Laura Tesseti e JP Granado

Esperar para passar pelo pré-atendimento, pelo médico, para fazer exames, para retirar medicamentos, esperar. Essa longa espera para quem está com o corpo doendo, tosse, febre, coriza e diversos outros sintomas parece ser ainda mais infinita. Essa tem sido a realidade de muitos pacientes que buscam atendimento nos postos de Saúde de toda região. E na cidade de Rio Claro não é diferente.

Segundo informações da prefeitura do município, no Pronto Atendimento do Cervezão e na UPA do Bairro do Estádio, entre os dias 31 de dezembro e 6 de janeiro foram realizados 2.493 atendimentos a pessoas com sintomas gripais. Já nas unidades de saúde da família e unidades básicas de saúde foram atendidos 1.213 pacientes com sintomas gripais, de 3 a 7 de janeiro.

A demanda é grande, e o relato da demora acontece principalmente na UPA da 29, que fica no Bairro do Estádio e no P. A. do Cervezão. Nas Unidades Básicas de Saúde, os pacientes comentavam não haver médicos.

“Aguardei por horas na UPA da 29, no dia seguinte fui na UBS do Palmeiras, mas chegando lá, não tinha médico para atender e me encaminharam para o P. A. do Cervezão”, relata Matheus Henrique Bueno, que apresentava fortes sintomas gripais, mas relatou à reportagem já não conseguir sentir mais gosto e cheiro e estar com suspeita de Covid.

Questionada, a prefeitura municipal informou que nos casos em que há sintomas gripais leves, o atendimento é realizado nas unidades básicas de saúde e unidades de saúde da família. Casos graves são atendidos nas unidades de pronto atendimento do Cervezão e Avenida 29.

Médicos contratados por meio do Consórcio Intermunicipal de Saúde (Cismetro) realizam, em esquema de rodízio, os atendimentos nas unidades em que médicos titulares estão de férias ou afastados por motivo de saúde.

As unidades, dentro da área de cobertura de cada uma, apresentam fluxo adequado para o atendimento necessário à população, inclusive nos casos de sintomas gripais. Por isso, a orientação é para que em casos de sintomas gripais leves que precisem de atendimento, a pessoa procure a unidade básica de saúde ou unidade de saúde da família mais próxima de sua residência, onde serão acolhidos e orientados e, se necessário, medicados.

Os quadros leves e moderados de forma geral necessitam apenas de medicações para controlar os sintomas e os casos graves são internados para observação e cuidados com as possíveis complicações.

Os casos do novo coronavírus voltaram a subir em Rio Claro, do dia 31 de dezembro ao dia 7 de janeiro, foram 680. No dia 5 de janeiro, 213 novos casos foram registrados, quebrando o recorde do dia 6 de julho de 2020, que foram 210 casos.

Na última sexta-feira (7), o JC recebeu no Direto da Redação os médicos José Martiniano Grillo Neto, presidente da Unimed de Rio Claro, Suzi Berbert, infectologista e diretora de Vigilância em Saúde da prefeitura de Rio Claro e o pneumologista Jair Vergínio, da Fundação Municipal de Saúde. E o assunto, claro, foi surto de gripe e o crescimento dos casos da Covid-19 no município.

“É fundamental levarmos informação para todos. Tivemos as festas de fim de ano, as aglomerações e temos a presença desses dois vírus, a influenza e Covid-19 circulando. O que nos deixa um pouco mais tranquilos é o fato da vacina estar agindo. Temos uma taxa de internação baixa. A população precisa seguir as medidas básicas e buscar atendimento quando necessário”, falam.

Moradora de Rio Claro durante espera por atendimento

Paciente relata demora no atendimento na UPA da 29

Pacientes com dores no corpo, gripe, febre e outros sintomas gripais se reúnem dentro e fora da Unidade de Pronto Atendimento do Bairro do Estádio, a UPA da 29. E Joice Pereira dos Santos, que já possui uma doença preexistente no estômago, buscou atendimento, mas teve de esperar. “Estou há alguns dias com dor no corpo, dor de cabeça e já tenho meus problemas de saúde, a demora está muito grande”, relatou a paciente.

Dienison aguardou horas por atendimento no Cervezão

“É muita febre, dor no corpo, falta de ar”, relata paciente

Muita febre, dores pelo corpo, falta de ar, muita tosse. Esses são alguns sintomas descritos por Dienison Neres Nunes, que buscou atendimento no Pronto Atendimento do Cervezão no início da semana e, após cerca de três horas, saiu com o diagnóstico negativo para Covid. “Não consegui dormir, não consegui trabalhar e resolvi vir até o P.A. semana passada passei com minha mulher, mas também demorou e voltamos depois”, diz

A sua assinatura é fundamental para continuarmos a oferecer informação de qualidade e credibilidade. Apoie o jornalismo do Jornal Cidade. Clique aqui.