Candidatos de Rio Claro não são eleitos e cidade fica sem representantes como deputados

Novamente a cidade de Rio Claro não terá representantes nem na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e nem na Câmara dos Deputados, em Brasília. Nas eleições de 2018, o município também não conseguiu eleger deputados federais ou estaduais.

Vale lembrar, que, atualmente, Rio Claro conta com o Deputado Aldo Demarchi (União Brasil) na Alesp. Ele ficou como suplente após o pleito de 2018 e voltou à casa em Março de 2022 após saída do então deputado Artur do Val.

Nas eleições de 2022, o candidato de Rio Claro mais votado como Deputado Federal foi Heitor Alves (PDT), com 6.192. Na votação para Deputado Estadual, Aldo Demarchi foi o mais escolhido entre os elegíveis da cidade, com 33.014 votos.

Maioria dos governadores que tentavam reeleição vence no 1º turno

Folhapress

A maioria dos governadores que tentaram a reeleição conseguiu renovar o mandato já no primeiro turno, neste domingo (2).

Concorriam novamente 20 governadores, sendo que 11 já tiveram a vitória confirmada.

Ao menos outros quatro ainda disputam o segundo turno, no próximo dia 30, na Paraíba, no Espírito Santo, em Alagoas e em Rondônia.

Um dos incumbentes derrotados é o tucano Rodrigo Garcia, que assumiu o Governo de São Paulo após renúncia do titular, João Doria, em abril deste ano. Ele ficou em terceiro lugar, encerrando uma hegemonia de 28 anos do PSDB paulista.

Outra derrota foi de Carlos Moisés, do Republicanos, em Santa Catarina.

Em 2018, auge da onda antipolítica na esteira da Operação Lava Jato e da ascensão do bolsonarismo, também 20 governadores concorreram, mas só dez se elegeram.

Os resultados prévios sinalizam uma reversão daquela onda, com triunfos de nomes e partidos mais consolidados na política em várias partes do país. Naquele ano, se elegeram aos governos candidatos até então pouco conhecido do eleitorado, como o catarinense Moisés, Romeu Zema, do Novo, em Minas, e Wilson Witzel, à época do PSC, no Rio de Janeiro.

O próprio Zema agora definiu a corrida já na primeira votação, superando Alexandre Kalil, do PSD.

Neste domingo, um dos vitoriosos por maior margem foi Helder Barbalho, no Pará, que formou a maior aliança do país em sua tentativa de reeleição e fez quase 70% dos votos válidos –a apuração ainda não foi encerrada.

Percentual parecido foi obtido por Ratinho Junior, do PSD, no Paraná, outro que ficará por mais quatro anos. Também ganhou por larga margem Mauro Mendes, da União Brasil, em Mato Grosso.

Um outro governador favorito, mas que teve vitória mais apertada, foi Ibaneis Rocha, do MDB, no Distrito Federal, que por pouco não teve que disputar um segundo turno.

A conta dos candidatos à reeleição leva em conta também o gaúcho Eduardo Leite, que renunciou neste ano inicialmente com o plano de concorrer à Presidência da República, mas que optou por tentar novo mandato no estado.

A reeleição é permitida desde 1998. Em 2002, houve o menor volume de reeleição, com nove reeleitos entre 16 tentativas.

Lula e Bolsonaro vão para o 2° turno

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Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o segundo turno da eleição presidencial. A rodada final será no próximo dia 30.

Com quase 97% das urnas apuradas neste domingo (2), o petista estava se aproximava de 48%, ante quase 44% de Bolsonaro, que registrou um desempenho superior ao que previam as pesquisas encerradas na véspera, comandando uma onda de bons resultados de seus aliados nos estados.

Viu reeleitos parceiros em Minas e Rio e viu seu indicado chegar ao segundo turno com o PT em São Paulo, para ficar nos três maiores colégios do país. Já Lula terá de modular sua campanha, baseada até aqui no apelo aos mais pobres, metade do eleitorado, em detrimento à classe média que parece ter se mobilizado em torno do presidente como em 2018.

Assim, a campanha eleitoral será reordenada e, provavelmente, a agressividade vista no debate presidencial da TV Globo na última quinta (29) poderá ganhar novos patamares. A realização do segundo turno mostra que ambos os times rivais esgotaram o arsenal utilizado até aqui.

No caso de Lula, fracassou a busca pelo voto útil. Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) tinham, até as 21h30, cerca de 4% e 3% dos votos válidos, respectivamente.

A arma utilizada pelo petista foi o discurso de que mais um mês de campanha poderia trazer riscos de violência eleitoral, quando não institucionais, exacerbados. De mais a mais, a fortaleza do ex-presidente é um voto que se mostrou impermeável a sangrias até aqui, entre os mais pobres e entre moradores do Nordeste, para ficar em grandes grupos -metade do eleitorado para o primeiro, 27% para o segundo.

Dada a animosidade entre Ciro e Lula, é provável que o pedetista repita 2018, quando outra vez caiu no primeiro turno, e não apoie ninguém. A isonomia também é esperada de Tebet, mas nada disso é central para a definição dos eleitores -1 em cada 5 apoiadores dos dois diziam que poderiam aderir ao voto útil.

Contra Bolsonaro, no segundo turno há o fator da grande rejeição ao ex-presidente apontada nas pesquisas.

Sua principal e mais óbvia investida foi sobre o eleitorado de menor renda e da chamada classe média baixa. Reinventou o Bolsa Família lulista como Auxílio Brasil e o reajustou para R$ 600, além de promover uma série de benesses pontuais a categorias aliadas, como os caminhoneiros. Mais importante, interveio na política de preços da Petrobras para conseguir sucessivas reduções no valor dos combustíveis.

