O caso da morte de um paciente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Avenida 29 no mês de junho deste ano, que provocou uma reviravolta na área da saúde com o afastamento de servidores ganhou um novo capítulo, porém até o momento nenhuma resposta.

Atendimento x Morte

Anderson Aparecido dos Santos, de 38 anos, deu entrada na UPA após ser socorrido pelo SAMU na manhã de terça, 25 de junho. A princípio, funcionários da unidade acionaram a GCM no início da tarde e registraram um boletim de ocorrência, dizendo que o paciente havia fugido do local, sendo encontrado já sem vida perto da unidade.

No entanto, imagens gravadas por câmeras de segurança vieram à tona e mostram o momento em que o paciente, em uma cadeira de rodas, é levado por funcionários que o colocam na rua por um portão dos fundos. Algum tempo depois, populares passam e, ao verem o homem caído, vão exatamente na UPA pedir socorro. Os funcionários o recolhem novamente e constatam o óbito.

Três dias após a morte de Anderson Aparecido dos Santos de 38 anos a Prefeitura Municipal divulgou uma nota afirmando que havia comunicado as autoridades policiais, registrado um novo boletim de ocorrência e instaurado um processo administrativo disciplinar determinando o afastamento imediato por 90 dias dos servidores envolvidos no atendimento do paciente.

Na ocasião o prefeito Juninho da Padaria juntamente com a secretária de Saúde Maria Clélia Bauer determinaram rigor nas apurações.

Venceu o prazo

Passados três meses, o caso de Anderson, que ganhou repercussão não só em Rio Claro mas também na mídia nacional segue sem uma resposta e em andamento porém com o retorno dos servidores ao trabalho sem um parecer final, fato que deixou a família do paciente morto revoltada: “Queríamos entender como permitem a volta dos investigados sem uma conclusão. O afastamento eu já achava pouco para esses servidores porque se eles não tem condições de exercer a profissão com amor que não o fizessem. Agora permitir essa volta? Se não apuraram em três meses, que prorrogassem esse afastamento mas não deixassem voltar. O meu irmão morreu e eu não desejo isso para mais pessoas. Se houve um crime, uma negligência como dizem nas gravações da câmera que sejam punidos”, disse a irmã Darlene dos Santos que na época do morte também gravou uma entrevista para o Jornal Cidade que pode ser conferida no canal do YouTube (QR Code no final da matéria)

O que diz a prefeitura

A reportagem do JC entrou em contato com a prefeitura e questionou o por que da volta dos servidores sem a conclusão do processo já que o prefeito Juninho da Padaria determinou o afastamento justamente por defender a qualidade do atendimento com respeito e acolhimento. Em resposta, a assessoria de imprensa disse que os servidores voltaram ao trabalho porque o prazo de 90 dias de afastamento venceu na semana passada e que o procedimento administrativo continua em andamento. Por fim finaliza dizendo que as oitivas com os servidores foi concluída pela comissão processante que realiza a sindicância e que, agora, está analisando os depoimentos.

Sem entender

“O fator afastamento dos servidores na época justamente em razão da necessidade de se apurar o que de fato aconteceu e o retorno dos mesmos servidores sem uma conclusão do caso, apenas porque o prazo venceu não condiz com a fala deles há três meses. Eu só desejo que a Justiça seja feita e que o caso do meu irmão não caia no esquecimento. Ele não era um animal. Aliás nem com um animal se pode fazer isso, o que dirá com um ser humano”, disse a irmã Darlene.

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