Marcos Guilherme Veloso – Oficina Geek

Fazendo uma leitura perfeita, a empresa saiu na frente e aperfeiçoou uma nova forma de entregar conteúdo. Além disso, a Netflix soube criar uma interface incrivelmente intuitiva, com precisão na leitura de tendências de seus usuários, que cresciam a todo momento. Por isso, com a chegada da Amazon Prime, a empresa conseguiu manter sua soberania.

Chegamos na produção de conteúdos originais, onde a aposta era em diversificar seu catálogo, atingindo todos os pequenos nichos, com uma quantidade enorme de opções, deixando de lado em alguns momentos a qualidade e as produções mainstream. A empresa errou, apostando que manteria seu catálogo e poderia apostar em produções mais nichadas e distintas, buscando ter muitas produções que atingissem núcleos específicos.

Com isso ela tem, pela primeira vez no ramo do streaming, que correr atrás da concorrência e desenvolver produções que atinjam o grande público, produções que por si só prendam a atenção de um grande número de pessoas, como Game of Thrones, Breaking Bad, Friends, entre outras. A empresa começou a cancelar séries que não entregavam audiência para investir em produções mais rentáveis, como Stranger Things e La Casa de Papel. Agora o catálogo vai se tornando menor, mas com uma qualidade média mai elevadas.

Recentemente, o cancelamento precoce de The OA foi um dos indícios de que os nichos não interessam mais. A empresa vai investir em um formato mais qualitativo, deixando de investir na quantidade. Agora ao invés de investir X em 10 séries, a empresa deve cancelar 9 e investir X em uma, aumentando o nível da produção.

Assim como os grandes estúdios, como Disney e Warner, entraram no ramo da Netflix, ela planeja invadir o ramo das grandes produtoras. Filmes como The Irishman, ou Red Notice, mostram que a empresa mudou sua política de gastos, apostando em produções do nível Hollywood. Os investimentos em The Witcher também mostram as expectativas da empresa. Mas o grande diferencial da Netflix segue sendo o seu tratamento aos usuários e à forma inteligente de seu sistema.

Em questão de conteúdo, a HBO.GO apresentava uma qualidade média maior, mas seu aplicativo falho, o que fez com que a empresa não conseguisse bater de frente com a gigante. Caso aposte nos seus anos de vantagem e na sua inteligência interna, já sabendo entregar o que os fãs esperam, a Netflix pode ganhar tempo para entregar novas produções que baguncem o mercado e tornem a empresa independente.

A sua assinatura é fundamental para continuarmos a oferecer informação de qualidade e credibilidade. Apoie o jornalismo do Jornal Cidade. Clique aqui.