Não deu certo entre os mais pobres, que ganham menos de 2 salários mínimos, embora tenha sido exitoso no segmento imediatamente acima. Agora, observadores se questionam se há alguma medida a ser tirada da manga, como sempre há nos gabinetes de Brasília, mas a dúvida sobre eficácia está instalada.

Na outra ponta, a da imagem, Bolsonaro manteve ao longo da disputa sua campanha contra o sistema eleitoral que o gestou, além de insistir em insinuações golpistas e num apoio que não tem no serviço ativo das Forças Armadas para gestos de ruptura. O que não quer dizer que não poderá tentar, em especial se seguir o manual de sedição deixado pelo seu ídolo, o ex-presidente americano Donald Trump.

Pelo roteiro, a contestação das urnas seria seguida por um levante bolsonarista nas ruas, cujo ensaio teria ocorrido nas manifestações do 7 de Setembro. O desenho não é de fácil execução, embora os episódios de violência ao longo da campanha mostrem que há espaço para bastante confusão.

Mas mesmo isso Bolsonaro teve de modular, sob pressão de seus aliados mais políticos. Notadamente, não fez nenhuma ameaça do tipo no debate da Globo, de olho nos eleitores mais conservadores centristas que aderiram a ele em nome do antipetismo e da antipolítica prevalentes em 2018.

Por outro lado, o figurino radical seguiu sendo usado, como forma de manter a fatia grande do eleitorado que o apoia nesta eleição, desde o começo de caráter plebiscitário -a anemia da dita terceira via de se viabilizar e o renovado fracasso de Ciro em sua quarta postulação são monumentos a essa realidade.

O problema para Bolsonaro é a distância a solidez de sua rejeição, que sempre ficou acima de 51% desde que o Datafolha começou a medir esta corrida, em maio do ano passado. Na pesquisa divulgada no sábado (1º), estava em 52%, um Everest político a ser escalado em meio a uma nevasca.

Se a tendência se mantiver, é possível especular que o Bolsonaro golpista volte a predominar, não tanto pelo risco de ser bem-sucedido, mas porque o presidente precisa manter galvanizada sua base de apoio para tentar repetir Trump e ocupar a vaga de principal desafiante do novo governo já de saída.

Para Lula, o raciocínio é semelhante: manter a distância já lhe bastará, uma vez que também lida com uma rejeição volumosa, na casa dos 40%. Seu desafio será responder com mais objetividade ao que tem fugido durante toda a campanha: o que de fato irá fazer em termos econômicos e na relação com o Judiciário.

Nesse sentido, o apoio dado por dois antigos algozes do PT em julgamentos como o do mensalão, os ex-ministros do STF Joaquim Barbosa e Celso de Mello, apontam para uma acomodação. Mas aliados lembram que o petista ficou 580 dias na cadeia, e há ressentimentos que podem emergir na forma de conflitos. Um bom teste, caso vença, será a escolha de dois nomes para compor a corte em 2023.

Antes disso, contudo, Lula tem de chegar lá. Seu caminho parecia menos acidentado do que o de Bolsonaro, mas a história política recente do Brasil aconselha prudência antes de vaticínios, como o desempenho do bolsonarismo pelo país neste domingo mostra.

Um carioca desconhecido em São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desalojou 27 anos de PSDB no poder do segundo turno contra o PT. No Rio, o bolsonarismo está reeleito na figura de Cláudio Castro (PL), e o filobolsonarista Romeu Zema (Novo) conseguiu o mesmo em Minas, fechando assim o quadro no Sudeste, região mais populosa do país.

Cláudio Castro é reeleito governador do RJ

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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), 43, foi reeleito neste domingo (2) em primeiro turno, segundo a apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Castro obteve 58,33% dos votos válidos. Ele superou o deputado Marcelo Freixo (PSB), seu principal adversário e segundo lugar na disputa, com 27,62%, e o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT), com 8,03%.

Aliado de Jair Bolsonaro (PL), Castro fez uma campanha na qual defendeu o presidente, mas não aderiu a bandeiras bolsonaristas. Na reta final, acenou para o ex-presidente Lula (PT), até então favorito na disputa nacional, declarando não ver ameaças em seu eventual retorno à Presidência da República.

A estratégia tinha como objetivo se apresentar como única opção dos bolsonaristas no estado e, ao mesmo tempo, se aproximar do eleitorado mais pobre que tinha intenção de votar no petista. O plano deu certo e, na reta final, Castro se distanciou de Freixo até garantir a vitória neste domingo.

A campanha de Castro foi calcada na apresentação de projetos já inaugurados ou em curso com dinheiro obtido com a concessão do serviço de saneamento básico do estado. A licitação injetou R$ 22 bilhões nos cofres do estado e permitiu a inauguração de pontes, praças e o início de outras obras que auxiliaram na divulgação de seu nome no interior.

Advogado formado pela UniverCidade, Castro é também cantor gospel ligado ao movimento de Renovação Carismática da Igreja Católica. Ele iniciou sua trajetória política como assessor parlamentar do ex-deputado Márcio Pacheco, tendo sido eleito vereador no Rio de Janeiro em 2016.

Castro foi eleito vice-governador em 2018 na chapa de Wilson Witzel, o ex-juiz que surfou na onda bolsonarista daquele ano. Assumiu o Palácio Guanabara em agosto de 2020 após Witzel ser afastado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) sob acusação de corrupção na saúde -o impeachment seria confirmado em abril do ano seguinte.

