Provedor da Santa Casa, professor José Cardoso informou que sugeriu em outra ocasião que SUS fosse dividido com outros hospitais

Carine Corrêa

Depois de revelado o chamamento público pelo presidente da FMS (Fundação Municipal de Saúde), Djair Cláudio Francisco, o provedor da Santa Casa José Carlos Cardoso concedeu entrevista ao JC e ressaltou o prejuízo gerado pela prestação do serviço SUS (Sistema Único de Saúde) ao hospital: “Fazemos SUS há 132 anos. Diferentemente do que ocorre nos hospitais da região, 80% do atendimento da Santa Casa é destinado ao SUS. Não tem como ampliar o serviço com a verba que recebemos. Iremos nos informar sobre esse chamamento, mas já sugeri em outra ocasião para dividir o prejuízo que gera a prestação de serviço ao SUS com outros hospitais”, frisou.

A informação do chamamento público foi repassada durante audiência pública de prestação de contas da FMS na noite de quarta-feira (22), no plenário da Câmara Municipal.

No dia anterior, em audiência com outras secretarias municipais, Djair Cláudio Francisco havia informado que, em janeiro deste ano, 18 pessoas morreram no PSMI (Pronto-Socorro Municipal Integrado) por falta de vagas nos leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intenso):

“Atualmente são 10 leitos de UTI. Veja que a espera estava em um hospital do município. Quando há o excesso, cabe ao mesmo fazer a transferência dos pacientes para outros hospitais da rede do Estado, como por exemplo em Piracicaba”, ressaltou em resposta à reportagem.

O provedor da Santa Casa reforçou quanto à não possibilidade de ampliar o serviço SUS com os recursos disponíveis: “Quero saber quem vai pagar a conta”, questionou.

Informou ainda que, em 2015, o prejuízo ao hospital no oferecimento do serviço foi na ordem de R$ 11 milhões: “Um dos pré-requisitos para receber a verba federal de repasse ao SUS é a prestação de contas, mensalmente. Fazemos a prestação à Fundação de Saúde todo mês. O município precisa entender que não há recursos para fazer mais. Quero saber se a promessa durante a campanha e pós-campanha do prefeito será mantida ao hospital”, finalizou ao JC.

REPASSES

De acordo com os dados apresentados na audiência pública pela FMS, em 2015, foi repassado ao hospital para atendimento SUS um total de R$ 32 milhões. A dívida acumulada de 2016 da Fundação de Saúde está em torno de R$ 111 milhões, desse valor consta a subvenção ao hospital, de R$ 3,3 milhões. Na audiência, Djair mencionou o pagamento de R$ 250 mil à Santa Casa em janeiro deste ano.

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