Seja na pequena Rio Claro do passado, ou na cidade média com importante papel no interior paulista na atualidade, o Jornal Cidade completa hoje, 9 de setembro, 86 anos como fonte de informações e palco das principais discussões que envolvem os interesses da comunidade que, nesse tempo, aumentou sete vezes, passando de 25 mil para 200 mil habitantes.

Um desses cidadãos que cresceram junto com essa trajetória foi o advogado e ex-prefeito Álvaro Perin, que afirma ter orgulho do que vivenciou: “Tinha apenas sete anos quando foi fundado o Jornal Cidade de Rio Claro. Embora criança, e nascido em Corumbataí, época em que esta cidade pertencia a Rio Claro, lembro-me de meu pai lendo os jornais que chegavam de trem, dentre eles o Jornal Cidade, do qual meu pai era assinante. Naquela época, eu vinha a Rio Claro na “Maria Fumaça da bitola estreita”, que partia de Corumbataí às 9h e chegava a RC às 10h15, e retornava no trem das 17h. No município existiam poucos automóveis, preponderando as charretes e carroças”, relembra Álvaro. Hoje, Rio Claro tem quase um veículo para cada habitante.

Se a buzina do trem é tema de polêmica na atualidade entre os rio-clarenses ao ser acionada, Dr. Álvaro recorda como outros sinais sonoros eram referência para a população da “Rio Claro Antiga”: “A Cervejaria Rio Claro (Skol-Caracu) tinha um apito que tocava às 7, 12 e 18h, a população se organizava com esses toques. Outra sirene que também fazia parte da nossa rotina era acionada às 6 e às 16h30, a qual pertencia à Companhia Paulista de Estradas de Ferro”.

Quanto à diversão, Dr. Álvaro também tem boas lembranças e afirma que em tempos de isolamento social, por conta da pandemia, recordar esses momentos que fizeram parte do seu amadurecimento é muito importante: “Gostava de frequentar o Cinema Excelsior e o Variedades e, apesar de não ter chegado a ir, lembro-me do Teatro Phoenix. Existiam nos clubes Grêmio, Ginástico e Cidade Nova brincadeiras dançantes, das quais eu participava no horário das 21 às 24h. Nesta época já morava na Pensão Avenida, localizada na Rua 2 entre Av. 1 e 2, para facilitar meus estudos aqui em Rio Claro. Nessa ocasião, os pontos mais frequentados eram: o famoso Bar Avenida, localizado na Avenida 1 esquina da Rua 6, e as padarias Para Todos (Rua 8, Av. 3/5), Zoéga (Av. 3, ruas 4/5) e Gaib (Rua 3, Av. 10)”.

Essas foram apenas algumas das muitas histórias vivenciadas por Dr. Álvaro Perin ao longo dos seus atuais 93 anos, destes, 60 como assinante do JC. Ver a evolução e fazer parte dela no que diz respeito à história de Rio Claro, Perin se enche de orgulho com o crescimento do município, mas no quesito Jornal Cidade confessa que é um amante à moda antiga: “Gosto do papel, sei que hoje podemos contar com o formato digital, meu filho já me mostrou, porém, abrir um jornal, sentir o papel, seu cheiro, poder compartilhar as notícias da mesma forma que observava atentamente meu pai fazendo quando tinha meus sete anos de idade, é muito melhor”, diz ele, bem-humorado.

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