O governador reeleito também foi investigado no esquema que afastou seu antecessor, tendo sofrido busca e apreensão. Ele não foi denunciado no caso, mas passou a ser alvo de outras investigações. Dois delatores afirmam que Castro recebia propina quando vereador e vice-governador.

Ao longo da campanha, Castro também sofreu reveses. Uma das delações que o acusam de ter recebido propina foi divulgada durante o período eleitoral.

Ele também viu o vice de sua chapa, Washington Reis (MDB), ser alvo de busca e apreensão numa investigação sobre corrupção na saúde. Logo em seguida, o aliado teve o registro de candidatura negado em razão de condenação por crime ambiental no STF (Supremo Tribunal Federal) e foi substituído pelo deputado Thiago Pampolha (União), também eleito vice-governador neste domingo.

O governador reeleito também foi surpreendido com a prisão de seu ex-chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, sob acusação de envolvimento com o jogo do bicho -ele foi solto na sexta-feira (30).

Além disso, foi sucessivamente questionado pela investigação do Ministério Público, ainda em curso, sobre funcionários fantasmas do Ceperj (Centro Estadual de Pesquisa e Estatística do Rio de Janeiro).

Nada disso, porém, foi suficiente para abalar a ascensão na intenção de votos de Castro no estado em que cinco ex-governadores já foram presos.

Os adversários chegaram a usar a suposta perspectiva de prisão iminente de Castro para tentar abalar sua candidatura. O governador reeleito, contudo, sempre respondia que não era réu em nenhum processo e que fora vítima de uma “indústria de delações” que atingiu o país.

Freixo foi o que mais desferiu ataques a Castro, mas não conseguiu avançar de forma significativa sobre o eleitorado de Lula no estado, de acordo com as pesquisas de intenção de voto. O deputado trocou o PSOL pelo PSB a fim de ampliar o arco de alianças, que incluiu o PSDB e economistas liberais. As mudanças, porém, não foram suficientes para frear o sucesso de Castro.

Pela primeira vez desde 2007, o candidato do PSB ficará sem mandato após sofrer ameaças em razão da CPI das Milícias, que comandou em 2008.

Neves também não conseguiu subir nas pesquisas, mesmo após conseguir uma aliança com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD).

Também participaram da disputa Paulo Ganime (Novo), Cyro Garcia (PSTU), Eduardo Serra (PCB), Juliete (UP) e Luiz Eugênio (PCO).

Witzel registrou candidatura pelo PMB, mas foi barrado pelo TSE em razão da punição de afastamento por cinco anos da função pública imposta pelo Tribunal Especial Misto que julgou seu processo de impeachment. Os votos dados a ele foram considerados nulos.

Zema é reeleito governador de Minas Gerais no 1º turno

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O empresário Romeu Zema (Novo) foi reeleito governador de Minas Gerais no primeiro turno das eleições.

Nascido em Araxá (MG), Zema tem 57 anos e entrou para a política em 2018, quando foi eleito para comandar o Palácio Tiradentes pela primeira vez. Na esteira de uma onda antipolítica, impulsionada principalmente pelo então candidato à Presidência Jair Bolsonaro (à época no PSL; hoje, no PL), ele deixou para trás os partidos que, até então, configuravam as duas principais forças políticas do estado mineiro: PT e PSDB.

A reeleição de Zema no primeiro turno destas eleições marca uma nova derrota para petistas e tucanos. Seu principal adversário, Alexandre Kalil (PSD) -aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Minas- não conseguiu repetir o sucesso de sua campanha nas eleições de 2020, quando foi reeleito prefeito de Belo Horizonte já no primeiro turno. Dessa vez, não teve desempenho suficiente para levar a disputa pelo governo mineiro para o segundo turno.

Kalil chegou a crescer nas pesquisas de intenção de votos na reta final da campanha, mas Zema continuou liderando com folga. Já o candidato do PSDB, o ex-deputado federal Marcus Pestana, não conseguiu sair da lanterna no decorrer da corrida eleitoral.

APOIOS NA CORRIDA PRESIDENCIAL

Se, em 2018, Zema chegou a adotar o bordão “Bolsozema”, em referência a Bolsonaro, apesar de seu partido ter lançado um candidato próprio -o empresário João Amoêdo- para a disputa pela Presidência, este ano o cenário foi diferente.

Em sua campanha pela reeleição, o candidato do Novo evitou declarar apoio a Bolsonaro e afirmou que, por fidelidade partidária, endossaria a candidatura de Luiz Felipe D’Avila (Novo) à corrida pelo Planalto.
“Continuo discordando de boa parte do que o PT faz e discordo também de parte do que o presidente Bolsonaro adota como condução do governo”, afirmou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

GANHO DE PATRIMÔNIO

Na campanha de 2018, Zema informou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter um patrimônio de cerca de R$ 69 milhões. Neste ano, o valor declarado pelo político foi de aproximadamente R$ 129 milhões – considerando a correção pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), o montante seria de cerca de R$ 88 milhões, o que representa um ganho de 46,9% em seu patrimônio nos últimos quatro anos.

Mas, de acordo com Zema, o ganho de patrimônio aconteceu ainda antes do início de seu atual mandato como governador e tem origem na venda, em 2018, de duas empresas que faziam parte do Grupo Zema – e das quais ele tinha participações – para uma companhia de energia francesa.

Antes de entrar para a política, foi presidente do Grupo Zema de 1991 a 2016. Criado por seu bisavô, o conglomerado é composto por empresas de varejo, distribuição de combustíveis, concessionárias de veículos, serviços financeiros e autopeças.

Desde o início de seu primeiro mandato, em 2018, Zema afirma doar os salários a que teria direito como governador.

