São Paulo inicia vacinação contra COVID-19

São Paulo começou a vacinar a população contra a COVID-19 neste domingo (17). A imunização teve início após a aprovação do uso emergencial da vacina do Instituto Butantan pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A primeira brasileira vacinada contra o coronavírus é Mônica Calazans, 54, enfermeira da UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

Neste primeiro dia de campanha, profissionais de saúde de hospitais de referência no combate à pandemia e integrantes de populações indígenas começaram a ser vacinados em uma sala dedicada do Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

“Hoje é um dia muito especial para milhões de brasileiros que estão sofrendo com a COVID-19 em hospitais, centros de atendimento e em suas casas. E também aos que estão em quarentena, se protegendo e ajudando a proteger suas famílias. Hoje é o Dia V, o dia da vacina, da vitória, da verdade e da vida. Quero dedicar este dia aos familiares dos 209 mil mortos pela COVID-19”, afirmou o Governador.

Doria estendeu os agradecimentos aos profissionais de saúde que participaram do estudo clínico da vacina do Butantan no Brasil. “São heróis cujo trabalho é salvar vidas, proteger as pessoas, dar esperança e garantir, se possível, a vida e a existência. A coragem destes quase 13 mil voluntários vai ajudar a salvar milhões de brasileiros a partir de agora.”

A partir desta segunda (18), entra em operação o plano logístico de distribuição de doses, seringas e agulhas, com envio das grades para imunização de trabalhadores de saúde de seis hospitais de referência do estado: HCs da Capital e de Ribeirão Preto (USP), HC da Campinas (Unicamp), HC de Botucatu (Unesp), HC de Marília (Famema) e Hospital de Base de São José do Rio Preto (Funfarme).

As unidades foram selecionadas para a fase inicial porque são hospitais-escola regionais, com maior fluxo de pacientes em suas áreas de atuação. Todos devem iniciar nesta semana a vacinação de suas equipes, que totalizam 60 mil trabalhadores.

Na sequência, grades de vacinas e insumos também serão enviadas a polos regionais para redistribuição às Prefeituras, com recomendação de prioridade a profissionais de saúde que atuam no combate à pandemia. Os municípios também deverão imunizar a população indígena com apoio de equipes da atenção primária do SUS, segundo as estratégias adequadas ao cenário local.

“Começamos a vacinar a população e isto é um grande passo na tarefa de salvar vidas, que é a prioridade máxima do Governo de São Paulo”, afirmou o Secretário da Saúde Jean Gorinchteyn. “Recomendamos que municípios priorizem a aplicação das primeiras doses em profissionais da saúde que atuam em serviços dedicados ao combate à COVID-19 e são fundamentais para o atendimento à população.”

Cada hospital será responsável pelo preenchimento dos sistemas de informação oficiais definidos pela Secretaria da Saúde para monitoramento da campanha.

A divisão das grades considerou o quantitativo proporcional de vacinas esperado para São Paulo conforme o PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde. O total de 1,5 milhão de doses é a referência para trabalhadores de saúde baseado na última campanha de vacinação contra a gripe.

A campanha de imunização contra a COVID-19 em São Paulo será desenvolvida segundo a disponibilidade das remessas do órgão federal. À medida que o Ministério da Saúde viabilizar mais doses, as novas etapas do cronograma e públicos-alvo da campanha de vacinação contra a COVID-19 serão divulgadas pelo Governo de São Paulo.

Mulher, negra e enfermeira da linha de frente é a primeira brasileira vacinada

Há oito meses, dia sim, dia não, Mônica Calazans, 54, sai de sua casa em Itaquera, na zona Leste da capital Paulista, e leva cerca de uma hora e meia se deslocando até o trabalho no Emílio Ribas, hospital de referência para a covid-19 na região central de São Paulo. Mônica é mulher, negra, enfermeira da linha de frente no combate à pandemia e atua na UTI da unidade que hoje possui 60 leitos e desde abril mantém mais de 90% de taxa de ocupação.

