A exposição Imigrantes Italianos no Estado de São Paulo começa nessa sexta-feira (14) em Rio Claro no Museu Histórico e Pedagógico “Amador Bueno da Veiga”, e poderá ser vista de terça à sexta-feira, das 9 horas ao meio dia e das 14 às 17 horas. O museu fica na Avenida 2, nº 572, esquina com a Rua 7, no Centro.

A iniciativa é da prefeitura, por meio do Arquivo Público e Histórico “Oscar de Arruda Penteado”, que contribuiu com documentos de seu acervo, com apoio das secretarias municipais de Cultura e de Desenvolvimento Social.

O evento faz parte do projeto Plataforma on-line: Arquitetura italiana no Estado de São Paulo, e tem por objetivo elaborar e propiciar o livre acesso a uma produção, na sua grande maioria de extração eclética, pouco conhecida, reconhecida e, sobretudo, desqualificada pela historiografia da Arquitetura e do Urbanismo brasileiros.

Com ênfase no legado dos italianos de primeira e segunda geração, o projeto agora se aproxima da comunidade por meio desta exposição, que traz alguns dentre os muitos exemplares levantados no âmbito do projeto até o momento. Diversos outros estão disponíveis no site www.arquiteturaitalianasp.com.br.

Com a reunião, produção, reprodução e organização de projetos arquitetônicos, fotografias e outros documentos relativos a essa produção, o projeto possibilita o acesso amplo e irrestrito a um conjunto de informações dispersas, ou mesmo anteriormente não acessíveis.

Atualmente, a plataforma conta com informações relativas a projetos, obras e profissionais atuantes nas cidades de Araraquara, Batatais, Campinas, Limeira, Piracicaba, Ribeirão Preto, Rio Claro, São Carlos, São José do Rio Pardo, São Paulo e Santos.

O projeto foi desenvolvido em parceria entre o Departamento de São Paulo do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-SP), Instituto Cultural Janela Aberta e diversos pesquisadores coordenados pelo Prof. Dr. Miguel Antonio Buzzar, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU-USP).

Imigrantes

Entre 1819 e 1940 por volta de 4.705.000 imigrantes aportaram no Estado de São Paulo, dentre os quais 1.508.281 eram de origem italiana.

O trabalho nas fazendas de café era o destino principal da maioria desses imigrantes, mas o café também propiciou a modernização e a criação de uma rede de cidades por todo o estado, que contou com os saberes urbanos de artífices, práticos licenciados, engenheiros e arquitetos italianos e descendentes de italianos para a transformação da produção arquitetônica paulista.

A noção de trabalhadores desqualificados, ou qualificados apenas para o trabalho no campo, sem educação e formação, acompanhou a imagem dos imigrantes italianos e seus descendentes durante muito tempo. A ascensão social que muitos alcançaram na maioria das vezes foi interpretada como a de indivíduos desprovidos de cultura, que venceram na vida ou por caminhos escusos ou por um sacrifício que mais o degradava socialmente do que reconhecia o esforço.

Entretanto, a ascensão social e a presença massiva de italianos em várias cidades de São Paulo, incluindo a capital, era efetiva. Mesmo que alguns imigrantes tenham melhorado sua condição econômica e social por meio do trabalho no campo, inúmeros outros o fizeram a partir de ofícios urbanos e mesmo de saberes acadêmicos.

A arquitetura desses profissionais, em muitos casos, conferiu novos significados às cidades por meio de edifícios públicos, hospitais, igrejas, palacetes, fábricas, residências, além de outras obras que deram suporte aos cotidianos urbanos. Nelas, foram incorporados tecnologias, materiais, sistemas construtivos e estilos em voga no final do século XIX e início do século XX, com destaque para o ecletismo, que caracteriza a maior parte das obras apresentadas na exposição.

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