Astronauta Marcos Pontes é eleito senador por SP

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O ex-astronauta e ex-ministro Marcos Pontes, (PL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), foi eleito senador por São Paulo neste domingo (2), desbancando o ex-governador Márcio França (PSB), aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que era apontado como favorito pelas pesquisas.

Pontes foi eleito com 50% dos votos válidos, apuradas 94% das urnas. França conseguiu 36%. Outros concorrentes na briga pela cadeira em disputa neste ano, para um mandato de oito anos, saíram-se pior ainda: Janaina Paschoal (PRTB) teve 2% e Edson Aparecido (MDB), 8%.

Pontes chega ao Senado tendo como experiência prévia na vida pública os três anos e três meses em que foi ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações no atual governo. No posto, ele tentou dar verniz científico a ações controversas e endossou pautas bolsonaristas como os esforços do governo para promover medicamentos sem eficácia contra a Covid-19.

O então ministro exonerou, em 2019, o físico Ricardo Galvão do comando do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), no momento em que o titular do Palácio do Planalto discordava de dados do desmatamento elaborados pelo órgão.

Bolsonaro anunciou a escolha de Pontes para integrar o governo em outubro de 2018, pouco depois da sua eleição. Ele chegou a ser cotado para vice na chapa presidencial, mas o plano não avançou.

O presidente foi seu padrinho político na campanha ao Senado, ungindo-o como candidato oficial do Planalto, espaço também pleiteado por Janaina Paschoal, que em 2018 foi eleita deputada estadual com mais de 2 milhões de votos e a partir do ano que vem ficará sem cargo eletivo. A professora de direito, celebrizada pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), atacou a inexperiência política do rival na tentativa de desidratá-lo, mas o argumento foi insuficiente.

O receio de pulverização de votos no campo da esquerda se dissipou à medida que o ex-ministro foi subindo nas pesquisas e, embalado também pelo crescimento do candidato a governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), acabou se consolidando como o nome bolsonarista para o Senado.

Conhecido como o primeiro e único astronauta brasileiro, Pontes passou dez dias em órbita em 2006. Entrou para a política em 2013 e concorreu a deputado federal por São Paulo pelo PSB em 2014 –obteve 43.707 votos, mas não se elegeu e deixou o partido pouco depois.

Em 2018, foi segundo suplente de Major Olímpio (PSL-SP), que se elegeu senador e morreu de Covid-19 em 2021. O primeiro suplente, Giordano (MDB), assumiu a vaga. A terceira cadeira de São Paulo no Senado é ocupada por Mara Gabrilli (PSDB). O emedebista e a tucana têm mandato até 2027.

O novo senador prometeu ao longo da campanha se esforçar por temas ligados à ciência e à tecnologia, com medidas para facilitar o acesso de jovens à educação profissionalizante e para promover o empreendedorismo. Ele evitou embates diretos com os adversários e buscou reforçar a conexão com o eleitorado bolsonarista, declarando-se conservador e defensor das famílias.

A vitória de Pontes, que até semanas atrás era considerada improvável, é uma derrota para França e seu padrinho Lula, que davam a conquista como certa. Para consolidar a aliança da esquerda no estado, o representante do PSB desistiu da candidatura a governador e apoiou o candidato do PT, Fernando Haddad, na briga pelo Palácio dos Bandeirantes.

A passagem do ex-astronauta pela legenda que tem o socialismo no nome foi um dos temas explorados na campanha por adversários seus à direita, que questionaram os supostos laços de Pontes com o campo rival.

Ele evitou o embate sobre o tema, mas já disse no passado que se filiou ao PSB a convite de Eduardo Campos (1965-2014), que foi ministro da Ciência e Tecnologia e conduziu as tratativas para sua viagem sideral. Além disso, afirmou que buscava um partido sem escândalos de corrupção e que sua entrada na sigla não teve “absolutamente nada a ver com a ideologia socialista ou comunista”.

Pontes é tenente-coronel reformado da Força Aérea. O envio dele à Estação Espacial Internacional em uma nave russa Soiuz foi patrocinado pelo governo Lula, que sofreu críticas por ter pago US$ 10 milhões (R$ 52 milhões hoje) por uma carona sem resultados científicos notáveis para o país. A pioneira viagem de um brasileiro ao espaço acabou virando arma de marketing do petista.

Na época, Pontes foi condecorado pelo governo, que lhe deu status de herói nacional, e chegou a ser descrito como garoto propaganda. O ex-astronauta afirmou, em um texto sete anos após retornar à Terra, que houve tentativa de distorcer “a imagem positiva da missão espacial como arma para atacar” Lula e que “o tempo, para os bem informados, já provou que tudo isso é pura calúnia”.

Na campanha para o Senado, bolsonaristas reclamaram da pouca ênfase do candidato a bandeiras ideológicas do presidente, mas mantiveram o apoio a ele devido à bênção de Bolsonaro. Embora a falta de combatividade tenha sido vista de forma negativa inicialmente, a militância abraçou Pontes e fez sua candidatura decolar.

Sergio Moro derrota ex-padrinho político e é eleito senador no Paraná

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O ex-juiz Sergio Moro (União) venceu a eleição para o Senado no Paraná neste domingo (2) e assumirá a vaga ocupada hoje pelo senador Alvaro Dias (Podemos), entusiasta da Operação Lava Jato e padrinho de sua entrada na política.

Com 96% das urnas apuradas, ele tinha 34% dos votos válidos. Alvaro Dias, que está no Senado há mais de vinte anos e buscava a reeleição, estava com 24%, atrás de Paulo Martins (PL), que conseguiu 29%.