A enfermeira tem perfil de alto risco para complicações da covid-19: é obesa, hipertensa e diabética. Em maio, quando a pandemia atingia alguns de seus maiores picos, se inscreveu para vagas de CTD (Contrato por Tempo Determinado) e, dentre vários hospitais, escolheu trabalhar no Emílio Ribas, mesmo ciente de que a unidade estaria no epicentro do combate à pandemia. Segundo ela, a vocação falou mais alto.

Mulher de muitos recomeços, Mônica atuou como auxiliar de enfermagem durante 26 anos e resolveu fazer faculdade já numa fase mais madura. O diploma veio aos 47. “Quem cuida do outro tem que ter determinação e não pode ter medo. É lógico que eu tenho me cuidado muito a pandemia toda. Preciso estar saudável para poder me dedicar. Quem tem um dom de cuidar do outro sabe sentir a dor do outro e jamais o abandona,” disse Mônica.

A enfermeira, que é viúva e mora com o filho Felipe, de 30 anos, conta que é minuciosa nos cuidados de higiene e distanciamento no trabalho e quando chega em casa. Aos dez meses na linha de frente, nem ela, nem o filho se infectaram com a covid-19. Outro forte motivo para tenta se proteger é o cuidado e ajuda à mãe, uma senhora de 72 anos, que vive sozinha em outra casa e que também não foi infectada.

Mesmo assim, sentiu a covid-19 chegar bem perto quando teve o irmão caçula, auxiliar de enfermagem de 44 anos, internado por 20 dias com a doença.

Apesar da rotina intensa e puxada, com o trabalho cada vez mais volumoso nos seus plantões de 12h, ela tenta manter o discurso sempre otimista e o equilíbrio emocional aproveitando os momentos de folga para assistir a séries, jogos do Corinthians (de quem é torcedora fiel) e ouvir Seu Jorge, o músico favorito. É na fé e na religiosidade, no entanto, que também se apega para se sentir mais confiante. Todos os dias reza por ela, pelos familiares, mas também por todos os colegas do trabalho e até pelos pacientes. “Eu tenho em mente sempre que não posso me abater porque os pacientes precisam de mim, por isso tenho sempre uma palavra de positividade e de que vamos sair dessa situação. O que me ajuda também é o prazer que sinto com o meu trabalho”, afirma a enfermeira.

Mônica confessa que os piores momentos são sempre quando sente que o SUS (Sistema Único de Saúde) está operando no limite. Otimista com a vacina, ela acredita que a imunização será essencial para que os brasileiros possam voltar a ter uma vida normal.

Anvisa aprova uso emergencial das vacinas Coronavac e de Oxford

NATÁLIA CANCIAN E RENATO MACHADO – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) formou neste domingo (17) a maioria para a autorização para uso emergencial para as vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca. Isso ocorre porque, dos cinco diretores, quatro já deram parecer favorável à liberação dos imunizantes.

Até o início da tarde, já tinham dado voto favorável às autorizações a relatora Meiruze Sousa Freitas e os diretores Romison Mota, Alex Machado Campos e Cristiane Jourdan.

Os quatro votos já indicam uma aprovação, tendência que deve ser seguida pelo diretor-presidente Antonio Barra Torres, o último a votar.

Em seus votos, os diretores da agência defenderam critérios técnicos e científicos para as decisões referentes à Covid-19, que todos sejam vacinados e também o distanciamento social.

Indiretamente, trata-se de uma crítica ao discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que desde o início da pandemia se posicionou contra políticas de isolamento e vem defendendo que a vacina não deve ser obrigatória, além de propagandear medicamentos sem comprovação científica, como a hidroxicloroquina.

A reunião da agência é a primeira a analisar o uso emergencial de vacinas contra a doença e é transmitida ao vivo.

São dois pedidos analisados. O primeiro foi feito pelo Instituto Butantan, que mantém uma parceria com a empresa chinesa Sinovac. O laboratório busca autorização para uso de 6 milhões de doses da vacina Coronavac que foram importadas da China ainda no ano passado.

