Fabíola Cunha

dentista
É o profissional que vai avaliar a necessidade da extração e, também, quais medicamentos devem ser tomados

O 3° molar, ou dente do siso, rende histórias escabrosas de muitas pessoas, que sofrem com seu surgimento e, mais comumente, com sua extração. Com algumas recomendações e muita atenção, o paciente pode enfrentar a cirurgia para retirada do dente sem muito sofrimento.

Há quatro dentes do siso, dois superiores e dois inferiores, e nem todos precisam ser retirados. “A extração do siso deve ser feita apenas quando não nasceram corretamente na boca. Caso o dente não comprometa a arcada dentária, ele funciona como os demais dentes do fundo, na fase final da mastigação, e não precisa ser retirado”, explica o cirurgião-dentista Fábio Vanzelli.

É o profissional que vai avaliar a necessidade da extração e, também, quais medicamentos devem ser tomados antes e depois da cirurgia. “Caso o paciente apresente-se com suas defesas orgânicas debilitadas, ou haja inflamação ou infecção no local da extração”, avalia Vanzelli.

O paciente pode contribuir com a cicatrização e melhora do quadro pós-cirúrgico tomando todos os medicamentos receitados, fazendo dieta líquida e fria nos primeiros dias, passando para dieta pastosa sem consumir alimentos granulosos, duros ou consistentes. Vanzelli lembra que essa alimentação reduz o risco de infecções, inchaços e sangramentos, mas nada de ficar no macarrão instantâneo e no sorvete apenas. “É importante que tanto a dieta líquida quanto a pastosa sejam nutritivas, mantendo o sistema imunológico fortalecido”, diz. Compressas geladas nas primeiras horas também ajudam.

Para manter o local da extração protegido e em processo de cicatrização, devem-se evitar bochechos, sucção ou cuspir nas primeiras 24 horas, além de escovar os dentes de forma mais suave que o habitual e evitar os dentes vizinhos do extraído.

Quem já tem o mau hábito de fumar deve se preparar para pelo menos 7 dias sem cigarro, já que suas toxinas podem dificultar a cura do tecido machucado. Cerveja gelada então, nem pensar: a baixa temperatura pode ser adequada, mas o álcool interage com muitos medicamentos e cria efeitos colaterais ou diminui a eficácia do remédio.

Seguindo todas essas recomendações, é esperado que em sete dias o paciente já possa ter os pontos removidos. “Deixar pontos na boca, além do previsto pelo dentista, pode resultar na retenção de alimentos, bactérias e impurezas que dificultam a cicatrização, arriscando a saúde dos dentes vizinhos e de todo o restante da boca”, alerta o dentista. Há pontos chamados reabsorvíveis, que, então, podem ser deixados na boca por tempo indeterminado.

Em todo caso, alguns problemas podem ocorrer: infecção, amortecimento do lábio inferior ou da língua devido a dano no nervo, rigidez mandibular e alveolite – essa ocorre quando o coágulo de sangue que se forma no local da extração para dar início à cicatrização desloca-se ou se desfaz.

E se você acha que extrair os quatro sisos em uma mesma sessão é loucura, saiba que, conforme a avaliação do dentista, pode ser feito. Segundo Vanzelli, “deve-se levar em consideração a necessidade e indicação da extração de uma só vez; a condição de saúde e de conforto emocional do paciente; o tempo de exposição do paciente ao estresse da cirurgia”, pontua.

Se você ainda não retirou os sisos e não conhece a condição deles, o primeiro passo é escolher um profissional capacitado, fazer uma visita e, em caso de cirurgia, seguir as recomendações à risca.

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