Esta foi a primeira eleição disputada por Moro, que largou a magistratura em 2018 para ser ministro da Justiça no governo Jair Bolsonaro (PL) e desde então tropeçou em diversos movimentos políticos.

Na campanha, Moro prometeu liderar no Senado a oposição a um eventual governo liderado pelo PT, partido que foi o principal alvo dos processos que conduziu nos anos em que esteve à frente da Lava Jato. Ele assumirá o mandato de oito anos em fevereiro.

Moro conduziu as ações da Lava Jato no Paraná de 2014 a 2018, mas teve sua reputação abalada após a exposição de mensagens trocadas com os procuradores à frente da operação. O Supremo Tribunal Federal anulou suas decisões nas ações movidas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em entrevistas nos tempos de juiz, ele rejeitou a ideia de ingressar na política várias vezes. “Não seria apropriado da minha parte postular qualquer espécie de cargo político porque isso poderia, vamos dizer assim, colocar em dúvida a integridade do trabalho que eu fiz “, disse em evento da revista Veja em 2017.

O ex-juiz ocupou o cargo de ministro da Justiça por um ano e quatro meses, mas rompeu com Bolsonaro em 2020 e saiu do governo acusando-o de tentar interferir na Polícia Federal. Após a demissão, foi trabalhar para uma consultoria americana que tinha entre clientes empreiteiras envolvidas na Lava Jato.

Em 2021, incentivado por Dias, Moro se filiou ao Podemos com a ambição de organizar uma candidatura presidencial. Ele buscou aproximação com diferentes forças políticas que tentavam viabilizar a chamada terceira via, mas o desempenho fraco nas pesquisas fez murchar o interesse pelo seu projeto.

Em março deste ano, em iniciativa surpreendente, decidiu trocar de partido. Saiu do Podemos e foi para a União Brasil, e ainda trocou o domicílio eleitoral, deixando o Paraná para disputar a eleição em São Paulo.

A mudança de agremiação enterrou suas chances na corrida presidencial, já que os líderes da União Brasil logo rechaçaram a possibilidade de lançar seu nome para a Presidência. A troca de domicílio se mostrou outra aposta errada, abrindo caminho para questionamentos na Justiça Eleitoral.

O desgaste aumentou quando Moro disse à reportagem, em abril, que usava o estado de São Paulo como um “hub” para suas atividades profissionais e que seu endereço era um flat recém-alugado na capital paulista. Em junho, o Tribunal Regional Eleitoral cancelou a transferência de seu domicílio.

Sem opções, o ex-juiz da Lava Jato voltou ao Paraná e se lançou ao Senado contra o ex-padrinho político. O movimento causou constrangimento também para outro participante da Operação Lava Jato, o ex-procurador Deltan Dallagnol, que permaneceu no Podemos e gravou vídeo elogiando Alvaro Dias.

Na campanha eleitoral, o ex-juiz buscou reatar vínculos com o bolsonarismo e concentrou críticas no PT para tentar alavancar sua candidatura. Ele chegou a republicar um vídeo de Bolsonaro questionando a anulação de sentenças do ex-presidente Lula e produziu sátiras e paródias mirando petistas.

Em 2021, o Supremo concluiu que Moro agiu de modo parcial ao conduzir as ações movidas contra Lula no Paraná e por isso anulou suas decisões, incluindo a sentença do caso do tríplex de Guarujá. Nos meses seguintes, o ex-presidente conseguiu se livrar de dezenas de ações em outras jurisdições.

No início da campanha, Moro fez questão de anunciar que não votaria em Lula em hipótese alguma no segundo turno, exibindo uma propaganda na TV que afirmava ainda: “Em relação ao Bolsonaro, uma coisa eu posso dizer: nós temos o mesmo adversário”.

A reaproximação foi uma reviravolta no tom que adotava ao tentar viabilizar sua candidatura presidencial, quando associava o mandatário a uma “turma da rachadinha” e a agressões contra jornalistas.

Na campanha estadual, Moro tentou ligar Alvaro Dias à “velha política” e a partidos de esquerda, como o PT e o PSB. Dizia lutar “contra o sistema” e apoiou a reeleição do governador Ratinho Junior (PSD).
Em setembro, houve mais um embaraço a sua candidatura, quando uma juíza de segunda instância determinou buscas no apartamento dele em Curitiba para apreender material de campanha irregular. O ex-juiz da Lava Jato havia informado que seu comitê de campanha ficava no imóvel onde mora.

O pedido de busca partiu da coligação integrada pelo PT no Paraná, que questionava irregularidade na propaganda do adversário, como a falta de menção aos suplentes da chapa. O ex-magistrado falou em perseguição.

O legado de Moro como juiz da Lava Jato começou a ser cada vez mais contestado. Parte de suas 45 sentenças expedidas na época da operação foi anulada nos últimos anos por causa de mudanças de entendimento do STF e questionamentos sobre a tramitação dos casos.

Tarcísio e Haddad disputarão 2° turno em São Paulo e impõem derrota histórica ao PSDB

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Tarcísio de Freitas (Republicanos), 47, e Fernando Haddad (PT), 59, avançaram para o segundo turno na eleição ao Governo de São Paulo. O resultado impõe uma derrota inédita ao PSDB do atual governador, Rodrigo Garcia, 48, que terminou em terceiro, e compromete o futuro da sigla.

Desde 1994, os tucanos vinham vencendo as eleições paulistas -inclusive no primeiro turno em 2006, 2010 e 2014. Segundo aliados, Rodrigo não deve declarar apoio formal a nenhum dos adversários no segundo turno.