Já o segundo foi feito pela Fiocruz, que mantém uma parceria com a farmacêutica AstraZeneca e Universidade de Oxford. A fundação pede autorização para uso de 2 milhões de doses que devem ser importadas da Índia.

Primeira a votar, a relatora Meiruze se manifestou a favor da concessão das autorizações para as duas vacinas. No entanto, condicionou a autorização para o Instituto Butantan à assinatura de um termo de compromisso, para sanar alguns pontos dos estudos, especialmente em relação à capacidade de provocar imunidade .

A exigência pode frustrar os planos do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de iniciar a vacinação tão logo saísse a aprovação.

Segundo a votar, o diretor da Anvisa Romison Mota também se posicionou a favor da liberação do uso emergencial das vacinas do Butantan e Fiocruz.
No voto, ele citou o grave cenário de pandemia e “indicativo de colapso” na rede de saúde como fatores que levam à aprovação. Disse também que os benefícios dos imunizantes superam os riscos.

Também favorável à liberação, o diretor Alex Campos citou a crise em Manaus e disse que a situação indica uma “falha no Estado”. “Essa é uma nação civilizada ou que vive distopia da barbárie?”, disse ele.

“As imagens de Manaus nos fazem prestar homenagem sincera a esses brasileiros do Amazonas que foram vítimas da Covid e da incúria do Estado.”

Tema da redação do Enem 2020 é o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira

PAULO SALDAÑA – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O tema da redação do Enem 2020, que começou a ser aplicado neste domingo (17), é “o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”, divulgou o ministro da Educação, Milton Ribeiro, pelas redes sociais.

Os candidatos devem elaborar um texto dissertativo e elaborar uma proposta de intervenção sobre o tema. No ano passado, no 1º Enem sob o governo Jair Bolsonaro (sem partido), o tema havia sido “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”.

Além da redação, os candidatos devem fazer neste domingo (17) as provas de linguagens e ciências humanas.

Os portões foram fechados às 13h e os candidatos começam a fazer as provas às 13h30 e têm até às 19h para escrever o texto e responder às 90 questões.

Os participantes só podem deixar a sala de provas, em definitivo, duas horas após o início da aplicação, às 15h30. Por causa da pandemia, os estudantes não podem tirar a máscara durante a aplicação.

No próximo domingo (24) é a vez das provas de matemática e ciências da natureza. Nesta edição do Enem, o Inep recebeu 5,7 milhões de inscritos.

Após uma semana de disputas judiciais sobre o adiamento do Enem por causa da pandemia, o exame tem início com suspensão em todo o estado do Amazonas e em dois municípios de Rondônia, segundo o governo Jair Bolsonaro (sem partido).

Ao todo, 58 municípios não terão a realização das provas neste domingo e no próximo (24). Em Rondônia, decretos das cidades de Espigão D’Oeste e Rolim de Moura impediram a realização do exame como forma de conter o avanço do coronavírus -as duas cidades acumulam 3.832 inscritos.

No Amazonas, não farão o exame 160.548 inscritos em 56 dos 62 municípios do estado. Em seis cidades amazonenses não havia previsão de aplicação da prova.

Área técnica da Anvisa recomenda também a aprovação da vacina de Oxford

RENATO MACHADO, NATÁLIA CANCIAN E REINALDO JOSÉ LOPES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Da mesma forma como fez em relação à Coronavac, a área técnica da Anvisa recomendou a aprovação da vacina Oxford/AstraZeneca.

O aval está condicionado, porém, à revisão periódica e ao acompanhamento próximo de dúvidas levantadas pelos gerentes da agência.

ACASOS AFETARAM ALGUNS RESULTADOS
Segundo o gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes Lima Santos, uma série de acasos durante o processo de testes clínicos afetaram os resultados da vacina de Oxford, explica.

Algumas pessoas receberam duas doses, outras uma dose e meia, por problemas de determinação da concentração do produto, e curiosamente as pessoas que receberam as doses totais menores tiveram uma resposta maior do sistema de defesa do organismo, aparentemente ficando mais protegidas.

