Pela Liberdade e Contra a Discriminação
Por Jaime Leitão
A morte do arcebispo anglicano da África do Sul Desmond Tutu, nestes últimos dias de 2021, aos 90 anos, nos realimenta de esperança de que a desigualdade, o preconceito, o racismo e a intolerância serão combatidos cada vez com mais veemência e força nos próximos anos e décadas.
Não fosse a sua luta contra o apartheid naquele país, nas décadas de 1970 e 1980, provavelmente a África do Sul vivesse até hoje sob o jugo de uma elite branca que submetia a população negra, majoritária, a uma vida indigna, sem direitos fundamentais e sem acesso às melhores escolas e hospitais, vivendo em guetos, sem quase nenhuma infraestrutura.
Não fosse Desmond Tutu, Nelson Mandela teria morrido na prisão e sua ascensão ao poder não teria acontecido.
Desmond Tutu, que ganhou merecidamente o Prêmio Nobel da Paz, aparece nos noticiários sorrindo e dançando, e utilizando a sua energia em favor da liberdade e de uma democracia que una, não separe, não discrimine, não dívida a população por raça, credo ou orientação sexual. Foi um defensor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, enfrentando críticas ferozes dos extremistas da direita.
Em um mundo ainda tão cruel em relação a bilhões de seres humanos, o legado que Desmond Tutu nos deixa deve ser multiplicado e colocado em prática, nunca esquecido.