Com 92,61% das urnas apuradas, Tarcísio aparecia na frente, com 42,59% dos votos, seguido por Haddad, com 35,46%. Rodrigo tinha 18,40%.

Nesta segunda etapa, Tarcísio pretendem seguir a mesma fórmula das últimas semanas -uma campanha casada com a de seus padrinhos políticos, Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foram ao segundo turno na disputa pela Presidência da República.

O apoio do vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB) -que governou o estado por mais de 12 anos pelo PSDB -, é peça-chave para que Haddad conquiste votos. Lula tinha chances de vencer já no primeiro turno, e essa era a prioridade do PT e de Haddad, já que o resultado mais favorável na disputa nacional poderia impulsioná-lo, ao mesmo tempo em que a saída de Bolsonaro do páreo seria um revés para Tarcísio.

Além de não atingir esse trunfo, Haddad viu Tarcísio chegar à sua frente no primeiro turno e deve enfrentar grande dificuldade na segunda etapa -a última pesquisa Datafolha apontou o bolsonarista em trajetória ascendente e a apenas cinco pontos percentuais do petista. A direita sempre venceu no estado, considerado conservador e onde o antipetismo impediu que a esquerda tivesse chance de vitória.

A pesquisa Datafolha divulgada neste sábado mostra que, no segundo turno, Haddad marca 46% contra 41% de Tarcísio. A vantagem vem caindo -em agosto, os índices eram 53% a 31%. A rejeição ao petista cresceu ao longo da campanha e chegou ao pico de 40%, ante 33% do bolsonarista.

Os estrategistas do PT minimizam esse dado, argumentando que o índice não impede uma vitória e tem relação com o nível de conhecimento dos candidatos pela população.

Haddad, que foi ex-prefeito da capital paulista e ex-ministro da Educação de Lula, é bem mais conhecido (93% dos eleitores disseram saber quem ele é no Datafolha do último dia 29) do que Tarcísio (67%).

O ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro se esforçou para se apresentar como bolsonarista e alguém que conhece São Paulo, já que nasceu no Rio e mudou seu domicílio para São José dos Campos (SP) só para a eleição. Em uma entrevista, não soube indicar o colégio em que vota -viralizou e foi alvo de rivais.

Para projetar uma vitória de Haddad no próximo dia 30, o PT se agarra ao fato de que o antibolsonarismo é expressivo em São Paulo. O levantamento do Datafolha divulgado na véspera da votação mostrou que Lula tem uma leve dianteira numérica em relação a Bolsonaro no estado (41% a 37%).

Como Rodrigo era um adversário considerado mais forte na segunda etapa, uma vez que já havia até ultrapassado Haddad numericamente nas projeções de segundo turno, a campanha do PT centrou ataques no tucano, na tentativa de enfrentar Tarcísio nas próximas quatro semanas.

Para se diferenciar dos adversários, que buscavam reproduzir a polarização nacional entre PT e Bolsonaro em São Paulo, Rodrigo não se vinculou a nenhum presidenciável. A independência guiou seu mote de “proteger o estado da briga política” e o slogan “nem esquerda nem direita”. Por isso, afirmam aliados, a ideia é manter a neutralidade no segundo turno, justamente para não comprometer a imagem de terceira via. Os duros ataques trocados entre os três adversários também dificultam qualquer composição.

Uma parcela do PT, no entanto, afirma não ser impossível atrair tucanos -o próprio Lula conseguiu apoio de parte das figuras históricas da sigla. Nos bastidores, a campanha de Tarcísio diz que não haverá uma postura proativa na busca pelo PSDB, mas ressalta que todo apoio é bem-vindo.

Rodrigo amarga uma dura derrota para o PSDB mesmo com a máquina estatal a seu favor e o apoio de mais de 500 prefeitos -irrigados com verba e entregas do governo. Teve ainda a maior coligação e o dobro do tempo de TV, além da aliança com a União Brasil, que detém o maior volume de recursos para o pleito.

Por outro lado, o governador tinha o antecessor, João Doria (PSDB), de quem foi vice-governador, como âncora. A tentativa de Doria, cuja rejeição é alta, de se lançar ao Planalto gerou uma crise no partido, que acabou por enterrar sua candidatura. Assim, Rodrigo buscou esconder o aliado na campanha.

Haddad também montou uma coligação numerosa (PT, PSB, PV, Rede, PC do B e PSOL), numa inédita união da esquerda. Márcio França (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL) desistiram de concorrer ao governo estadual para apoiá-lo. O petista teve a seu dispor R$ 25,8 milhões e declarou despesa de R$ 18,9 milhões, segundo dados de sábado. A maior parte (R$ 24,7 milhões) é de verba pública doada por PT e PSB.

Tarcísio arrecadou menos (R$ 16,3 milhões), R$ 10 milhões dos quais oriundos de partidos, e o restante de doações de pessoas físicas. Rodrigo, por sua vez, teve R$ 25,2 milhões de receitas e R$ 23,8 milhões de gastos -R$ 23,1 milhões em recursos públicos bancados sobretudo por PSDB e União Brasil.

O bolsonarista, do Republicanos, formou coligação com PSD, PL, PTB, PSC e PMN. Aliados polêmicos, como Eduardo Cunha (PTB), Fernando Collor (PTB) e o prefeito de Embu das Artes, Ney Santos (Republicanos), suspeito de ligação com a facção criminosa PCC, tornaram-se munição para os rivais.