Também houve atrasos na segunda dose para algumas pessoas, e os intervalos maiores entre doses também levaram a respostas mais altas do organismo.

IDOSOS
Ainda de acordo com o gerente-geral, os resultados dos dados da vacina da AstraZeneca mostram uma “eficácia significativa”, dentro dos intervalos mínimos que são sugeridos pelas organizações internacionais para classificar as imunizações. Como o laboratório já havia divulgado, a eficácia dessa vacina foi de 70,34%

Mendes ressaltou que a única exceção é o grupo dos idosos -com os dados apresentados, não foi possível um cálculo de eficácia significativa, assim como ocorreu com a Coronavac.

Prefeitura retira árvore caída e libera Avenida 42

Na manhã deste domingo (17), equipes da Defesa Civil e da Secretaria Municipal de Agricultura trabalharam para remover uma árvore que caiu na Avenida 42, atrás do Lago Azul.

Menos de uma hora após receber a solicitação, a prefeitura já havia concluído os serviços e liberado o trânsito na via pública.

Governo do Rio cria carnaval fora de época

AGÊNCIA BRASIL – O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, sancionou lei que cria um carnaval fora de época no estado, no mês de julho. A data exata do evento ainda não foi definida, e a assessoria de imprensa do governo esclareceu que a lei sancionada possibilita a realização do evento, mas que irá seguir as recomendações das autoridades sanitárias. 

O adiamento do carnaval já havia sido anunciado pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) e por grupos que representam blocos de carnaval tradicionais da cidade. Apesar da mudança forçada devido à pandemia de covid-19, o carnaval em julho deve se tornar anual, segundo o texto sancionado por Claudio Castro. O objetivo da medida é estimular o turismo, o lazer e a economia. 

O evento foi batizado de CarnaRio e, segundo a lei, a organização deve ser discutida entre a Secretaria de Estado de Cultura, as ligas de Escolas de Samba, agremiações e blocos carnavalescos. 

Com enredos definidos, as escolas de samba do grupo especial já sortearam a ordem dos desfiles, que estão previstos para ocorrer nos dias 11 (domingo) e 12 (segunda) de julho. O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, reiterou, no entanto, que a vacinação da população contra a covid-19 será fundamental para a realização do evento.

Estão previstos para o domingo (11/07) os desfiles de Imperatriz Leopoldinense, Viradouro, Beija-Flor de Nilópolis, Salgueiro, Mangueira e São Clemente. Já na segunda (12/07), será a vez de Paraíso do Tuiuti, Grande Rio, Mocidade, Vila Isabel, Portela e Unidos da Tijuca.

Bahia

Na Bahia, o carnaval de Salvador também está oficialmente suspenso pela prefeitura da capital por causa da pandemia. A medida foi anunciada ainda em novembro, pelo agora ex-prefeito ACM Neto. 

“A possibilidade de o carnaval acontecer em outro momento de 2021 está condicionada à existência de uma vacina acessível a todos. Caso exista vacina, os prefeitos das maiores cidades do Brasil se unam para um eventual calendário. Agora, nem eu, nem Bruno [Reis, prefeito de Salvador que assumiu em janeiro], nem ninguém pode estabelecer uma data, porque essa data dependerá da vacina”, disse ACM Neto em entrevista coletiva. 

Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados estabelece novo feriado nacional nos dias 5 e 6 de julho, quando seria comemorado o carnaval. A proposta é de autoria do deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr (PP-RJ).

Pernambuco

Em Pernambuco, a decisão de cancelar a folia foi tomada pelo próprio governo do estado. A medida, anunciada no dia 17 de dezembro, também em entrevista coletiva, vale para todo o estado, que abriga um dos carnavais mais tradicionais do país, principalmente na capital Recife e nas ladeiras da histórica cidade de Olinda

Antes mesmo da suspensão oficial, uma das agremiações carnavalescas mais importantes de Pernambuco, o Homem da Meia- Noite, que abre o carnaval de Olinda, já havia cancelado o seu sempre aguardado desfile, em nome da preservação da saúde.

