Os reflexos da pandemia do novo coronavírus continuam castigando os rio-clarenses. Nesta semana, a direção da Companhia de Teatro ‘Tempero D’Alma de Artes Cênicas’, de Rio Claro, foi obrigada a se desfazer de parte de sua história para tentar sobreviver à pandemia do novo coronavírus. Sem alunos, eles não têm mais condições financeiras de arcar com o aluguel do barracão, que fica no Jardim São Paulo II.

“Tínhamos várias turmas nas aulas. Mas, quando a pandemia começou, os alunos começaram a fazer seus trabalhos escolares online, depois as aulas de teatro também, o que, a meu ver, ficou muito cansativo. Porque teatro é presença. É olho no olho”, disse Cláudio Lopes, fundador, presidente e diretor da Companhia em entrevista à reportagem do Jornal Cidade.

Segundo ele, a associação sobrevivia da mensalidade dos alunos, que na verdade, era uma ajuda de baixo custo, pois os professores são todos voluntários. O dinheiro servia para cobrir custos com aluguel, IPTU, água, energia elétrica, produtos de higiene e limpeza. Mas, sem alunos, a direção viu as contas chegarem e nada entrar no caixa.

 Sem recursos, a alternativa foi fazer promoção de parte do acervo de figurinos antigos e de alguns utensílios, como espelhos da sala de ensaio, que fizeram parte da vida de muitos atores, e das 95 cadeiras da plateia, que estão à venda. Elas que, um dia, foram todas preenchidas por um público ansioso e sempre à espera de uma próxima peça.

“Estamos vendo um pedaço da nossa história ir embora, infelizmente. O mais complicado é que estamos perdendo a nossa liberdade. No barracão, aconteciam muitas apresentações. Podíamos passar a madrugada toda ensaiando. O que mais dói é se desfazer do nosso cantinho, que foi palco para muitas alegrias durante cinco anos”, afirmou ele.

Quem se interessar por figurinos, adereços, móveis, espelhos, cadeiras e outras itens da estrutura do local, que precisa ser entregue no dia 10 de maio, basta entrar em contato pelos telefones (19) 99854-1758 (Claudio) ou (19) 99148-5604 (Demetrius) e marcar um horário para evitar aglomeração de pessoas.

Lopes disse, emocionado, que entregar a sede não significa que a companhia está fechando as portas, mas representa um momento de reestruturação devido aos dias atuais.

“Só ficamos sem espaço físico por enquanto por conta das dificuldades financeiras. Já estamos em reuniões com o poder público para emprestar um local para poder dar continuidade às nossas aulas. O nosso sonho não acabou”, finalizou.

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