possibilidade de transmissão do vírus”.
Além do uso de máscaras, a USP também recomenda a higienização constante das mãos, a utilização de espaços arejados e bem ventilados e a comprovação do status vacinal dos funcionários, professores e alunos, incluindo a primeira dose de reforço.
A nota reforçou que com a retomada da obrigatoriedade de máscaras nos espaços fechados e com o avanço da vacinação no país, incluindo a oferta de imunizantes para todos, a exigência da comprovação vacinal não será mais um requerimento aos frequentadores do campi que não façam parte do corpo docente e discente ou do quadro funcionários da universidade.
Em nota publicada também na última quinta, a Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do governo paulista já havia feito a recomendação do uso de máscaras no transporte público, em farmácias e por pessoas com comorbidades ou mais vulneráveis, como os idosos.
Segundo o secretário da pasta, David Uip, a recomendação é uma orientação, mas não é o caso de volta da obrigatoriedade em todo o estado. “Quando se fala em obrigatoriedade, precisa ser precedido por um decreto do governador, não é o caso. Nós estamos recomendando”, disse, em entrevista à Folha de S.Paulo.

Covid-19: infectologistas defendem volta das máscaras e mais vacinação

Agência Brasil

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) defendeu, nesta sexta-feira (11), o incremento da vacinação, a volta do uso de máscaras e outras medidas para evitar que o cenário atual de alta nos casos de covid-19 traga um possível aumento de internações, superlotação nos hospitais e mais mortes no futuro.blankblank

A entidade divulgou nota técnica de alerta, elaborada por seu Comitê Científico de Covid-19 e Infecções Respiratórias e assinada pelo presidente da SBI, Alberto Chebabo.

“Pelo menos em quatro estados da federação, já se verifica com preocupação uma tendência de curva em aceleração importante de casos novos de infecção pelo SARS-COV-2 quando comparado com o mês anterior”, diz o texto, baseado nos dados divulgados ontem (10) no Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz.

A SBI alerta que o cenário é decorrente da subvariante Ômicron BQ.1 e outras variantes e pede que o Ministério da Saúde, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tenham atenção especial às medidas sugeridas. 

O primeiro ponto levantado pela sociedade científica é que é preciso incrementar as taxas de vacinação contra a covid-19, principalmente nas diferentes doses de reforço. A SBI avalia que as coberturas se encontram, todas, em níveis ainda insatisfatórios nos públicos-alvo.

Os infectologistas recomendam também garantir a aquisição de doses suficientes de vacina para imunizar todas as crianças de 6 meses a 5 anos de idade, independente da presença de comorbidades. Até o momento, a vacinação da faixa de 6 meses a 3 anos ainda está restrita a crianças com comorbidades, e o Ministério da Saúde iniciou ontem (10) a distribuição de 1 milhão de doses de vacinas destinadas a elas.

A SBI também pede a rápida aprovação e acesso às vacinas covid-19 bivalentes de segunda geração, atualizadas com as novas variantes, que estão atualmente em análise pela Anvisa. Procurada pela Agência Brasil, a agência respondeu que os processos estão em fase final de análise, e é esperado que a deliberação ocorra em breve, embora não haja uma data fixada para isso.

“A Agência Nacional de Vigilância Sanitária continua trabalhando na análise dos pedidos de uso emergencial das novas versões de vacina contra a covid-19 do laboratório Pfizer contendo as subvariantes BA.1 e BA.4 /BA.5. Os processos passaram pelas etapas de análise dos dados submetidos à agência, questionamentos da agência e esclarecimentos dos fabricantes, bem como discussão com sociedades médicas brasileiras. A equipe técnica da agência já recebeu os pareceres de especialistas das sociedades médicas sobre ambas as vacinas bivalentes da Pfizer”, detalhou a Anvisa.

O quarto ponto levantado pelos infectologistas é a necessidade de disponibilizar nas redes pública e privada as medicações já aprovadas pela Anvisa para o tratamento e prevenção da covid-19, como o paxlovid e o molnupiravir, medida que ainda não se concretizou após mais de seis meses da licença para esses fármacos no Brasil, ressalta a SBI. A Agência Brasil perguntou ao Ministério da Saúde se essas medicações já estão disponíveis, mas não recebeu resposta até o fechamento desta reportagem.

O quinto ponto diz respeito às medidas de prevenção chamadas não farmacológicas. A SBI defende a volta do uso de máscaras e do distanciamento social para evitar situações de aglomeração, principalmente pela população mais vulnerável, como idosos e imunossuprimidos.

A SBI pede que as medidas sugeridas sejam tomadas com brevidade, para otimizar as tecnologias de prevenção e tratamento já disponíveis e reduzir a chance de um possível impacto futuro de óbitos e superlotação dos serviços de saúde públicos e privados por casos graves de covid-19.

Jornal Cidade RC
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