Primeiro repasse de ICMS de 2021 transfere R$ 523 milhões às prefeituras paulistas

O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Fazenda e Planejamento, transferiu na terça-feira (12), R$ 523,88 milhões em repasses de ICMS para os 645 municípios paulistas. O depósito é referente aos montantes arrecadados no período de 4 a 8 deste mês.

Os valores correspondem a 25% da arrecadação do imposto, que são distribuídos às administrações municipais com base na aplicação do Índice de Participação dos Municípios (IPM) definido para cada cidade.

Para janeiro, a estimativa é transferir para as prefeituras do Estado o total de R$ 2,9 bilhões em repasses de ICMS. Os depósitos semanais são realizados por meio da Secretaria da Fazenda e Planejamento sempre até o segundo dia útil de cada semana, conforme prevê a Lei Complementar nº 63, de 11/01/1990.

As consultas dos valores podem ser feitas no site da Fazenda, no link Acesso à Informação > Transferências de Recursos > Transferências Constitucionais a Municípios.

Agenda Tributária

Os valores semanais transferidos aos municípios paulistas variam em função dos prazos de pagamento do imposto fixados no regulamento do ICMS. Dependendo do mês, pode haver até cinco datas de repasses.

As variações destes depósitos oscilam conforme o calendário mensal, os prazos de recolhimento e o volume dos recursos arrecadados.  A agenda de pagamentos está concentrada em até cinco períodos diferentes no mês, além de outros recolhimentos diários, como por exemplo, os relativos à liberação das operações com importações.

Índice de Participação dos Municípios

Os repasses aos municípios são liberados de acordo com os respectivos Índices de Participação dos Municípios, conforme determina a Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988. Em seu artigo 158, inciso IV está estabelecido que 25% do produto da arrecadação de ICMS pertencem aos municípios, e 25% do montante transferido pela União ao Estado, referente ao Fundo de Exportação (artigo 159, inciso II e § 3º).

Os índices de participação dos municípios são apurados anualmente (artigo 3°, da LC 63/1990), para aplicação no exercício seguinte, observando os critérios estabelecidos pela Lei Estadual nº 3.201, de 23/12/81, com alterações introduzidas pela Lei Estadual nº 8.510, de 29/12/93.

Gerência da Anvisa recomenda aprovação da Coronavac

RENATO MACHADO E NATÁLIA CANCIAN – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A gerência da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendou neste domingo (17) a aprovação da Coronavac, vacina desenvolvida pela Sinovac e pelo Instituto Butantan.

A decisão é condicionada ao monitoramento e ao acompanhamento próximo de incertezas apontadas e a reavaliação periódica.

A Anvisa decide neste domingo o futuro das vacinas no Brasil. Cinco diretores da agência irão dizer, durante reunião ao vivo, se darão sinal verde a duas vacinas que aguardam aval para uso emergencial no país: a Coronavac e a vacina da Universidade de Oxford/AstraZeneca, que será produzida no Brasil pela Fiocruz.

A primeira é a aposta do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para dar início à imunização contra a Covid-19 no país. A segunda é a escolha do governo federal de Jair Bolsonaro (sem partido).

Uma diferença crucial entre as duas é que já há cerca de 11 milhões de doses prontas da Coronavac para uso imediato no país -o pedido de aval, porém, refere-se apenas a 6 milhões de doses. Já a vacina de Oxford ainda não se encontra em solo brasileiro -a viagem para buscar as doses produzidas na Índia foi vetada pelo país, que alegou que era preciso começar primeiro sua própria campanha de vacinação, o que ocorreu neste sábado (16).

A decisão ocorre por votação. O encontro começou por volta das 10h e está sendo transmitido pelo canal no YouTube da Anvisa. A expectativa é que a reunião dure cinco horas.

Na abertura da reunião, o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, disse que o combate ao novo coronavírus não passa apenas pela vacina e sim por uma mudança de comportamento da população.

