A história do transporte ferroviário no Brasil ocorre paralelamente à industrialização de Rio Claro. Ao longo da sua construção, a cidade serviu como principal ponto de escoamento da produção cafeeira da região no século XIX com a chegada da Companhia Paulista e a construção da Estação Ferroviária. Dezenas de décadas depois, hoje o local conta apenas com a estrutura das oficinas que fazem a manutenção de locomotivas da concessionária Rumo, responsável pela gestão da Malha Ferroviária Paulista.

No mês passado, reportagem do JC revelou que o projeto para transferência dessas oficinas da região central para o Jardim Guanabara, como há muitos anos é esperado, deverá ser concluído até o final de 2025 pela empresa. Diante disso, recordam-se outros projetos que foram elaborados anteriormente para dar ocupação ao trecho onde a ferrovia existia e ainda existe na cidade, bem como o próprio terreno onde estão as oficinas. No Governo Du Altimari (MDB), de 2009 a 2016, tiveram início mudanças de modernização, como a reurbanização do pontilhão da Avenida 7 em novas vias públicas, ao lado da Estação na Rua 1.

O arquiteto Marcos Pisconti Machado, ex-secretário de Governo, lembra que a proposta foi de integrar a mobilidade urbana do município e organizar um plano de ocupação de toda área onde estão as oficinas no Centro. A proposta elaborada na época foi de transformar todo o terreno central em um parque aberto, com condições de desenvolver um local turístico e comercial para Rio Claro. Paralelo ao projeto de ocupação da área onde ficam as oficinas de manutenção ferroviária, outro estudo que fora desenvolvido na época também dá continuidade para que a área onde ainda existem e existiam os trilhos seja transformada na Avenida Paulista, cortando a cidade desde a divisa com Santa Gertrudes até o Distrito de Batovi, na Rodovia Washington Luís (SP-310).

Futuro

O atual secretário de Governo da administração do prefeito João Teixeira Junior (DEM), Ricardo Gobbi, lembra que o direito de propriedade pleno da área ainda não orbita em favor do município. Diante disso, o projeto segue em análise junto a outras propostas. “Estudamos uma operação urbana consorciada, prevista no Plano Diretor, que possibilitaria fazer uma intervenção a depender da aprovação na Câmara Municipal com projeto de lei”, disse.

Segundo Gobbi, há contato com uma agência que faz fomento de projetos arquitetônicos e urbanísticos, que teria contribuições para ofertar propostas. “O projeto do governo anterior não é uma opção descartada, mas também não é isolada. Há a necessidade de audiências públicas, também, com uma conjuntura de esforços para decidir”, finaliza à reportagem.

Transferência

A mudança das oficinas ferroviárias do Centro para o Jardim Guanabara deve ocorrer até 2025, segundo informou a própria concessionária Rumo, que opera a Malha Ferroviária Paulista.

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