A campanha de Tarcísio foi marcada pela necessidade de afirmar o candidato como bolsonarista e de contornar o fato de ele não ser paulista. Ele foi lançado ao governo de São Paulo por Bolsonaro, não sem antes ter cogitado se candidatar ao Senado por Goiás ou pelo Mato Grosso. Tarcísio também foi alvo de fogo amigo. Aliados do presidente se incomodavam com o fato de o ex-ministro não embarcar na guerra contra as urnas e o Judiciário, embora defenda o governo federal em termos de economia e resultados.

Por outro lado, o ex-ministro chegou a questionar a obrigatoriedade de vacinação para servidores e o uso das câmeras acopladas aos uniformes da Polícia Militar do estado, medida que reduziu a letalidade policial.

Já Haddad passou boa parte da campanha se esquivando de críticas à sua gestão na Prefeitura de São Paulo. A administração do petista foi considerada ruim ou péssima por 48%, e apenas 14% a avaliaram como ótima ou boa, de acordo com pesquisa Datafolha, o pior índice desde Celso Pitta.

Seguindo a indicação da campanha nacional do PT de centrar o discurso na inflação e na fome, Haddad apostou em promessas populares, como o aumento do salário mínimo paulista, a retirada do ICMS da carne e da cesta básica e a criação de um Bilhete Único metropolitano.

Damares Alves é eleita senadora pelo DF com mais de 600 mil votos

Folhapress

Na disputa de ex-ministras por uma vaga no Senado pelo Distrito Federal, Damares Alves (Republicanos), que chefiou o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, superou Flávia Arruda (PL), que comandou a Secretaria de Governo.

Com mais de 84% das urnas apuradas, Damares já soma 602.3375 votos, 45,02% dos votos válidos, cerca de 250 mil votos à frente de sua principal concorrente.

Arruda começou a última semana da campanha liderando as pesquisas de intenção de voto, mas Damares cresceu nos últimos dias e a ultrapassou, fechando as previsões com 43% dos votos, segundo o Ipec.

Durante a campanha, as duas protagonizaram também uma disputa pelo apoio do ex-chefe, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que terminou a corrida sem acenar a nenhuma das duas.

O crescimento de Damares contou com o apoio de Michelle Bolsonaro e impulso de eleitores mais conservadores, o que fez com que Flávia, aliada do atual governador Ibaneis Rocha (MDB), angariasse votos até do eleitorado progressista, como mostrou a Folha.

Liderança pode variar durante apuração; urnas de cada região são computadas em momentos diferentes

Folhapress

A votação deste domingo (2) terminou às 17h no horário de Brasília, e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) começou a apurar os primeiros votos no mesmo horário. Na primeira hora de apuração, ou seja, até às 18h, apenas 2% das urnas foram computadas.

Até o resultado final do pleito a liderança entre os candidatos concorrentes a algum cargo em disputa pode variar. Essa flutuação ocorre porque as urnas de cada região são computadas em momentos diferentes.

Depois que as seções de votação fecham, as urnas são levadas para os locais em que os dados serão computados, em cada cidade ou região. Entretanto, essas urnas estão em lugares diferentes e chegam em momentos distintos, com isso, não são computadas ao mesmo tempo.

Isso significa que uma determinada região favorável a um candidato pode ser computada primeiro. Quando as urnas de um local no qual este mesmo candidato não se saia tão bem passam a ser inseridas, o percentual poderá variar.

Em 2014, por exemplo, Aécio Neves (PSDB) liderou a apuração, considerando os votos totais, das 17h01, quando as primeiras urnas foram apuradas, às 19h31. A virada aconteceu às 19h32. Depois disso, Dilma Rousseff não deixou a liderança e venceu a disputa.

Em 2014, as eleições foram realizadas durante o horário de verão. Contudo, apenas os estados do Sul e do Sudeste, além de Distrito Federal e Goiás, adiantaram seus relógios. Por isso, a eleição acabou às 17h nessas localidades. No resto do país, as urnas foram fechadas a partir das 18h. Em algumas partes do Norte, o encerramento se deu às 19h ou às 20h.

Em 2018, Bolsonaro liderava a disputa presidencial com números próximos de uma vitória no primeiro turno, nas primeiras horas da apuração. Entretanto, a região sudeste estava com a computação de dados atrasada, por causa de problemas técnicos nos Tribunais Regionais Eleitorais de Minas Gerais e São Paulo.

As regiões Norte e Nordeste também estavam com a coleta de dados atrasada em relação ao Sul e Centro-Oeste. Quando esses locais passaram a computar mais votos, o percentual de Bolsonaro flutuou.

Eleitores e candidato são presos nos estados por boca de urna e tumulto

Folhapress

Eleitores e até mesmo um candidato foram presos neste domingo (2) nas capitais e cidades do interior do país por suspeita de boca de urna, agressões e tumulto nos locais de votação.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública registrou 245 prisões por supostos crimes eleitorais neste domingo (2). O número é sete vezes maior que os 34 casos observados entre os dias 26 de setembro e 1º de outubro, quando começou a Operação Eleições.

No total, já foram registradas 786 ocorrências. Desse total, 272 casos foram por boca de urna, 51 por compra de voto e corrupção eleitoral e 39 por tentativa de violar o sigilo do votos.

Os dados do Ministério da Justiça são de todas as forças de segurança que atuaram para garantir a segurança dos cidadãos, dos eleitores e das pessoas que trabalharam durante o pleito.

Houve também a apreensão de R$ 114,5 mil em dinheiro e de dez armas, sendo quatro no Paraná, duas no Amazonas e as demais no Maranhão, em Minas Gerais, em Goiás e no Rio Grande do Norte.

No Acre, o candidato a deputado estadual Francineudo Costa (União Brasil), foi preso pela Polícia Federal, acusado pelo crime de compra de votos. Ele foi flagrado portando R$ 2.300 em espécie próximo a uma sessão eleitoral em Rio Branco.