“O inimigo é um só. A nossa melhor chance nessa guerra passa obrigatoriamente pela mudança de comportamento social, sem a qual, mesmo com vacina, a vitória não será alcançada”, disse Barra Torres.

Barra Torres também afirmou que todos estariam sem máscara, mas respeitando o distanciamento social.

Disse que ele e sua equipe foram “honrados” com a missão de decidir a autorização da vacina e evocou Deus, ao citar que ele e sua equipe foram os escolhidos para decidir o futuro das imunizações.

“Somos nós cidadãos brasileiros comuns das mais diversas origens que estamos diante dessa responsabilidade [decidir a aprovação para uso emergencial da vacina]. Quis o acaso para alguns, o destino para outros, e a vontade de Deus na fé inabalável desse diretor que fôssemos nós a exercer esses ofícios”, afirmou.

Próximo do presidente Jair Bolsonaro, Torres estava ao lado dele, sem usar máscara, em protesto em 15 de março de 2020 quando o presidente ignorou orientações do Ministério da Saúde e participou dos protestos pró-governo sem demonstrar preocupação com o risco de transmissão do vírus da Covid-19.

PRAZO DE VALIDADE DA CORONAVAC
O gerente geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, afirmou que a agência concordou em aumentar o prazo de validade da vacina Coronavac para 12 meses, mas impôs condições.

A imunização da parceria do laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan precisa de condições de armazenamento de 5 graus de temperatura, com variação de 3 graus para mais ou menos. Nessas condições, o prazo do produto a granel” – ainda não finalizado e embalado – teria prazo de validade de até seis meses. Para o produto finalizado, no entanto, o Instituto Butantan havia solicitado 12 meses.

“Essas vacinas não têm tempo suficiente de produção para mostrar por quanto tempo se mantêm íntegras. A proposta do Instituto Butantan foi extrapolar esse prazo para 12 meses. Nas nossas negociações, a gente entendeu que isso seria possível, se o Instituto Butantan e os desenvolvedores concordassem com as nossas condições”, afirmou, durante a reunião que define a autorização para uso emergencial da vacina.

Dentre as condições, estão a atualização dos dados disponíveis, a comunicação de problemas com os estudos de estabilidade da vacina e o compromisso de recolher os lotes da imunização, em casos de problemas.

Sindicato de Rio Claro acredita que não é momento para greve dos caminhoneiros

Nas últimas semanas, passou a se falar muito sobre uma nova greve dos caminhoneiros no país. A movimentação de alguns representantes da classe ganhou certa força e uma possível paralisação está programada para o dia 1° de fevereiro. O movimento tem como principal motivo a luta contra o aumento de impostos.

Em Rio Claro a ideia não parece agradar tanto, segundo Gilvon Barbosa, presidente do Sintrarc (Sindicato dos Transportadores Autônomos Rodoviários de Rio Claro).

“É claro que o caminhoneiro está insatisfeito e descontente com a situação, com o aumento de tributações, mas eles não acreditam que a greve vai resolver, a greve não seria interessante para os caminhoneiros agora. O movimento não atende à categoria, mas sim a interesses políticos”, comentou Barbosa, afirmando ter ouvido diversos caminhoneiros.

O presidente do sindicato, que também representa a Fecamsp (Federação dos Caminhoneiros do Estado de SP), garantiu que o movimento não vem sendo encabeçado pelas principais lideranças da categoria, já que, apesar de entenderem e concordarem com os motivos, acabam entendendo que, para o trabalhador, uma paralisação acabaria sendo prejudicial.

Ao afirmar que, no momento, a posição do Sintrarc é de que os caminhoneiros de Rio Claro não tendam a aderir à greve, Barbosa também disse não acreditar em uma situação parecida com a de 2018, quando foi feita a última grande paralisação geral. “Vamos ver eles parados em algum ponto ou outro, mas não vai ser igual 2018. É uma realidade diferente e o que percebemos é que isso, agora, não é interessante para a classe”, afirmou Barbosa, que ainda acredita que o movimento mais “parece uma paralisação por WhatsApp” do que uma greve.

