O Aeroclube de Rio Claro completou, no dia 14 de abril, 83 anos de fundação, e surgiu através da iniciativa de um grupo de apaixonados pela aviação que defendiam a criação de uma Escola de Pilotagem em Rio Claro – surgia então a EMA – Escola Municipal de Aviação. Com a criação do Ministério da Aeronáutica, pelo presidente da época, Getúlio Vargas, a escola então passou a receber o nome de Aeroclube de Rio Claro.

O céu da Cidade Azul sempre encantou os apaixonados pela aviação e segue deixando uma legião de fãs. Pelo Aeroclube de Rio Claro já passaram diversos nomes conhecidos da aviação nacional, como Alberto Bertelli e Coaracy de Oliveira, e o espaço também sempre foi considerado um berço da acrobacia aérea nacional.

Lídio Bertolini Neto, também um dos grandes nomes que marcam presença no Aeroclube, hoje é presidente da instituição e explica as diferenças entre o Aeroclube e o Aeroporto Municipal.

“O Aeroclube é uma instituição sem fins lucrativos, é uma escola, administrada por voluntários, com o objetivo da formação de pilotos. E fica localizado dentro de um aeródromo, que é um local que possui uma pista com área de manobra. A diferença para um aeroporto é que nele há área para embarque e desembarque, não apenas de passageiros”, explica.

Lídio Bertolini Filho, piloto e presidente do Aeroclube de Rio Claro

O presidente explica também que o Aeroclube é um espaço para todos, na parte interna, onde existem as operações, só é possível transitar na presença de um responsável, como pilotos ou membros da instituição, mas que existe uma área para que as famílias possam acompanhar aos finais de semana, por exemplo, os pousos e decolagens, curtindo bons momentos.

“Temos também os cursos, que são oferecidos em diversas categorias, como piloto privado, piloto comercial, piloto de planador, instrutor de voo e voo por instrumentos (IFR). É preciso passar pela avaliação da ANAC para poder dar início aos cursos. São feitas as aulas teóricas, os exames necessários, as horas de voo com instrutor para que, após os 18 anos, atualmente, o aluno possa solar, como chamamos, que é pilotar sem a presença do instrutor”, fala Lídio Bertolini.

E a escola de pilotos do Aeroclube de Rio Claro já formou muitos apaixonados pela aviação e segue a todo vapor.

Um dos pilotos que fazem aula no local é Adriel Aparecido da Silva. de 29 anos. O primeiro cadeirante no Brasil a conseguir o Certificado Médico Aeronáutico, emitido pela ANAC, para poder dar inícios às aulas. Adriel é aluno do curso de piloto de planador.

“Eu nasci prematuro, com seis meses e, por conta de problemas de formação, enfrento problemas de locomoção, então preciso da cadeira. Vi a paixão pelo mundo da aviação surgir ao lado de meu pai, que era mecânico de aviões e cresci ao seu lado. E seu sonho era que eu me tornasse piloto um dia”, conta o jovem, que a vida toda morou na região do Aeroclube.

O pai de Adriel faleceu em um acidente de carro em 2004, o jovem estava no mesmo veículo e, após a fatalidade, decidiu dedicar-se ao sonho do pai.

“Desde que dei entrada no processo foram longos sete anos, entrei com recurso e felizmente muitas coisas evoluíram, o examinador veio de Brasília e finalmente consegui a autorização e agora vou para minha terceira aula prática”, finaliza.

Adriel Aparecido da Silva durante aula prática do curso de piloto de planador

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