Só se fala em Metaverso

Por Jaime Leitão

A revolução tecnológica parece não ter fim. E ela surge das formas mais variadas e surpreendentes. É até difícil acompanhar tanta mudança.

Há algumas semanas , o  proprietário do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou  a criação do metaverso, que, segundo ele, transformará a internet de hoje em dinossauros e peças de museu, como aconteceu  com a máquina de escrever e o gramofone.

Gostei do nome porque lembra metalinguagem, muito presente na poesia moderna, no século 20, com o poeta penetrando fundo na linguagem, na palavra e no ato de escrever.

Carlos Drummond de Andrade  e João Cabral de Mello Neto são dois metres da poesia metalinguística.

O metaverso, que está sendo disputado por várias empresas, irá tornar a ficção tão real que será difícil distinguir o virtual da realidade.

Já estão sendo oferecidas na rede terrenos, casas, objetos os mais variados no formato metaverso.

A Nike anunciou a compra de uma indústria de sapatos e tênis para criá-los e comercializá-los como metaverso.

Você compra um tênis e passa a usá-lo virtualmente. Pelo menos não gasta a sola.

Noivos buscam meios legais para oficializar os casamentos também no metaverso.

As moedas utilizadas nas transações que ocorrerão também serão virtuais, as  chamadas criptomoedas .

Bill Gates, um dos homens mais ricos do mundo, talvez o mais rico, afirmou que daqui a três anos todas as reuniões de negócios nas grandes empresas acontecerão em metaverso. Executivos do Japão, da China, dos Estados Unidos, da França ficarão sentados um ao lado do outro em uma mesma mesa virtual.

As companhias aéreas, para sobreviver, terão que promover voos em metaverso, virtuais.

Hoje o teatro do absurdo, que nasceu nos anos 1950, é fichinha  perto do absurdo que presenciamos cada vez mais próximo de nós.