Procurado pela reportagem do JC, o presidente da Antb (Associação Nacional de Transporte do Brasil), José Roberto Stringasci, garantiu que a categoria está sim se organizando para uma paralisação em 1° de fevereiro.

Trecho da Avenida 76-A terá mão única a partir do dia 25

A partir do dia 25 de janeiro, uma terça-feira, trecho da Avenida 76-A, na região noroeste de Rio Claro, terá nova mão de direção. A mudança será feita entre a Avenida José Felício Castellano e a Rua 3-A. A prefeitura orienta os motoristas para que redobrem a atenção ao trafegarem pelo local a partir do próximo dia 25.

Atualmente o trecho tem mão dupla de direção. Com a alteração, passará a ter mão única. Com isso, a partir de 25 de janeiro só será possível transitar nesse segmento da Avenida 76-A indo da “Felício Castellano” até a 3-A. O sentido inverso ficará proibido.

A Avenida 76-A é muito movimentada e dá acesso a bairros como Arco-íris, Vila Verde, Jardim Vilage e outros.

Trump deixará o cargo com rastro de caos e pendências

RAFAEL BALAGO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Presidência mais conturbada dos EUA em décadas chega ao fim ao meio-dia (14h de Brasília) da próxima quarta-feira (20). Mas Donald Trump seguirá tentando chamar a atenção para se manter em destaque na política americana, na direção contrária do que fizeram outros ex-presidentes do país.

Trump foi um dos líderes mais agressivos –e talvez o mais antidemocrático– a ocupar a Casa Branca. Ele, que sempre buscou o confronto em vez da conciliação, estava perto de entregar um país já dividido e duramente atingido pela pandemia. Mas seu legado ganhou uma mancha ainda maior em seus últimos dias no cargo, ao estimular uma insurreição contra o Congresso.

Como resultado, Trump foi banido de redes sociais e teve o segundo processo de impeachment aprovado na Câmara dos Deputados –agora, com o apoio de dez republicanos, um sinal de que o partido está rachado. Por outro lado, 197 correligionários votaram contra a ação, e muitos deles fizeram discursos fervorosos em defesa do presidente.

A decisão sobre afastá-lo e, mais importante, fazer com que perca direitos políticos, tirando a possibilidade de que concorra outra vez à Presidência, caberá, mais do que ao Senado, ao Partido Republicano. São necessários 67 votos para condenar Trump, e os democratas terão apenas 50 quando o processo for julgado na Casa.

“A principal questão é saber como o Partido Republicano resolverá suas disputas internas. Se o establishment vai se impor, ou se a legenda continuará dependente do trumpismo”, avalia Sérgio Amaral, ex-embaixador do Brasil em Washington (e pesquisador do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais).

Trump conseguiu manter sua aprovação relativamente estável ao longo do governo, oscilando em torno de 40%, com uma mistura de estratégias novas e antigas. De um lado, buscou cumprir promessas de campanha, como restringir a imigração, criar empregos e defender pautas conservadoras –o maior acesso ao porte de armas e a proibição ao aborto, por exemplo.

De outro, manteve um clima de tensão constante, com rivais sendo colocados como inimigos mortais, além de negar os riscos do aquecimento global e da pandemia de coronavírus, muitas vezes com base em mentiras e em teorias estapafúrdias.

Após a invasão do Capitólio, o presidente viu essa taxa de aprovação desmoronar. De acordo com pesquisa conduzida pela agência de notícias Reuters com a Ipsos, a cifra foi a 34% –o menor valor desde o fim de 2017. O monitoramento do site especializado FiveThirtyEight indica que essa foi não apenas a maior queda no índice desde o começo do mandato, mas uma amostra de que a erosão passou a acontecer entre eleitores republicanos.

Assim, o soneto final na Casa Branca contraria a tática de Trump de se apresentar como infalível a seus seguidores. Ato contínuo, a estratégia consistia em mostrar que quem o seguisse também poderia aproveitar desse sucesso, apontou a escritora Anne Applebaum na revista The Atlantic.

