FERNANDA PEREIRA NEVES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A entrada de Manu Gavassi no Big Brother Brasil 20 parecia despretensiosa. Uma experiência divertida, ela mesma torcia em sua apresentação antes do reality. No jogo, houve dúvidas se estava sendo protagonista ou “enfeite de pódio”. Mas ninguém nesta edição tem movimentado tanto a web com suas caras e bocas e tiradas inusitadas como ela.

No meio artístico desde a adolescência, Manu entrou no programa por causa das novidades desta edição, que dividiu a casa entre os já tradicionais anônimos e um grupo de convidados famosos. Apesar de alguns não lembrarem, seu currículo inclui três álbuns musicais, duas novelas da Globo e o livro de ficção “Olá, Caderno? (Rocco, 2017), além de webséries e até peça de teatro.

Mas no BBB, Manu conquistou o telespectador de outra forma. Logo em sua entrada, ela já demonstrou um jeito meio deslocado e virou meme nas redes sociais ao entrar na casa sozinha, em silêncio, parecendo confusa, e não eufórica como geralmente acontece. “A grama é artificial?”, questionou ela, desmanchando seu sorriso amarelo.
E desde então, os memes não pararam. Inventou passinhos próprios para dançar funk, mexendo mais as mãos que o bumbum; desistiu da primeira prova do líder por acreditar que era uma pegadinha do programa; e mostrou pouca familiaridade com os pesos da academia do reality. 

Mas foi mesmo a posição de Manu diante do infame Teste de Fidelidade, organizado por alguns participantes, que deu destaque a sua participação no programa. A menina, que dez anos atrás fez sucesso com músicas bem pessoais e lançou a moda das headbands, levantou a bandeira do feminismo, falou de empatia e deu aula de sororidade.

“Se a gente parar para pensar como isso é ofensivo para a gente, imagina quantas mulheres não apanham e não morrem por não conseguir se desvencilhar de caras que fazem esse tipo de comentário”, chegou a dizer ela para a colega Bianca Andrade, 25, a Boca Rosa.

Na ocasião, o concorrente Felipe Prior questionou o significado da palavra. Depois de um “lá fora você aprende”, disparado pela artista, veio a explicação: “sororidade é quando você se junta por uma causa com as meninas”. “Mas essa causa é só até o final do programa?”, voltou a questionar ele. “Até o final da minha vida”, finalizou Manu.

O radialista Zé Luiz, pai de Manu se diz orgulhoso pela posição da filha: “Ela é assim, a irmã dela é assim e eu sou assim. Sabemos que pagamos preços por isso, mas a gente tem orgulho de ser assim. Manu sempre foi uma artista de um determinado nicho, agora essa artista está sendo exposta para o grande público, pro país”, afirma.

E parece que o público está aprovando esse outro lado da artista. Se Marcela surpreendeu a todos angariando mais de 3,3 milhões de seguidores no Instagram, em menos de um mês de programa, Manu ficou logo atrás, saltando de 4,4 milhões para 7,6 milhões –a participante famosa que mais ganhou seguidores dentro do programa.

Como se não bastasse, ela ainda tem uma torcida de peso do lado de fora: Bruna Marquezine, que tem usado suas redes sociais para atualizar os fãs desprovidos de pay-per-view e comentado acontecimentos de dentro da casa. “Você trate de ganhar esse programa, eu vou mandar fazer camisa”, brincou ela ao saber da participação da amiga.

No âmbito pessoal, alguns frutos já aparecem: as músicas “Planos Impossíveis”, que Manu lançou em 2010, e “Farsa”, de 2015, apareceram na lista Top 50 Virais do Spotify. Já em relação aos seus ideais, as buscas pela palavra sororidade cresceram 250% no Google após ter sido usada por ela em uma das votações do BBB.

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