Ele foi conduzido a Superintendência da PF na capital do Acre para prestar depoimento e continua preso, segundo a instituição.

Em Salvador, um homem foi preso sob acusação de agredir eleitores em uma seção eleitoral em uma faculdade particular no bairro do Stiep. Ele foi levado por policiais militares e saiu da faculdade sob vaias e gritos de “racista” dos demais eleitores. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

No Rio Grande do Sul, até 16h, 39 pessoas haviam sido presas, a maior parte por boca de urna. Houve também um caso de lesão corporal (um eleitor feriu superficialmente um policial militar com uma faca, em Cerro Grande) e dois casos de desordem, de eleitores que estavam tumultuando as filas das votações com discussões.

Em Cuiabá, um homem de 60 anos foi preso com R$ 11,3 mil em cédulas de R$ 50. Segundo a polícia, ele admitiu que estava distribuindo dinheiro para eleitores. Em seu carro, encontraram uma com nomes e dados de pessoas, com santinhos de um candidato a deputado estadual.

Um homem também foi detido por causar confusão em uma seção eleitoral. Alterado e gritando, o jovem de 24 anos, se dizia eleitor de Ciro Gomes (PDT). A polícia foi acionada e ele, detido.

No Maranhão, a Polícia Militar relatou a prisão de nove pessoas por boca de urna e compra de votos no interior. As prisões começaram ainda de madrugada em Chapadinha, distante 200 quilômetros de São Luís.

A Polícia Militar recolheu uma arma de fogo municiada em Codó, no Maranhão, com um homem. Ela estava sem a documentação necessária. O homem que estava armado e mais duas pessoas abordadas foram encaminhados para a delegacia da cidade.

A equipe encontrou ainda diversos materiais de campanha, como santinhos, cartazes e adesivos de um candidato.

Três suspeitos foram presos entre as 4h e 6h30, com notas de R$ 50 em envelopes com nomes de eleitores e um caminhão frigorífico com pescado que supostamente seria distribuído a eleitores maranhenses. Houve outra prisão em Cajari e o acusado estava em um carro da Prefeitura da cidade.

Outras cinco pessoas foram presas em Imperatriz, São Pedro da Água Branca e Vitória do Mearim por fazer boca de urna. Todos foram ouvidos e postos em liberdade depois do registro de Termo Circunstanciado de Ocorrência.

No Ceará, duas pessoas foram presas em flagrante por propaganda eleitoral, com apreensão em dinheiro de R$ 18.126, dois telefones celulares, vale combustível, papéis e anotações diversas e material de propaganda eleitoral.

FOTO DA URNA

Uma mulher de 45 anos foi presa em flagrante neste domingo (2) após ter tirado duas fotos de uma urna eletrônica em Macapá, capital no Amapá.

De acordo com a Polícia Federal, ela teria feito imagens dos candidatos a deputado estadual e à presidente da República. A Polícia Militar foi acionada pelo presidente da seção, que funciona em uma escola municipal, que conduziu a mulher até a delegacia da Polícia Federal.

Ela, que atua como autônoma, responderá pelo crime de violar o sigilo do voto. A pena pode variar de seis a dois anos de prisão.

MURRO NA URNA

Em Cajazeiras, sertão da Paraíba, um eleitor do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso após dar murros na urna no momento da votação.

De acordo com a PM, o eleitor disse que estava digitando o número do candidato e aparecendo a foto de outro e por isso, teria perdido o controle.

A assessoria da Polícia Militar da Paraíba informou que, até as 15h, 17 prisões tinham sido realizadas relativas às eleições.

OUTROS CASOS

Em Minas Gerais, na cidade de Piranga, localizada a cerca de 170 quilômetros de Belo Horizonte, o Prefeito Luís Helvécio Silva Araújo (PMN) foi preso, suspeito de realizar propaganda eleitoral irregular nas redes sociais.

Uma mulher foi presa, em Brasília, após tentar fotografar a urna eletrônica durante a votação. O caso ocorreu na Escola Classe 115, localizada no Recanto das Emas, a cerca de 30 quilômetros da Esplanada dos Ministérios.

Também foram registrados casos de violência durante a realização das eleições. Em Goiânia, um homem foi preso suspeito de quebrar uma urna eletrônica. A ação foi filmada por outros eleitores, e a Polícia Federal abriu uma ocorrência contra o suspeito.

Em São Paulo, dois policiais militares foram baleados enquanto trabalhavam na Escola Estadual Deputado Aurélio Campos, em Cidade Dutra, na zona sul da capital Paulista. O autor dos disparos fugiu e o estado de saúde dos policiais não foi informado.

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que está tudo correndo dentro da normalidade.

“Está funcionando bem. Acho que pela primeira vez a gente consegue estar com os dados compilados de todas as unidades da federação, de todas as forças, da PF, PRF. A gente consegue juntar isso num centro para as pessoas terem os dados consolidados”, disse.

A declaração foi dada durante a visita no CICCN (Centro Integrado de Comando e Controle Nacional), em Brasília, coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O CICCN faz o monitoramento do trabalho dos agentes de segurança pública de todo o país para garantir a segurança do cidadão, eleitores e servidores da Justiça em locais de votação e de apuração de votos, ruas e estações de transporte.

O efetivo está atuando em possíveis atos de violência e crimes eleitorais com boca de urna, transporte ilegal de eleitores, compras de votos, e propaganda irregular. Nos estados, as ações são coordenadas dos Centros Integrados de Comando e Controle Estadual.

Jornal Cidade RC
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