“Os trumpistas não querem democracia, prosperidade, liberdade ou igualdade, mas a fantasia de vitória sem fim.”

Os resultados são dúbios: levou os republicanos a perderem o controle da Câmara e do Senado e foi derrotado na eleição, ainda que tenha sido capaz de catalisar 74 milhões de votos, a segunda maior marca em um pleito presidencial na história dos Estados Unidos, mostrando força para manter uma base engajada.

“Ele estabeleceu um canal de comunicação com uma massa de eleitores que não costumava ser diretamente acionada pelo Partido Republicano. Aquela população que, de alguma forma, reconheceu-se como a que mais sofreu os custos da globalização, sem contrapartida alguma, tem esperanças de que Trump ainda possa ser a solução”, afirma Neusa Bojikian, pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os EUA.

Assim, muitos republicanos temem perder votos ao confrontar Trump. Por outro lado, defender suas ações é cada vez mais difícil, à medida que elas colocam a própria democracia americana em risco.

“Nos Estados Unidos, quando um presidente perde a reeleição, a dinâmica dos partidos faz com que novas lideranças surjam rapidamente. O líder derrotado nas urnas fica com um selo de perdedor”, diz Leandro Consentino, professor de ciência política do Insper. “Mas Trump tenta mudar isso ao criar a narrativa de que é bom e que só perdeu porque houve fraude.”

Personalista, o presidente não estimulou o surgimento de sucessores e até brigou com nomes que o ajudaram na vitória de 2016, como o estrategista Steve Bannon. Mesmo assim, pipocam alguns candidatos a tentar representar seu legado: o senador Ted Cruz, do Texas, e o secretário de Estado Mike Pompeo, além de familiares, como o genro Jared Kushner, que se envolveu em negociações de política externa, e os filhos Ivanka e Donald Jr.

Para se manter em evidência depois de deixar o cargo, Trump terá de superar mais obstáculos. Primeiro, precisa achar uma nova forma de falar diretamente a milhões de pessoas. Ele foi banido do Twitter, seu principal meio de comunicação, e, por ora, depende da imprensa para levar suas mensagens a grandes audiências. Por ironia, durante todo o governo tratou jornalistas como inimigos, com diversas ofensas públicas.

Convencer milhões de pessoas a segui-lo em plataformas que não costumam acessar no dia a dia será tarefa complexa. E redes sociais que não moderem discursos de ódio podem ficar sem acesso a servidores, como ocorreu com o Parler.

Trump também é visto como um ícone do populismo de direita que ganhou força nos últimos anos em lugares como Brasil, Itália e Hungria.

Especialistas, no entanto, apontam que o republicano tem poucos caminhos para se beneficiar disso, já que “vários líderes se distanciaram dele depois da invasão ao Congresso”, avalia o embaixador Sérgio Amaral. “O ataque foi muito mal recebido, especialmente em países europeus.”

“Os chefes de Estado de direita em outros países precisarão estar dispostos a sacrificar uma boa relação com Biden para seguirem próximos de Trump”, analisa Roberto Moll, professor de história da América na Universidade Federal Fluminense.

Trump já disse que não irá à posse de Biden, na quarta-feira. Segundo o jornal The New York Times, ele deverá partir da Casa Branca ao som de uma banda militar, com um tapete vermelho estendido. Há a possibilidade de que faça um discurso de despedida em um comício na Flórida. Se o evento ocorrer, será o primeiro teste de popularidade fora do cargo.

Há também alertas de que apoiadores de Trump planejam atos violentos no dia da posse, que terá forte presença de militares, para tentar evitar que cenas como a do começo do mês se repitam.

“Esta cena política tumultuada deve permanecer por algum tempo, porque reflete conflitos que estavam dormentes. O estilo abrasivo de Trump, de radicalizar tudo, reacendeu problemas antigos, como a questão racial e a desigualdade”, avalia Amaral. “E o governo Biden terá de lidar com essas questões.”

Jornal Cidade RC
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