Verduras, legumes e frutas, alimentos tão importantes e ricos nutricionalmente, estão virando artigo de luxo para muitos brasileiros que a cada ida às compras se deparam com um novo aumento.

Um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE) apurou que a inflação dos 31 itens hortifrutigranjeiros do IPC/FGV acumulou alta de 24,35% nos últimos 12 meses. A liderança ficou por conta das hortaliças e legumes, que aumentaram em média 31,43% no período, seguidos pelas frutas, com reajuste médio de 10,87%. O aumento foi quase o triplo da inflação média apurada pelo IPC-10/FGV (9,2%) – veja tabela completa ao lado.

Para Adriano Benedito Covre, comerciante do setor há 40 anos, nunca houve uma realidade tão difícil como a de agora: “Infelizmente as perspectivas não são animadoras e novos aumentos estão previstos. Não era o que gostaríamos de repassar ao consumidor, mas não há o que fazer. O preço do adubo passou de 190 para 350 reais. O combustível teve alta, o agrotóxico passou de 800 reais o litro para 2 mil reais o litro. Tudo isso impacta. Se antes eu tinha 100 produtores na roça que forneciam, hoje eu tenho 20. Muita gente quebrou, não conseguiu mais continuar”, afirma.

Adriano ainda faz um alerta: “Se não começarem a olhar para o produtor em um futuro não muito distante, vão faltar alimentos. O banco complica a vida deles, os impostos não têm lógica. Faço ainda uma ressalva ao salário mínimo. A verdade é uma só: nesta situação, o brasileiro deveria ganhar no mínimo R$ 3.000,00 para dar conta do aumento generalizado dos preços”.

Lista

Os 10 itens que mais inflacionaram nos últimos 12 meses são: cenoura, maracujá, mamão papaya, tomate, pimentão, repolho, melancia, mandioca, alface e coentro.